sexta-feira, 28 de junho de 2019

#tbs_670 - "Quando uma criança pode pedir a Jesus que seja o seu Salvador?"

Definitivamente não há uma exigência de idade para a salvação. O próprio Jesus declarou: "Deixem vir a mim as crianças e não as impeçam; pois o Reino dos céus pertence aos que são semelhantes a elas" (Mateus 19:14). Assim que as crianças tiverem idade suficiente para entender que pecaram (Romanos 3:23), que Jesus morreu para pagar a pena por seus pecados (Romanos 5:8; 6:23) e que devem colocar sua fé em Jesus para a salvação (João 3:16), então elas têm idade suficiente para ser salvas.

Uma criança não tem que entender todas as questões complexas que fazem parte da doutrina da salvação. É importante que os pais se certifiquem de que seus filhos compreendem as questões básicas (como descritas acima), mas a promessa de Atos 16:31 é igualmente verdadeira a um adulto ou a uma criança: "Creia no Senhor Jesus, e serão salvos, você e os de sua casa."

Crianças pequenas, nascidas de crentes ou descrentes, podem ser escolhidas de Deus, remidas pelo sangue de Cristo, ter a obra do Espírito Santo em seus corações e, assim, entrar no céu. Em que momento de suas vidas elas são capazes de entender essas coisas realmente pode variar de criança para criança. Algumas crianças pequenas têm corações bem sensíveis e, ao ouvirem que Jesus morreu por elas, ficam imediatamente conscientes da sua natureza pecaminosa e são compelidas a responder. Outras de personalidades mais sanguíneas talvez não alcancem essa consciência até serem bem mais velhas. Só o Senhor conhece os pensamentos do coração e confiamos que Ele "veio buscar e salvar o que estava perdido" (Lucas 19:10), segundo a Sua perfeita vontade e tempo.

#tbs_669 - "Qual é o verdadeiro evangelho?"

O verdadeiro evangelho é a boa notícia de que Deus salva pecadores. O homem é por natureza pecador e separado de Deus, sem qualquer esperança de reparar essa situação. Entretanto, Deus providenciou o meio da redenção do homem na morte, sepultamento e ressurreição do Salvador, Jesus Cristo.

A palavra "evangelho" significa literalmente "boas novas". Entretanto, para realmente compreender quão boas essas novas são, devemos primeiramente compreender a má notícia. Como resultado da queda do homem no Jardim do Éden (Gênesis 3:6), toda parte da mente do homem – sua vontade, emoções e carne – tem sido corrompida pelo pecado. Por causa da natureza pecaminosa do homem, ele não pode buscar a Deus e não o faz. Ele não tem nenhum desejo de vir a Deus e, de fato, sua mente é hostil para com Ele (Romanos 8:7). Deus declarou que o pecado do homem o condena a uma eternidade no inferno, separado de Deus. É no inferno que o homem paga a penalidade do pecado contra um Deus santo e justo. Isso realmente seria uma má notícia se não houvesse solução.

Entretanto, no evangelho, Deus, em Sua misericórdia, tem proporcionado essa solução, um substituto para nós -- Jesus Cristo – o qual veio para pagar a pena pelos nossos pecados através do Seu sacrifício na cruz. Esta é a essência do evangelho que Paulo pregou aos Coríntios. Em 1 Coríntios 15:2-4, ele explica os três elementos do evangelho -- a morte, sepultamento e ressurreição de Cristo em nosso favor. A nossa velha natureza morreu com Cristo na cruz e foi enterrada com Ele. Fomos então ressuscitados com Ele para uma nova vida (Romanos 6:4-8). Paulo nos diz para "nos apegar firmemente" a este verdadeiro evangelho, o único que salva. Acreditar em outro evangelho é crer em vão. Em Romanos 1:16-17, Paulo também declara que o verdadeiro evangelho é o "poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê", o que quer dizer que a salvação não é alcançada pelos esforços do homem, mas pela graça de Deus através do dom da fé (Efésios 2:8-9).

Por causa do evangelho, através do poder de Deus, aqueles que creem em Cristo (Romanos 10:9) não são apenas salvos do inferno. De fato, recebemos uma natureza completamente nova (2 Coríntios 5:17) com um coração mudado e um novo desejo, vontade, atitude que se manifestam em boas obras. Este é o fruto que o Espírito Santo produz em nós pelo Seu poder. As obras nunca são o meio de salvação, mas são a prova (Efésios 2:10). Aqueles que são salvos pelo poder de Deus sempre mostrarão a evidência da salvação através de uma vida transformada.

#tbs_668 - "Existe algum pecado que Deus não perdoa?"

Para o filho de Deus verdadeiramente nascido de novo, não há pecado imperdoável. Todos os pecados foram perdoados na cruz para aqueles que pertencem a Cristo. Quando Jesus disse: "Está consumado" (João 19:30), Ele quis dizer que a penalidade de todo o pecado foi paga por completa. A palavra traduzida como "está consumado" é a palavra grega tetelestai. Essa palavra foi usada de várias maneiras. Era usada para carimbar "pago" em um recibo e também era o selo colocado sobre a acusação de um criminoso ao completar a sua sentença. Um tetelestai era pregado na porta da casa do criminoso para provar que ele realmente havia completamente pago por seus crimes.

Você pode ver a aplicação da transação na Cruz entre o Senhor Jesus e Deus Pai. Jesus Cristo satisfez a transação legal e a demanda da justiça de Deus como o pagamento pelo pecado. O Senhor Jesus Cristo se tornou o nosso sacrifício pelo pecado e o "Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" (João 1:29). Quando Cristo ficou separado de Deus Pai por aquelas três horas de escuridão sobrenatural (Mateus 27:45), o acordo foi selado. Como lemos em Lucas, Jesus reuniu-se com o Pai. "Jesus bradou em alta voz: ‘Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito’. Tendo dito isso, expirou" (Lucas 23:46). Sendo assim, todo o pecado foi pago de uma vez por todas.

No entanto, há uma condição para o perdão de Deus do pecado. O homem deve aproximar-se de Deus através do Senhor Jesus Cristo. "Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim" (João 14:6). O perdão de Deus está disponível para todos os que se aproximam dEle (João 3:16), mas para aqueles que não acreditam no Senhor Jesus Cristo, não há perdão ou remissão dos pecados (Atos 10:43). Portanto, os únicos pecados que Deus não perdoa nesta era de graça são os pecados daqueles que morrem antes de colocarem a sua fé em Jesus Cristo. Se uma pessoa passa pela vida aqui na terra e nunca se aproveita da provisão que Deus fez através do Senhor Jesus Cristo, ela vai passar a eternidade separada de Deus e, portanto, não será perdoada.

Os crentes nascidos de novo também pecam e quando o fazemos, quebramos a nossa comunhão com o Senhor. No entanto, Deus fez uma provisão para isso. O Espírito Santo que habita em cada crente nos convence de que temos pecado e quando isso acontece, temos uma escolha de responder da maneira correta e renovar a nossa comunhão. Quando uma pessoa nasce de novo e aceita a Cristo como o seu Salvador, não é possível que possa perder a sua vida eterna por causa de suas ações imediatas. Podemos perder a nossa comunhão com Deus e a alegria da nossa salvação, mas isso é algo que podemos remediar através da confissão.

A primeira epístola de João é uma carta escrita a crentes e tem informações muito práticas sobre como andar em comunhão. "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça" (1 João 1:9). Este versículo, quando usado corretamente, torna-se o caminho para restaurar a nossa comunhão quando pecamos. "Se afirmarmos que estamos sem pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós" (1 João 1:8). Agora, lembre-se, esta é uma carta para crentes nascidos de novo. Deus não tem ilusões sobre nós e a nossa capacidade de pecar, e nem devemos ter.

O "se" no início de 1 João 1:8 e 9 é um "se" de terceira classe no grego e significa "talvez sim, talvez não". Existe uma condição aqui, se "confessarmos". Esta palavra no grego é homologia, o que significa "dizer a mesma coisa ou citar o caso". Homo significa "mesmo" e logia significa "palavra". Significa que concordamos com Deus quanto ao nosso pecado. Entretanto, todo pecado foi perdoado na cruz e, como crentes nascidos de novo, todos os nossos pecados foram perdoados. E porque isso é um fato judicial, precisamos andar na luz e em comunhão porque essa é a nossa posição em Cristo Jesus. "Se, porém, andamos na luz, como ele está na luz, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado" (1 João 1:7). Isso não nos dá carta branca para continuarmos pecando, ao contrário, os crentes nascidos de novo que estão andando na luz e em comunhão com Deus rapidamente confessarão seus pecados para que possa haver uma comunhão constante e clara com o Senhor.

