A numerologia é o "estudo do significado dos números e sua influência no comportamento e no destino dos homens" (Dicionário Houaiss). Segundo esta definição, é apenas mais uma forma de adivinhação, uma maneira de buscar revelações de fontes proibidas por Deus. Tais abominações são praticadas pelos povos idólatras (Deuteronômio 18:9-11; 2 Coríntios 6:14-7:1). Algumas pessoas, portanto, tentam justificar a "numerologia bíblica", dizendo que a própria palavra de Deus está cheia de mensagens em códigos numéricos. Diversos autores têm vendido milhões de livros, supostamente desvendando os números misteriosos da Bíblia. Baseando-se em números e códigos "ocultos" na Bíblia, alegam predizer eventos atuais e futuros. O fato que Deus revelou a Bíblia não dá liberdade ao homem de usá-la de uma maneira indevida. Deus criou as estrelas, mas condena a astrologia. Também condena o uso incorreto das Escrituras. Pedro disse que os "ignorantes e instáveis deturpam ... as ... Escrituras, para a própria destruição deles" (2 Pedro 3:16). Isso não quer dizer que números não significam nada na Bíblia. Normalmente têm seu significado comum. 41 anos é 41 anos, 6 meses é 6 meses, etc. Em geral, devemos entender os números na Bíblia da mesma maneira que interpretamos qualquer número no dia-a-dia. Alguns números, porém, tomam um significado simbólico em alguns trechos. Reconhecer a simbologia (que um número pode representar uma idéia) não é a mesma coisa de seguir a numerologia bíblica (procurando códigos numéricos para influenciar o comportamento ou guiar as decisões das pessoas). Não se trata de mensagens ocultas, e sim, de números claramente revelados que representam certos conceitos. Estes números ganham seu significado pelo uso na própria Bíblia. Considere alguns exemplos: Deus completou a sua obra da criação e descansou no sétimo dia. Sete, em algumas outras passagens, representa algo completo (Mateus 18:21). Dez e múltiplos de dez representam, às vezes, um número completo, não necessariamente literal (Gênesis 31:41; Números 14:22; Deuteronômio 32:30; 1 Samuel 1:8; 18:7; 2 Samuel 18:3). Doze filhos de Jacó eram os pais das doze tribos de Israel. Doze apóstolos guiaram os cristãos primitivos. O número é completo e sugere o povo de Deus. Múltiplos de alguns desses números servem para reforçar a idéia de coisas completas (Mateus 18:22; Apocalipse 7:3-4). Alguns livros da Bíblia, especialmente o Apo-calipse, empregam números para representar idéias importantes. Por exemplo: há várias séries de sete; Deus protege 144.000 (12 x 12 x 10 x 10 x 10); o diabo é preso por 1.000 anos; etc. Números comunicam valores e idéias, mas Deus nunca aprovou a prática da numerologia.
terça-feira, 4 de março de 2014
É lícito comer coisas sacrificadas aos ídolos?
Abordagens superficiais e tendenciosas podem nos conduzir ao pecado. Um exemplo que nos ensina a importância de cautela é a questão de alimentos. Uma vez que não vivemos hoje sujeitos às leis sobre alimentos dadas por meio de Moisés aos israelitas, algumas pessoas acreditam que estejamos totalmente livres de restrições em relação à comida. Especificamente, acreditam e ensinam que não há problema em comer carnes sacrificadas aos ídolos. É esse o ensinamento do Novo Testamento? Vamos observar alguns fatos:
(1) Temos muitas liberdades hoje, na questão de alimentos, que os israelitas sob a lei não tiveram. O princípio geral é que todos os alimentos são puros (Marcos 7:19). Paulo ensinou que a lei do Antigo Testamento tinha sido cumprida e que passou como uma sombra (Colossenses 2:16-17).
(2) Alguns comentários de Paulo em 1 Coríntios, lidos isoladamente, dão a impressão que esta liberdade inclui coisas sacrificadas a ídolos. Ele adverte sobre o perigo de ofender a consciência de um irmão fraco, mas parece que apóia a prática em si, de comer carne sacrificada aos ídolos (1 Coríntios 8). Ele diz que “todas as coisas são lícitas” (1 Coríntios 10:23).