#tbs_667 - "Quais são alguns dos sinais da fé salvadora genuína?"

 Esta é uma das questões mais importantes na vida cristã. Muitos crentes duvidam de sua salvação porque não veem sinais de uma fé genuína em suas vidas. Há aqueles que dizem que nunca devemos duvidar da nossa decisão de seguir a Cristo, mas a Bíblia nos incentiva a examinar a nós mesmos para ver se estamos verdadeiramente "na fé" (2 Coríntios 13:5). Felizmente, Deus nos deu instruções amplas de como podemos saber com certeza que temos a vida eterna. A primeira epístola de João foi na verdade escrita para esse propósito, como 1 João 5:13 afirma: "Escrevi-lhes estas coisas, a vocês que creem no nome do Filho de Deus, para que vocês saibam que têm a vida eterna."

Há uma série de testes em 1 João que podemos usar para examinar a nós mesmos e a nossa fé. Ao avaliarmos esses testes, lembre-se de que ninguém vai cumpri-los perfeitamente o tempo todo, mas eles devem revelar uma tendência consistente que caracteriza as nossas vidas à medida que crescemos na graça.

1. Você gosta de ter comunhão com Cristo e Seu povo redimido? (1 João 1:3)
2. Será que as pessoas diriam que você anda na luz ou nas trevas? (1 João 1:6-7)
3. Você admite e confessa o seu pecado? (1 João 1:8)
4. Você é obediente à Palavra de Deus? (1 João 2:3-5)
5. A sua vida indica um amor por Deus e não pelo mundo? (1 João 2:15)
6. É a sua vida caracterizada por "fazer o que é certo"? (1 João 2:29)
7. Você procura manter uma vida pura? (1 João 3:3)
8. Você vê um padrão decrescente de pecado em sua vida? (1 João 3:5-6) [Nota: Isso se refere a não continuar no pecado como um modo de vida, não a uma ausência total do pecado.]
9. Você demonstra amor por outros cristãos? (1 João 3:14)
10. Você pratica o que prega ou o seu amor é apenas "de boca"? (1 João 3:18-19)
11. Você mantém a consciência limpa? (1 João 3:21)
12. Você tem vitória em sua caminhada cristã? (1 João 5:4)

Se você for capaz de verdadeiramente responder "Sim" a estas perguntas (ou à maioria delas e está tentando melhorar nas outras áreas), então sua vida é o fruto da verdadeira salvação. Jesus disse que é pelos nossos frutos que somos conhecidos como seus discípulos (Mateus 7:20). Ramos infrutíferos – pessoas que professam ser crentes mas que não exibem o fruto do Espírito (Gálatas 5:22-23) - são cortados e jogados no fogo (João 15:2). Uma fé genuína é aquela que não só acredita em Deus (os próprios demônios fazem isso - Tiago 2:19), mas também confessa os pecados e obedece aos mandamentos de Cristo. Lembre-se de que somos salvos pela graça mediante a fé e não por nossas obras (Efésios 2:8-9), mas nossas obras devem mostrar a realidade da nossa salvação (Tiago 2:17-18). Uma genuína fé salvadora sempre produz obras; uma fé que está perpetuamente sem obras não é fé verdadeira e não salva ninguém.

Além dessas confirmações, precisamos nos lembrar das promessas de Deus e da realidade da guerra que estamos enfrentando. Satanás é tão real quanto Jesus Cristo, e é um grande inimigo de nossas almas. Quando nos voltamos para Cristo, Satanás procura por todas as oportunidades para nos enganar e derrotar. Ele vai tentar nos convencer de que somos fracassos indignos ou de que Deus desistiu de nós. Quando estamos em Cristo, temos a garantia de que somos guardados por Ele. O próprio Jesus orou por nós em João 17:11 para que o Pai "protege-os em teu nome, o nome que me deste, para que sejam um, assim como somos um." Mais uma vez, no versículo 15, Ele orou: "Não rogo que os tires do mundo, mas que os protejas do Maligno." Em João 10:27-29, Jesus disse: "As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna, e elas jamais perecerão; ninguém as poderá arrancar da minha mão. Meu Pai, que as deu para mim, é maior do que todos; ninguém as pode arrancar da mão de meu Pai." Se você ouvir e obedecer à voz de Jesus, então você é uma de Suas ovelhas e Ele nunca irá soltá-lo de Sua mão. Jesus deu uma ilustração maravilhosa aqui de cristãos seguramente protegidos por Suas mãos de amor e as mãos do Pai todo-poderoso envolvendo-se em torno das de Jesus, dando-nos uma garantia dupla da segurança eterna.

#tbs_666 - "Haverá uma segunda chance de salvação após a morte?"

 Embora a ideia de uma segunda chance para a salvação seja atraente, a Bíblia é clara que a morte é o fim de todas as chances. Hebreus 9:27 nos diz que morremos e temos então que enfrentar o julgamento. Assim, enquanto uma pessoa estiver viva, ela tem uma segunda, terceira, quarta, quinta, etc., chance para aceitar a Cristo e ser salva (João 3:16, Romanos 10:9-10, Atos 16:31). Quando uma pessoa morre, não há mais chances. A ideia do purgatório, um lugar onde as pessoas vão depois da morte para pagar por seus pecados, não tem qualquer base bíblica e é apenas uma tradição da Igreja Católica Romana.

Para entender o que acontece com os descrentes depois que morrem, vamos ler Apocalipse 20:11-15, o qual descreve o Julgamento do Grande Trono Branco. Aqui acontece a abertura dos livros e "Os mortos foram julgados de acordo com o que tinham feito, segundo o que estava registrado nos livros." Esses livros contêm todos os pensamentos e ações daqueles que estão sendo julgados, e sabemos de Romanos 3:20 que "ninguém será declarado justo diante dele baseando-se na obediência à lei." Portanto, todos os que são julgados por suas obras e pensamentos são condenados ao inferno. Os crentes em Cristo, por outro lado, não são julgados pelos livros de obras, mas seus nomes são encontrados em um outro livro -- o "Livro da Vida do Cordeiro" (Apocalipse 21:27). Estes são os que creram no Senhor Jesus e somente eles terão permissão para entrar no céu.

Qualquer pessoa cujo nome esteja escrito no Livro da Vida do Cordeiro foi salva “antes da criação do mundo” (Efésios 1:4) pela soberana e salvadora graça de Deus para fazer parte da noiva do seu Filho, a Igreja de Jesus Cristo. Essas pessoas não precisam de uma "segunda chance" para salvação porque a sua salvação tem sido assegurada por Cristo. Ele os escolheu, salvou e irá mantê-los salvos. Nada pode separá-los de Cristo (Romanos 8:39). Aqueles por quem Ele morreu serão salvos porque Jesus cumprirá a sua promessa. Ele declarou que "Todo o que o Pai me der virá a mim, e quem vier a mim eu jamais rejeitarei" (João 6:37) e "Eu lhes dou a vida eterna, e elas jamais perecerão; ninguém as poderá arrancar da minha mão" (João 10:28). Para os crentes, não há necessidade de uma segunda chance porque a primeira chance é suficiente.

O que dizer daqueles que não acreditam? Não iriam se arrepender e crer se recebessem uma segunda chance? A resposta é não, não iriam, porque seus corações não são alterados simplesmente porque morrem. Seus corações e mentes "estão em inimizade" contra Deus e não vão aceitá-lo mesmo quando verem-no face a face. Isso é evidenciado na história do homem rico e Lázaro em Lucas 16:19-31. Se alguma vez houve alguém que devia ter se arrependido quando oferecido uma segunda chance de ver claramente a verdade, essa pessoa era o homem rico. Entretanto, embora estivesse em tormento no inferno, ele só pediu que Abraão enviasse Lázaro de volta à terra para advertir seus irmãos para que não tivessem de sofrer o mesmo destino. Não houve arrependimento em seu coração, só lamento por onde se encontrava. A resposta de Abraão diz tudo: "Se não ouvem a Moisés e aos Profetas, tampouco se deixarão convencer, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos" (Lucas 16:31). Aqui vemos que o testemunho da Escritura é suficiente para a salvação daqueles que nela acreditam, e nenhuma outra revelação trará a salvação para aqueles que não o fazem. Nenhuma segunda, terceira ou quarta chance seria suficiente para transformar um coração de pedra em um coração de carne.

Filipenses 2:10-11 declara: "para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, no céu, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai." Um dia, todo mundo vai se curvar diante de Jesus e reconhecer que Ele é o Senhor e Salvador. Nesse ponto, porém, será tarde demais para a salvação. Após a morte, tudo o que resta para o incrédulo é o julgamento (Apocalipse 20:14-15). É por isso que devemos confiar em Jesus nesta vida.

#tbs_665 - "Pode uma pessoa ser salva através da revelação geral?"

A revelação geral de Deus pode ser definida como “a revelação de Deus a todas as pessoas, em todos os tempos e em todos os lugares que revela que Deus existe e é inteligente, poderoso e transcendente.” Escrituras como Salmo 19:1-4 e Romanos 1:20 claramente afirmam que certas coisas sobre Deus podem ser entendidas por causa da criação que nos rodeia. Para mais informações, por favor leia o nosso artigo sobre as diferenças entre a revelação geral e revelação especial. Em relação à pergunta: "Pode uma pessoa ser salva através da revelação geral?", esta pergunta geralmente é feita em relação a uma outra pergunta: "O que acontece com aqueles que nunca ouviram o evangelho?"

Infelizmente, ainda há partes do mundo sem nenhum acesso à Bíblia, ao evangelho de Jesus Cristo ou a qualquer outro meio de aprender a verdade cristã. Surge então a questão: o que acontece com essas pessoas quando morrem? É justo que Deus condene uma pessoa que nunca ouviu o evangelho, sobre Jesus Cristo, nem mesmo que existe um Deus? Alguns propõem uma solução para este dilema na ideia de que Deus julga as pessoas que nunca ouviram o evangelho com base em como responderam à revelação geral. A presunção é que se uma pessoa realmente acredita no que pode ser conhecido sobre Deus através da revelação geral, Deus julgará a pessoa com base nessa fé e permitirá a sua entrada no céu. É possível que tal conceito seja verdadeiro?

Antes de abordarmos essa questão, devemos lidar com um pressuposto fundamental, ou seja, que aqueles que nunca ouviram o evangelho estão à procura de Deus, em busca da verdade e praticamente implorando para que alguém venha entregar a mensagem de salvação. O problema com esta suposição é que a Escritura declara exatamente o oposto. Romanos 3:10-12 declara: "Não há nenhum justo, nem um sequer; não há ninguém que entenda, ninguém que busque a Deus. Todos se desviaram, tornaram-se juntamente inúteis; não há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer." Segundo as Escrituras, as pessoas tomam o conhecimento de Deus disponível através da revelação geral e pervertem-no ao seu próprio gosto. Romanos 1:21-23 afirma: "porque, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe renderam graças, mas os seus pensamentos tornaram-se fúteis e os seus corações insensatos se obscureceram. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos e trocaram a glória do Deus imortal por imagens feitas segundo a semelhança do homem mortal, bem como de pássaros, quadrúpedes e répteis." Segundo as Escrituras, o estado das pessoas sem Deus não é um de buscar a salvação, mas um de rebelião, escuridão e idolatria.

De volta à questão inicial – pode uma pessoa ser salva através da revelação geral? A Bíblia em nenhum lugar dá qualquer esperança de que aqueles que nunca ouviram o evangelho acreditarão plenamente na verdade sobre Deus disponível através da revelação geral. Novamente, a Bíblia descreve os perdidos como estando em rebelião contra o que já sabem sobre Deus e não em busca de mais verdade sobre Deus. No entanto, há sempre a questão: "E se?" SE uma pessoa que nunca ouviu o evangelho verdadeiramente e plenamente acreditasse no que se pode saber sobre Deus através da revelação geral, essa pessoa seria salva? SE tal pessoa realmente existisse, parece que seria consistente com o amor, a misericórdia e a graça de Deus que tal pessoa seria salva. Mais uma vez, por favor entenda que isso é apenas uma hipótese sem qualquer suporte bíblico.

Atos capítulo 10 registra a história de Cornélio. Cornélio é descrito como "piedoso e temente a Deus; dava muitas esmolas ao povo e orava continuamente a Deus" (Atos 10:2). Será que Cornélio foi salvo por causa de sua devoção a Deus com base no conhecimento limitado que tinha dEle? Não. Deus enviou um anjo a Cornélio com instruções para que ele entrasse em contato com o apóstolo Pedro e o convidasse para a sua casa. Cornélio obedeceu e Pedro veio e apresentou o evangelho a Cornélio e sua família. Cornélio e sua família creram e foram salvos (Atos 10:44-48). Atos capítulo 10 é um exemplo claro de como não somos salvos apenas ao crer certas verdades sobre Deus ou ao obedecer a Deus em certos aspectos. O único meio de salvação é o evangelho de Jesus Cristo (João 14:6, Atos 4:12).

O fato de que os perdidos rejeitam a revelação geral é a razão por que é tão importante que proclamemos o evangelho por todo o mundo (Mateus 28:19-20, Atos 1:8). Romanos 10:14 declara: "Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram falar? E como ouvirão, se não houver quem pregue?" Deus nos ordena a apresentar o evangelho porque "Não há nenhum justo, nem um sequer; não há ninguém que entenda, ninguém que busque a Deus" (Romanos 3:10-11). Ao invés de esperar que algumas pessoas estejam sendo salvas ao acreditar no que se pode saber sobre Deus através da revelação geral, Deus nos chama a ir a todo o mundo e a proclamar o Evangelho. Crer nas boas novas da salvação através de Jesus Cristo é o único método de salvação que a Bíblia menciona (João 3:16).

#tbs_664 - "O que é santificação? Qual é a definição da santificação cristã?"

Jesus tinha muito a dizer sobre santificação em João 17. No versículo 16, o Senhor diz: "Eles não são do mundo, como eu também não sou", e isso é antes de seu pedido: "Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade." Santificação é um estado de separação para Deus; todos os crentes entram neste estado quando são nascidos de Deus: "É, porém, por iniciativa dele que vocês estão em Cristo Jesus, o qual se tornou sabedoria de Deus para nós, isto é, justiça, santidade e redenção" (1 Coríntios 1:30). Esta é uma separação que acontece de uma vez por todas, eternamente a Deus. É uma parte intrincada da nossa salvação, a nossa ligação com Cristo (Hebreus 10:10).

A santificação também se refere à experiência prática dessa separação para Deus, sendo o efeito da obediência à Palavra de Deus na vida de alguém e deve ser ardentemente buscada pelo crente (1 Pedro 1:15, Hebreus 12:14). Assim como o Senhor orou em João 17, a santificação tem em vista a separação dos crentes para a finalidade pela qual foram enviados ao mundo: "Assim como me enviaste ao mundo, eu os enviei ao mundo. Em favor deles eu me santifico, para que também eles sejam santificados pela verdade" (v. 18, 19). Que Ele se separou para o propósito pelo qual foi enviado é tanto a base quanto a condição do nós mesmos sermos separados para o motivo pelo qual fomos enviados (João 10:36). A santificação de Cristo é o padrão e o poder para a nossa. O envio e a santificação são inseparáveis. Por causa disso os crentes são chamados de santos, hagioi, no grego: "os santificados". Enquanto anteriormente o seu comportamento dava testemunho da sua posição no mundo em separação de Deus, agora o seu comportamento deve ser testemunho da sua posição diante de Deus em separação do mundo.

De acordo com as Escrituras, a palavra "santificação" tem mais um sentido. Paulo ora em 1 Tessalonicenses 5:23: "Que o próprio Deus da paz os santifique inteiramente. Que todo o espírito, alma e corpo de vocês seja conservado irrepreensível na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo." Paulo também escreve em Colossenses da "esperança que lhes está reservada nos céus, a respeito da qual vocês ouviram por meio da palavra da verdade, o evangelho" (Colossenses 1:5). Logo depois, ele fala do próprio Cristo como "a esperança da glória" (Colossenses 1:27) e então menciona o fato dessa esperança quando diz: "Quando Cristo, que é a sua vida, for manifestado, então vocês também serão manifestados com ele em glória" (Colossenses 3:4). Este estado glorificado será a nossa separação definitiva do pecado, ou seja, alcançaremos a santificação total em todos os aspectos. "Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser, mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, pois o veremos como ele é" (1 João 3:2).