(3) Mas um estudo mais cuidadoso destes trechos nos leva a outra conclusão. Enquanto Paulo começa e termina com questões de consciência e respeito para com os irmãos, o argumento principal deste trecho é outro. Ele claramente diz que devemos fugir da idolatria, e que as coisas sacrificadas aos ídolos são sacrificadas a demônios (1 Coríntios 10:14-20). Afirma claramente que a participação da mesa dos demônios é impossível para aqueles que tem comunhão com Cristo, pois não devemos nos associar aos demônios (1 Coríntios 10:20-22).
(4) As palavras do próprio Jesus no Apocalipse esclarecem esta questão. Ele claramente condenou aqueles que ensinavam que era permitido comer coisas sacrificadas aos ídolos (Apocalipse 2:14-16). A igreja de Pérgamo errou por não rejeitar os falsos mestres que aprovavam tais práticas. Qualquer igreja fiel ao Senhor hoje deve, também, rejeitar os falsos mestres que incentivam as pessoas a pecar contra o Senhor, comendo coisas sacrificadas aos ídolos. O motivo é simples: “Não podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios” (1 Coríntios 10:21). Vamos fugir da idolatria!
segunda-feira, 3 de março de 2014
Os apóstolos esperavam a volta de Cristo na época deles?
Alguns trechos do Novo Testamento parecem sugerir que Jesus já voltaria naquela época. Paulo, por exemplo, disse: "Nós, os vivos, os que ficarmos até a vinda do Senhor, de modo algum procederemos os que dormem" (1 Tessalonicenses 4:15). Pedro afirmou: "Ora, o fim de todas as coisas está próximo" (1 Pedro 4:7). Quase 2.000 anos já se passaram, e Jesus ainda não voltou. Sabemos que não devemos temer o profeta cuja palavra não se cumpre (Deuteronômio 18:21-22). Daí vem a pergunta: os apóstolos se tornaram falsos profetas? Antes de descartar a autoridade da palavra apostólica, precisamos examinar bem vários fatos: Jesus disse, e os apóstolos relataram, que o dia da volta dele pertence exclusivamente ao Pai (Mateus 24:36,42,44,50; etc.) A linguagem de profecia na Bíblia, às vezes, apresenta eventos futuros no presente ou no passado para certificá-los, e não necessariamente para mostrar o tempo de seus cumprimentos. Salmo 2:6, por exemplo, fala sobre a coroação de Cristo como Rei em Sião como já feita, mas Davi escreveu este salmo 1.000 anos antes do cumprimento da profecia. Embora Paulo tenha se colocado entre os vivos, esperando a volta de Cristo (1 Tessalonicenses 4:15), em outro lugar, ele se incluiu entre aqueles que seriam ressuscitados (2 Coríntios 4:14). Em nenhum desses trechos, devemos entender que o apóstolo esteja predizendo a iminência ou a distância da vinda de Jesus, nem que esteja comentando sobre o seu próprio estado no Dia do Senhor. Ele está confortando os fiéis ao afirmar que Deus não esquecerá de ninguém. O próprio Paulo corrigiu as pessoas que anunciaram a vinda imediata do Senhor (2 Tessalonicenses 2:1-6). No contexto em que escreveu sobre o fim de todas as coisas, Pedro falou também do tempo que restou para seus próprios leitores (1 Pedro 4:2). Para cada um deles, como para cada um de nós, o fim não tardaria (veja Romanos 13:11). Alguns interpretam 1 Pedro 4:7 em relação à destruição de Jerusalém (70 d.C.), mas não temos espaço suficiente aqui para examinar essa possibilidade. O próprio Pedro disse que Deus não falhou na sua promessa, mesmo se alguns achem demorada a volta de Jesus. Ele usou a mesma linguagem empregada pelo Senhor (veja as citações de Mateus 24 acima) para mostrar que ninguém seria capaz de predizer o dia. Pedro entendeu muito bem que Deus não se limita ao cronograma dos homens (2 Pedro 3:8-13). Tanto Paulo como Pedro esperavam pelas próprias mortes, confiando na futura vinda de Jesus (2 Timóteo 4:6-8; 2 Pedro 1:13-15). Considerando todos esses fatos, podemos manter a nossa confiança na veracidade da palavra apostólica. As profecias sobre a segunda vinda de Jesus não foram cumpridas no primeiro século, e ainda não se realizaram até o início do século XXI. As palavras reveladas pelos apóstolos são confiáveis (Hebreus 2:1-4), e as promessas de Deus seguras (2 Pedro 3:9).