Para resumir, a santificação é sinônimo de santidade, a palavra grega para ambas significa "uma separação", de primeira uma separação posicional de uma vez por todas a Cristo em nossa salvação; em segundo lugar, uma santidade prática progressiva na vida de um crente enquanto aguarda o retorno de Cristo e, finalmente, uma separação permanente do pecado quando chegarmos ao céu.

#tbs_663 - "Se você duvidar da sua salvação, será que isso significa que não é realmente salvo?"

Todo mundo tem dúvidas ocasionais. Ter ou não dúvidas não é o que determina se você é um cristão. Mesmo quando um crente é infiel, Deus é fiel (2 Timóteo 2:13). Deus quer que sejamos confiantes em nossa salvação (Romanos 8:38-39, 1 João 5:13). Deus promete que todo aquele que crê em Jesus Cristo será salvo (João 3:16, Romanos 10:9-10). Todos nós temos pecado e carecemos da glória de Deus (Romanos 3:23). Como resultado, merecemos a morte e uma eternidade longe de Deus (Romanos 6:23). No entanto, Deus nos amou o suficiente para morrer em nosso lugar, sofrendo em nosso favor o castigo que merecíamos (Romanos 5:8). Como resultado, todos aqueles que creem são salvos e estão eternamente seguros.

Às vezes duvidar é uma coisa boa. Paulo nos diz em 2 Coríntios 13:5: "Examinem-se para ver se vocês estão na fé." Devemos testar a nós mesmos para termos certeza de que Jesus é verdadeiramente o nosso Salvador e que o Espírito Santo realmente reside em nós. Se Ele for, não podemos de forma alguma perder a salvação que Cristo obteve para nós (Romanos 8:38-39). Se Ele não for, então talvez o Espírito Santo esteja nos convencendo do pecado e encorajando-nos ao arrependimento e reconciliação com Deus através de Cristo. A garantia da nossa salvação vem do conhecimento de que uma vez que estamos em Cristo, somos eternamente seguros. No entanto, uma genuína fé salvadora é evidenciada por suas obras (Tiago 2:14-26) e o fruto do Espírito em nós (Gálatas 5:22). A falta desta evidência pode às vezes ser a causa de nossas dúvidas.

Você já colocou a sua fé em Cristo? Se a resposta for sim, então jogue fora suas dúvidas e confie em Deus. Se você conhece Jesus como o seu Salvador, então você é salvo sem dúvida! Se a resposta for não, então acredite no Senhor Jesus Cristo e será salvo! Se você tiver alguma dúvida sobre a salvação, não hesite em entrar em contato conosco. Ou, se preferir, visite o nosso artigo intitulado Você tem a vida eterna?

#tbs_662 - "Como e a quem Jesus pagou o nosso resgate?"

 Um resgate é algo que se paga para libertar um cativo ou prisioneiro. Jesus pagou o nosso resgate para libertar-nos do pecado, da morte e do inferno. Encontramos nos livros de Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio os requisitos de Deus para os sacrifícios. Nos tempos do Antigo Testamento, Deus ordenou aos israelitas que fizessem sacrifícios de animais para a expiação substitutiva, ou seja, a morte de um animal tomava o lugar da morte de uma pessoa, uma vez que a morte é a penalidade pelo pecado (Romanos 6:23). Êxodo 29:36a declara: "Sacrifique um novilho por dia como oferta pelo pecado para fazer propiciação."

Deus exige santidade (1 Pedro 1:15-16). A Lei de Deus exige santidade. Não podemos dar a Deus a santidade completa por causa dos pecados que cometemos (Romanos 3:23), portanto, Deus exige a satisfação de sua lei. Os sacrifícios dedicados a Ele cumpriam os requisitos. Aqui é onde Jesus entra em cena. Hebreus 9:12-15 nos diz: "Não por meio de sangue de bodes e novilhos, mas pelo seu próprio sangue, ele entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, e obteve eterna redenção. Ora, se o sangue de bodes e touros e as cinzas de uma novilha espalhadas sobre os que estão cerimonialmente impuros os santificam de forma que se tornam exteriormente puros, quanto mais, então, o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu de forma imaculada a Deus, purificará a nossa consciência de atos que levam à morte, de modo que sirvamos ao Deus vivo! Por essa razão, Cristo é o mediador de uma nova aliança para que os que são chamados recebam a promessa da herança eterna, visto que ele morreu como resgate pelas transgressões cometidas sob a primeira aliança."

Romanos 8:3-4 também diz: "Porque, aquilo que a lei fora incapaz de fazer por estar enfraquecida pela carne, Deus o fez, enviando seu próprio Filho, à semelhança do homem pecador, como oferta pelo pecado. E assim condenou o pecado na carne, a fim de que as justas exigências da lei fossem plenamente satisfeitas em nós, que não vivemos segundo a carne, mas segundo o Espírito."

Claramente, Jesus pagou o resgate por nossas vidas a Deus. Esse resgate foi a sua própria vida, o derramamento do seu próprio sangue, um sacrifício. Por causa de sua morte sacrificial, cada pessoa na terra tem a oportunidade de aceitar esse dom de expiação e ser perdoado por Deus. Sem a sua morte, a Lei de Deus ainda precisaria ser satisfeita - por nossa própria morte.

#tbs_661 - "Qual é a diferença entre misericórdia e graça?"

 Misericórdia e graça são frequentemente confundidas. Embora os termos tenham significados semelhantes, graça e misericórdia não são a mesma coisa. Para resumir a diferença: a misericórdia é Deus não nos castigando como merecem os nossos pecados e a graça é Deus nos abençoando apesar de não merecermos. Misericórdia é a libertação do julgamento, enquanto graça é estender bondade aos indignos.

Segundo a Bíblia, todos nós pecamos (Eclesiastes 7:20, Romanos 3:23, 1 João 1:8). Como resultado do pecado, todos nós merecemos a morte (Romanos 6:23) e julgamento eterno do lago de fogo (Apocalipse 20:12-15). Com isso em mente, todo dia que vivemos é um ato de misericórdia de Deus. Se Deus nos desse tudo o que merecemos, todos estaríamos, agora, condenados por toda a eternidade. No Salmo 51:1-2, Davi clama: "Tem misericórdia de mim, ó Deus, por teu amor; por tua grande compaixão apaga as minhas transgressões. Lava-me de toda a minha culpa e purifica-me do meu pecado." Um apelo a Deus por misericórdia é pedir a Ele que suspenda o julgamento que merecemos e, ao invés, conceda-nos o perdão que não merecemos.

Não merecemos nada de Deus. Deus não nos deve nada. Qualquer coisa boa que tivermos em nossas vidas é um resultado da graça de Deus (Efésios 2:5). Graça é simplesmente um favor imerecido. Deus nos dá coisas boas que não merecemos e que nunca poderíamos ganhar por nós mesmos. Resgatados do julgamento pela misericórdia de Deus, a graça é tudo o que recebemos além dessa misericórdia (Romanos 3:24). A graça comum refere-se à graça soberana que Deus concede a toda a humanidade independentemente da sua posição espiritual diante dele, enquanto que a graça salvadora é a dispensa especial da graça pela qual Deus soberanamente concede imerecida assistência divina sobre os seus eleitos para a sua regeneração e santificação.

Misericórdia e graça são mais bem ilustradas na salvação disponível através de Jesus Cristo. Merecemos o julgamento, mas se recebermos Jesus Cristo como o nosso Salvador, recebemos a misericórdia de Deus e somos libertos desse julgamento. Em vez de julgamento, pela graça recebemos a salvação, perdão dos pecados, vida abundante (João 10:10) e uma eternidade no céu, o lugar mais maravilhoso que se possa imaginar (Apocalipse 21-22). Por causa da misericórdia e graça de Deus, nossa resposta deve ser cair de joelhos em adoração e ação de graças. Hebreus 4:16 declara: "Assim sendo, aproximemo-nos do trono da graça com toda a confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça que nos ajude no momento da necessidade."

#tbs_660 - "Existe uma diferença entre o livro da vida e o livro da vida do Cordeiro?"

Existem oito referências no Novo Testamento ao "livro da vida", e duas delas se referem especificamente ao livro da vida que pertence ao Cordeiro, Jesus Cristo. Sete das referências aparecem no livro do Apocalipse. Aqueles cujos nomes estão escritos no livro da vida são os que pertencem a Deus, aqueles que alcançaram a vida eterna.

Paulo se refere àqueles que têm trabalhado ao seu lado como aqueles cujos nomes estão no livro da vida (Filipenses 4:3), mais uma vez identificando o livro da vida como um registro dos nomes dos que alcançaram a salvação eterna. Da mesma forma, Apocalipse 3:5 refere-se ao livro da vida no qual os nomes dos crentes no Senhor são encontrados. Estes são os que superaram as provações da vida terrena, provando que sua salvação é genuína. Este versículo também deixa claro que quando um nome é escrito no livro da vida, Jesus promete que nunca irá apagá-lo, provando mais uma vez a doutrina da segurança eterna. O Senhor Jesus, o qual está falando às igrejas nesta parte do livro de Apocalipse, promete reconhecer os que pertencem a Ele diante de Seu pai. Por outro lado, Apocalipse 20:15 revela o destino daqueles cujos nomes não estão escritos no livro da vida -- eternidade no lago de fogo.

Em Apocalipse 13:8 e 21:27, encontramos as referências ao "livro da vida do Cordeiro", no qual também estão os nomes de todos aqueles que foram lavados pelo sangue do Cordeiro, Jesus Cristo. O Cordeiro que foi "morto desde a criação do mundo" tem um livro no qual estão escritos todos aqueles que foram redimidos pelo Seu sacrifício. Eles são os que entrarão na Cidade Santa, a Nova Jerusalém (Apocalipse 21:10) e que viverão para sempre no céu com Deus. Já que o livro da vida é o que registra todos os que têm a vida eterna através do Cordeiro, é claro que o livro da vida e o livro da vida do Cordeiro são a mesma coisa.

#tbs_659 - "O que significa que Jesus morreu pelos nossos pecados?"

Em termos simples, sem a morte de Jesus na cruz pelos nossos pecados, ninguém teria a vida eterna. Jesus mesmo disse: "Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim" (João 14:6). Nesta declaração, Jesus declara a razão de seu nascimento, morte e ressurreição - para fornecer o caminho ao céu para a humanidade pecadora, a qual nunca poderia chegar lá por conta própria.

Quando Deus criou Adão e Eva, eles eram perfeitos em todos os sentidos e viviam em um paraíso virtual, o Jardim do Éden (Gênesis 2:15). Deus criou o homem à sua imagem, o que significa que também tinha a liberdade para tomar decisões e fazer escolhas de sua própria vontade. Gênesis 3 passa então a descrever como Adão e Eva sucumbiram às tentações e mentiras de Satanás. Ao fazer isso, eles desobedeceram à vontade de Deus ao comerem da árvore do conhecimento da qual lhes tinha sido proibido comer: "E o Senhor Deus ordenou ao homem: ‘Coma livremente de qualquer árvore do jardim, mas não coma da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que dela comer, certamente você morrerá’" (Gênesis 2:16-17). Este foi o primeiro pecado cometido pelo homem e, como resultado, toda a humanidade está sujeita à morte tanto física quanto eterna em virtude de nossa natureza pecaminosa herdada de Adão.

Deus declarou que todos os que pecam morrerão, tanto fisicamente quanto espiritualmente. Este é o destino de toda a humanidade. Entretanto, Deus, em sua graça e misericórdia, providenciou uma saída para esse dilema, o sangue derramado de seu Filho perfeito na cruz. Deus declarou que "sem derramamento de sangue não há perdão" (Hebreus 9:22), mas através do derramamento de sangue, a redenção é fornecida. A Lei de Moisés (Êxodo 20:2-17) providenciou uma maneira para as pessoas serem consideradas "sem pecado" ou "retas" aos olhos de Deus -- a oferta de animais sacrificados pelo pecado. Estes sacrifícios eram apenas temporários, porém, e eram apenas um prenúncio do perfeito e definitivo sacrifício de Cristo na cruz (Hebreus 10:10).

É por isso que Jesus veio e morreu, para se tornar o definitivo sacrifício final, o sacrifício perfeito por nossos pecados (Colossenses 1:22, 1 Pedro 1:19). Por meio dele, a promessa de vida eterna com Deus torna-se efetiva por meio da fé para aqueles que acreditam em Jesus: "a fim de que a promessa, que é pela fé em Jesus Cristo, fosse dada aos que creem" (Gálatas 3:22) . Estas duas palavras, "fé" e "crer", são críticas para a nossa salvação. É através da nossa fé no sangue derramado de Cristo pelos nossos pecados que recebemos a vida eterna. "Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie" (Efésios 2:8-9).

#tbs_658 - "Quais são os elementos essenciais da mensagem do evangelho?"

A palavra "evangelho" significa "boas novas" e é mais bem definida como a mensagem de perdão do pecado através da obra expiatória de Jesus Cristo. É essencialmente o plano de resgate de Deus para aqueles que confiam em Seu divino Filho a fim de se reconciliarem com um Deus justo e santo. O conteúdo essencial da mensagem salvadora é claramente definida para nós na Bíblia.

Na primeira carta do apóstolo Paulo aos Coríntios, ele expõe o conteúdo da mensagem do evangelho: "Irmãos, quero lembrar-lhes o evangelho que lhes preguei, o qual vocês receberam e no qual estão firmes. Por meio deste evangelho vocês são salvos, desde que se apeguem firmemente à palavra que lhes preguei; caso contrário, vocês têm crido em vão. Pois o que primeiramente lhes transmiti foi o que recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras" (1 Coríntios 15:1-4).

Nesta passagem, vemos três elementos essenciais da mensagem do evangelho. Primeiro, a frase "morreu pelos nossos pecados" é muito importante. Como Romanos 3:23 nos diz: "pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus." A realidade do pecado precisa ser reconhecida por todos que se aproximam do trono de Deus para a salvação. Um pecador deve reconhecer o desespero de sua culpa perante Deus para que o perdão possa ocorrer, e ele deve entender que o "salário do pecado é a morte" (Romanos 6:23). Sem esta verdade fundamental, nenhuma apresentação do evangelho é completa.

Segundo, a pessoa e obra de Cristo são componentes indispensáveis do evangelho. Jesus é tanto Deus (Colossenses 2:9) quanto homem (João 1:14). Jesus viveu a vida sem pecado que nunca poderíamos viver (1 Pedro 2:22) e é o único que podia morrer uma morte substitutiva pelo pecador. O pecado contra um Deus infinito requer um sacrifício infinito. Portanto, ou o homem, que é finito, tem de pagar a pena por um período infinito de tempo no inferno, ou o Cristo infinito deve pagar essa penalidade uma só vez. Jesus foi à cruz para pagar a dívida que devemos a Deus pelo nosso pecado, e aqueles que são cobertos pelo Seu sacrifício herdarão o reino de Deus como filhos do rei (João 1:12).

Terceiro, a ressurreição de Cristo é um elemento essencial do evangelho. A ressurreição é a prova do poder de Deus. Apenas Aquele que criou a vida pode ressuscitá-la após a morte, só Ele pode reverter o horror da própria morte, e só Ele pode remover o aguilhão da morte e da vitória da sepultura (1 Coríntios 15:54-55). Além disso, ao contrário de todas as outras religiões, o Cristianismo possui um Fundador que transcende a morte e promete que os seus seguidores farão o mesmo. Todas as outras religiões foram fundadas por homens e profetas cujo fim era a sepultura.

Finalmente, Cristo oferece a sua salvação como um dom gratuito (Romanos 5:15; 6:23) que só pode ser recebido pela fé, independente de quaisquer obras ou mérito de nossa parte (Efésios 2:8-9). Como o Apóstolo Paulo nos diz, o evangelho é "...o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê: primeiro do judeu, depois do grego" (Romanos 1:16). O mesmo autor inspirado nos diz: "Se você confessar com a sua boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo" (Romanos 10:9).

Estes, então, são os elementos essenciais do evangelho: o pecado de todos os homens, a morte de Cristo na cruz para pagar por esses pecados, a ressurreição de Cristo para oferecer a vida eterna àqueles que O seguem e a oferta do dom gratuito da salvação a todos.

#tbs_657 - "Será que Deus perdoa os pecados grandes? Deus pode perdoar um assassino?"

Muitas pessoas cometem o erro de acreditar que Deus perdoa "pequenos" pecados como mentir, raiva e pensamentos impuros, mas não perdoa "grandes" pecados como assassinato e adultério. Isso não é verdade. Não há pecado tão grande que Deus não possa perdoar. Quando Jesus morreu na cruz, Ele morreu para pagar a pena por todos os pecados de todo o mundo (1 João 2:2). Quando uma pessoa coloca sua fé em Jesus Cristo para a salvação, todos os seus pecados são perdoados. Isso inclui pecados passados, presentes e futuros, grandes ou pequenos. Jesus morreu para pagar a pena por todos os nossos pecados e, uma vez perdoados, todos são perdoados (Colossenses 1:14, Atos 10:43).

Todos nós somos culpados do pecado (Romanos 3:23) e merecemos a punição eterna (Romanos 6:23). Jesus morreu por nós, para pagar pelos nossos pecados (Romanos 5:8). Quem crer em Jesus Cristo para a salvação é perdoado, independente de quantos pecados tenha cometido (João 3:16). No entanto, um assassino ou adúltero provavelmente ainda terá que enfrentar sérias consequências (legais, relacionais, etc.) por suas más ações, provavelmente mais do que alguém que era "apenas" um mentiroso. No entanto, os pecados de um assassino ou um adúltero são completa e permanentemente perdoados no momento em que essa pessoa acreditar e colocar sua fé em Cristo.

O tamanho do pecado não é o fator determinante aqui, e sim o tamanho do sacrifício expiatório de Cristo. Se o sangue derramado do Cordeiro imaculado de Deus for suficiente para cobrir todos os pecados de todas as pessoas que chegariam a ter fé nele, então não pode haver limite para o tamanho ou o tipo dos pecados cobertos. Quando Ele disse: "Está consumado", o pecado recebeu um fim, plena expiação e satisfação foram dadas pelo pecado, o perdão completo foi obtido, a paz foi feita e a redenção de todo o pecado foi alcançada. A salvação era certa, segura e completa; nada precisa ser, ou poderia ser, a ela adicionada. Além disso, a obra salvadora de Cristo foi feita inteiramente sem a ajuda do homem e não pode ser desfeita.

#tbs_656 - "Pode um cristão ‘dar de volta’ a salvação?"

A resposta curta a esta pergunta é não, um cristão verdadeiro não pode "devolver" a salvação. Curiosamente, alguns que concordam que um cristão não possa "perder" a sua salvação ainda acreditam que a salvação possa ser "devolvida" a Deus. Alguns que defendem esse ponto de vista leem Romanos 8:38-39 e dizem que, embora nada fora de nós possa nos separar de Deus, nós mesmos podemos escolher, de espontânea vontade, separar-nos de Deus. Isto não só é antibíblico, mas também desafia toda a lógica.

A fim de entendermos por que não é possível "devolver" a nossa salvação, precisamos entender três coisas: a natureza de Deus, a natureza do homem e a natureza da própria salvação. Deus é, por natureza, um Salvador. Somente no livro de Salmos, treze vezes Deus é mencionado como o Salvador do homem. Apenas Deus é o nosso Salvador; ninguém mais pode salvar-nos e não podemos salvar a nós mesmos. "Eu, eu sou o SENHOR, e fora de mim não há Salvador" (Isaías 43:11). Em nenhum lugar na Bíblia Deus é retratado como um Salvador que dependa daqueles que salva para efetuar a salvação. João 1:13 deixa claro que aqueles que pertencem a Deus não nasceram de novo por sua própria vontade, mas pela vontade de Deus. Deus salva por Sua vontade de salvar e por Seu poder para salvar. Sua vontade nunca é frustrada e o Seu poder é ilimitado (Daniel 4:35).

O plano de salvação de Deus foi realizado por Jesus Cristo, Deus encarnado, o qual veio à terra para "buscar e salvar o que se havia perdido" (Lucas 19:10). Jesus deixou claro que não o escolhemos, mas que Ele nos escolheu e nomeou-nos para "ir e dar fruto" (João 15:16). A salvação é um dom de Deus mediante a fé em Cristo, dada àqueles que Ele tem, antes da fundação do mundo, predestinado a recebê-lo e que foram selados pelo Espírito Santo para a salvação (Efésios 1:11-14). Isso exclui a ideia de que o homem possa, por sua própria vontade, frustrar o plano de Deus para salvá-lo. Deus não preordenaria alguém a receber o dom da salvação, só para ter seu plano destruído por essa pessoa devolvendo o seu presente. A onisciência e presciência de Deus tornam tal cenário impossível.

O homem é, por natureza, um ser depravado que não busca a Deus de forma alguma. Até seu coração ser transformado pelo Espírito de Deus, ele não busca a Deus e nem pode fazê-lo. A Palavra de Deus é incompreensível para ele. O homem não regenerado é injusto, inútil e enganador. Sua boca está cheia de amargura e blasfêmia, seu coração é inclinado ao derramamento de sangue, ele não tem paz e não há "temor de Deus diante de seus olhos" (Romanos 3:10-18). Tal pessoa é incapaz de salvar a si mesma ou de sequer enxergar a sua necessidade de salvação. Só depois de ter sido feita uma nova criação em Cristo é que o seu coração e mente são alterados em direção a Deus. Ele agora vê a verdade e entende as coisas espirituais (1 Coríntios 2:14, 2 Coríntios 5:17).

Um cristão é aquele que tem sido redimido do pecado e colocado no caminho para o céu. Ele é uma nova criação e seu coração foi transformado em direção a Deus. Sua velha natureza foi embora, faleceu. Sua nova natureza não mais desejaria devolver a sua salvação e voltar ao seu velho ser, assim como um receptor de transplante de coração não gostaria de dar de volta o seu coração novo em troca de seu coração velho e doente. O conceito de um cristão devolver a sua salvação é antibíblico e impensável.

Obs: Meus queridos amigos a idéia de que um homem salvo por Cristo que não pode perder a salvação é inteiramente calvinista e excluí a livre escolha do homem querer ou não manter a sua salvação com a ajuda de Deus. Alguns apelam para a soberania de Deus usando a para deletar as escolhas dos homens. Muitas pessoas dizem que algumas pessoas que recebeu a salvação e voltou para o mundo nunca foram verdadeiramente salvas, mas isso não é verdade, pois sabemos que muitos provaram as coisas de Deus e rejeitaram mesmo tendo consciência das conseguecias de suas escolhas.

#tbs_655 - "Será que Deus continua a perdoar mesmo se você continuar cometendo o mesmo pecado?"

Para melhor responder a esta pergunta, vamos dar uma olhada em duas passagens poderosas da Escritura. A primeira é encontrada no livro de Salmos: "e como o Oriente está longe do Ocidente, assim ele afasta para longe de nós as nossas transgressões" (Salmo 103:12). Um dos truques mais eficazes que Satanás faz com os cristãos é nos convencer de que nossos pecados não são realmente perdoados, apesar da promessa da Palavra de Deus. Se já realmente recebemos a Jesus como Salvador através da fé e ainda temos essa dúvida desconfortável de se existe ou não o verdadeiro perdão, podemos estar sob ataque demoníaco. Os demônios odeiam quando as pessoas são libertas do seu controle, por isso tentam plantar sementes de dúvida em nossas mentes sobre a realidade da nossa salvação. Em seu vasto arsenal de truques, um dos maiores instrumentos de Satanás é constantemente lembrar-nos de nossas transgressões passadas, as quais ele usa para "provar" que Deus não poderia nos perdoar ou restaurar. Os ataques do diabo nos apresentam um verdadeiro desafio para que possamos simplesmente descansar nas promessas de Deus e confiar em Seu amor.

Entretanto, este salmo nos diz que Deus não só perdoa os nossos pecados, mas também os elimina completamente de sua presença. Isso é uma coisa profunda! Sem dúvida, este é um conceito difícil para entendermos, o que explica por que é tão fácil que nos preocupemos com o perdão ao invés de apenas aceitá-lo. A solução encontra-se em simplesmente abrir mão de nossas dúvidas e nossos sentimentos de culpa e descansar em sua promessa de perdão.

Uma outra passagem é 1 João 1:9: "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça." Que promessa incrível! Deus perdoa os seus filhos quando pecam se eles se aproximarem dEle em uma atitude de arrependimento e pedirem para ser perdoados. A graça de Deus é tão grande que pode purificar o pecador do seu pecado para que possa se tornar um filho de Deus e, correspondentemente, é tão grande que, mesmo quando tropeçamos, ainda podemos ser perdoados.

Em Mateus 18:21-22, lemos: "Então Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: ‘Senhor, quantas vezes deverei perdoar a meu irmão quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?’ Jesus respondeu: ‘Eu lhe digo: não até sete, mas até setenta vezes sete.’" Pedro provavelmente achou que estava sendo generoso. Ao invés de pagar uma pessoa que havia pecado contra ele com retribuição igual, Pedro sugeriu dar ao próximo um espaço de, digamos, até sete vezes. Pela oitava vez, o perdão e graça acabariam. Entretanto, Cristo desafiou a sugestão de Pedro ao dizer que o perdão é infinito para aqueles que estão realmente buscando-lo. Isso só é possível por causa da graça infinita de Deus, possível apenas através do sangue derramado de Cristo na cruz. Por causa do poder perdoador de Cristo, podemos sempre ser purificados depois de pecarmos se humildemente e sinceramente pedirmos perdão.

Ao mesmo tempo, deve-se destacar que não é bíblico que uma pessoa salva continue a pecar de forma habitual e contínua em seu estilo de vida (1 João 3:8-9). É por isso que Paulo nos admoesta: "Examinem-se para ver se vocês estão na fé; provem-se a si mesmos. Não percebem que Cristo Jesus está em vocês? A não ser que tenham sido reprovados!" (2 Coríntios 13:5). Como cristãos, tropeçamos, mas não devemos ter um estilo de vida caracterizado pelo pecado contínuo e sem arrependimento. Todos nós temos fraquezas e podemos cair em pecado, mesmo sem querer. Até mesmo o apóstolo Paulo fazia o que não queria fazer por causa do pecado trabalhando em seu corpo (Romanos 7:15). Como Paulo, a resposta do crente é odiar o pecado, arrepender-se dele e pedir pela graça divina para superá-lo (Romanos 7:24-25). Embora não precisemos cair por causa da graça suficiente de Deus, às vezes caímos porque confiamos na nossa força insuficiente. Quando a nossa fé se enfraquece e negamos o nosso Senhor em palavra ou ação, como Pedro fez, mesmo assim ainda há uma chance de arrependimento e perdão de nossos pecados.

Um outro truque de Satanás é nos levar a pensar que não há esperança, que não há possibilidade de sermos perdoados, curados e restaurados. Ele tentará nos fazer sentir presos à culpa de modo que não mais nos sintamos dignos do perdão de Deus. E desde quando somos dignos da graça de Deus? Deus nos amou, perdoou e escolheu para estarmos em Cristo antes da fundação do mundo (Efésios 1:4-6), não por causa de algo que fizemos, mas "a fim de que nós, os que primeiro esperamos em Cristo, sejamos para o louvor da sua glória" (Efésios 1:12). Não é possível ir a qualquer lugar onde a graça de Deus não possa alcançar e não podemos afundar tanto que Deus não pode mais nos libertar. Sua graça é maior que todos os nossos pecados. Quer estejamos apenas começando a nos desviar do caminho ou se já estivermos nos afundando e afogando em nosso pecado, a graça está disponível.

A graça é um dom de Deus (Efésios 2:8). Quando pecamos, o Espírito nos convencerá do pecado de tal forma que uma tristeza piedosa resultará (2 Coríntios 7:10-11). Ele não condenará as nossas almas como se não mais houvesse esperança, pois não há mais nenhuma condenação para aqueles que estão em Cristo Jesus (Romanos 8:1). A convicção do Espírito dentro de nós é um movimento de amor e graça. A graça não é uma desculpa para o pecado (Romanos 6:1-2) e que ninguém se atreva a dela se abusar, o que significa que o pecado deve ser chamado de pecado e não pode ser tratado como se fosse inofensivo. Crentes que não se arrependem precisam ser confrontados com amor e guiados para a liberdade, e os incrédulos precisam ser informados de que precisam se arrepender. No entanto, vamos também enfatizar o remédio, pois temos recebido graça sobre graça (João 1:16). É pela graça que vivemos, somos salvos, temos sido santificados e como seremos protegidos e glorificados. Vamos receber a graça quando pecamos por meio do arrependimento e da confissão do nosso pecado a Deus. Por que viver uma vida suja quando Cristo oferece tornar-nos limpos, perfeitos e justos aos olhos de Deus?

#tbs_654 - "E se eu não me sentir salvo?"

1- Esta é uma pergunta extremamente comum entre os cristãos. Muitas pessoas duvidam da sua salvação por causa da presença ou ausência de certos sentimentos. A Bíblia tem muito a dizer sobre a salvação, mas nada a dizer sobre “sentir-se salvo”. A salvação é um processo pelo qual o pecador é salvo de "ira", isto é, do juízo de Deus contra o pecado (Romanos 5:9; 1 Tessalonicenses 5:9). Na verdade, a morte de Jesus na cruz e a sua subsequente ressurreição foram o que alcançaram a nossa salvação (Romanos 5:10, Efésios 1:7).

2 - A nossa parte no processo de salvação é que somos salvos pela fé. Primeiro, temos de ouvir o evangelho -- as boas novas da morte e ressurreição de Jesus (Efésios 1:13). Então devemos crer --confiar plenamente apenas no Senhor Jesus (Romanos 1:16) e no Seu sacrifício. Não temos confiança nenhuma nas obras da carne para alcançar a salvação. Esta fé -- que é um dom de Deus, e não algo que produzimos por nossa conta (Efésios 2:8-9) -- envolve arrependimento, uma mudança de mentalidade sobre o pecado e Cristo (Atos 3:19) e invocar o nome do Senhor (Romanos 10:9-10, 13). A salvação resulta em uma vida transformada quando começamos a viver como uma nova criação (2 Coríntios 5:17).

3 - Vivemos em uma sociedade que muito depende de sentimentos e, infelizmente, essa mentalidade tem invadido a igreja. No entanto, nem os sentimentos nem as emoções são confiáveis. Eles secam e enchem como as marés do mar, trazendo consigo todos os tipos de algas e detritos e depositando-los na praia, para logo então recuar, corroer e levar o chão onde pisamos de volta para o mar. Tal é o estado daqueles cujas emoções governam suas vidas. As mais simples circunstâncias -- uma dor de cabeça, um dia nublado, uma palavra falada sem pensar por um amigo -- podem corroer a nossa confiança e enviar-nos "para o mar" em um ataque de desespero. Dúvida e desânimo, particularmente sobre a vida cristã, são o resultado inevitável de tentar interpretar os nossos sentimentos como se fossem confiáveis. Eles não são.

4 - Entretanto, o cristão precavido e bem armado é uma pessoa que não é governada por sentimentos, mas pela verdade que conhece. Ele não confia em seus sentimentos para provar-lhe nada. Basear-se em sentimentos é precisamente o erro que a maioria das pessoas faz na vida. São tão introspectivos que se preocupam demais com eles mesmos, constantemente analisando os seus próprios sentimentos. Estão continuamente questionando o seu relacionamento com Deus. "Será que realmente amo a Deus?" "Será que Ele realmente me ama?" "Sou bom o suficiente?" O que realmente precisamos fazer é parar de pensar em nós mesmos e de focalizar-nos tanto em nossos sentimentos e redirecionar o nosso foco a Deus e à verdade que sabemos sobre Ele por causa da Bíblia.

5 - Quando somos controlados por sentimentos subjetivos centrados em nós mesmos ao invés de na verdade objetiva centrada em Deus, vivemos em um constante estado de derrota. A verdade objetiva se focaliza nas grandes doutrinas da fé e em sua relevância para a vida: a soberania de Deus, a intercessão sumo-sacerdotal de Cristo, a promessa do Espírito Santo e a esperança da glória eterna. Entender essas grandes verdades, focalizando nelas os nossos pensamentos e repetindo-las em nossas mentes, nos permitirão raciocinar baseados na verdade em todas as provações da vida, e a nossa fé será forte e vigorosa. Raciocinar baseados no que sentimos sobre nós mesmos – ao invés de no que sabemos sobre Deus -- é o caminho certo para a derrota espiritual. A vida cristã é uma de morte para si mesmo e de "andar em novidade de vida" (Romanos 6:4), e essa vida nova é caracterizada por pensamentos sobre Aquele que nos salvou, não pensamentos sobre os sentimentos da carne morta que foi crucificada com Cristo. Quando estamos continuamente pensando em nós mesmos e nossos sentimentos, estamos essencialmente obcecados com um cadáver cheio de podridão e morte.

6 - Deus prometeu nos salvar se nos aproximarmos dEle em fé. Ele nunca prometeu que iríamos nos sentir salvos.

#tbs_653 - "É possível que o nome de uma pessoa seja apagado do Livro da Vida?"

Apocalipse 22:19 diz: "Se alguém tirar alguma palavra deste livro de profecia, Deus tirará dele a sua parte na árvore da vida e na cidade santa, que são descritas neste livro." Este versículo é normalmente envolvido no debate sobre a segurança eterna. Será que Apocalipse 22:19 significa que o nome de uma pessoa, depois de ter sido escrito no Livro da Vida do Cordeiro, pode em algum momento no futuro ser apagado? Em outras palavras, pode um cristão perder a salvação?

Em primeiro lugar, as Escrituras deixam claro que um verdadeiro crente é protegido pelo poder de Deus, selado para o dia da redenção (Efésios 4:30), e que o Filho não perderá nenhum dos que o Pai lhe deu (João 6:39). O Senhor Jesus Cristo proclamou: "Eu lhes dou a vida eterna, e elas jamais perecerão; ninguém as poderá arrancar da minha mão. Meu Pai, que as deu para mim, é maior do que todos; ninguém as pode arrancar da mão de meu Pai"(João 10:28-29b). A salvação é uma obra de Deus, não nossa (Tito 3:5), e é o Seu poder que nos protege.

Se não aos cristãos, então a quem esse "alguém" de Apocalipse 22:19 se refere? Em outras palavras, quem talvez queira adicionar ou tirar palavras da Bíblia? Muito provavelmente, esta adulteração da Palavra de Deus não seria feita pelos verdadeiros crentes, mas por aqueles que apenas professam ser cristãos e que supõem que seus nomes estejam no Livro da Vida. De um modo geral, os dois principais grupos que têm tradicionalmente adulterado a revelação são seitas pseudo-cristãs e aqueles que sustentam crenças teológicas muito liberais. Muitas seitas e teólogos liberais reivindicam o nome de Cristo para si, mas não são nascidos de novo -- o termo bíblico definitivo para um cristão.

A Bíblia cita vários exemplos de pessoas que achavam que eram crentes, mas cuja profissão de fé foi provada como sendo falsa. Em João 15, Jesus se refere a elas como ramos que não permaneceram nele, a Videira verdadeira e que, portanto, não produziram nenhum fruto. Sabemos que são falsos porque "Vocês os reconhecerão por seus frutos" (Mateus 7:16, 20). Por outro lado, os verdadeiros discípulos demonstrarão o fruto do Espírito Santo que reside dentro deles (Gálatas 5:22). Em 2 Pedro 2:22, mestres falsos são cães que retornam ao seu próprio vômito e a porca lavada que "voltou a revolver-se na lama". O ramo estéril, o cão e o porco são todos símbolos daqueles que professam ter salvação, mas que não podem confiar em nada mais que em sua própria justiça, pois não possuem a justiça de Cristo que verdadeiramente salva.

É duvidoso que aqueles que se arrependeram de seus pecados e nasceram de novo voluntariamente adulterariam a Palavra de Deus de qualquer forma, seja acrescentando ou tirando dela. É claro que reconhecemos que pessoas boas têm tido sinceras diferenças na área de crítica textual. No entanto, pode-se demonstrar como os cultistas e liberais têm repetidamente tanto "acrescentado" quanto "tirado". Assim, podemos entender a advertência de Deus em Apocalipse 22:19 desta maneira: qualquer um que mexer com essa mensagem crucial vai descobrir que Deus não colocou o seu nome no Livro da Vida, será negado o acesso à Cidade Santa e perderá qualquer expectativa de todas as coisas boas que Ele promete aos seus santos neste livro.

De um ponto de vista puramente lógico, por que o soberano e onisciente Deus -- Aquele que conhece o fim desde o começo (Isaías 46:10) -- escreveria um nome no Livro da Vida já sabendo que teria de removê-lo quando essa pessoa eventualmente negasse a fé? Além disso, ler essa advertência dentro de seu contexto no parágrafo em que aparece (Apocalipse 22:6-19) mostra claramente que Deus permanece consistente: apenas aqueles que têm dado atenção às Suas advertências, arrependeram-se e nasceram de novo poderão antecipar algo de bom na eternidade. Todos os outros, infelizmente, têm um futuro terrível e aterrorizante à sua espera.

Apocalipse 3:5 é um outro versículo muito importante para essa questão. "O vencedor.... Jamais apagarei o seu nome do livro da vida." O "vencedor" mencionado nessa carta a Sardes é o cristão. Compare isso com 1 João 5:4: "O que é nascido de Deus vence o mundo" e o versículo 5: "Quem é que vence o mundo? Somente aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus" (Veja também 1 João 2:13). Todos os crentes são "vencedores" por terem a vitória sobre o pecado e a incredulidade do mundo.

Algumas pessoas veem em Apocalipse 3:5 a imagem de Deus com sua caneta em posição pronta para eliminar o nome de qualquer cristão que peque. Eles interpretam algo mais ou menos assim: "Se você fracassar e não conquistar a vitória, então perderá a sua salvação! Na verdade, apagarei o seu nome do Livro da Vida!" Entretanto, NÃO é isso o que o versículo diz. Jesus está dando uma promessa aqui, não uma advertência.

As Escrituras nunca dizem que Deus apaga o nome de um crente do Livro da Vida; nunca há sequer um aviso de que esteja contemplando fazê-lo! A maravilhosa promessa de Apocalipse 3:5 é que Jesus NÃO apagará o nome de ninguém. Falando aos "vencedores" -- todos os redimidos pelo sangue do Cordeiro -- Jesus dá a Sua palavra de que não apagará os seus nomes. Ele afirma que quando um nome se encontra no livro, então está lá para sempre. Isso é baseado na fidelidade de Deus.

A promessa de Apocalipse 3:5 é direcionada aos crentes, os quais estão seguros na sua salvação. Em contraste, o aviso de Apocalipse 22:19 é direcionado aos incrédulos, os quais, ao invés de direcionarem seus corações para Deus, tentam mudar a Palavra de Deus para servir os seus propósitos.

Essa resposta tem umas pinceladas do calvinismo que até certo ponto está correta, pois sabemos que tudo que se ganha pode ser perdido, se não for conservado, então, é preciso manter uma comunhão com Deus sem retroceder.

#tbs_652 - "O que a Bíblia diz sobre uma conversão no leito de morte?"

O principal exemplo de conversão no leito de morte/na última hora para Cristo na Bíblia é o caso do criminoso crucificado ao lado de Jesus (Lucas 23:39-43). Apenas momentos antes de sua própria morte, este criminoso tinha sido um incrédulo escarnecedor de Cristo (Mateus 27:44). No entanto, no último momento, o criminoso se arrependeu e reconheceu Jesus como o Rei celestial. O Senhor deu-lhe a bendita promessa: "Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso".

Embora a história do criminoso na cruz demonstre que conversões de última hora sejam possíveis, a Bíblia nos adverte a arrepender-nos agora, sem esperar um outro momento. João Batista alertou: "Arrependam-se, porque o Reino dos céus está próximo" (Mateus 3:2). Jesus tinha uma mensagem idêntica sobre a necessidade de arrependimento imediato (Mateus 4:17).

A Bíblia nos adverte sobre a brevidade da vida. "Vocês são como a neblina que aparece por um pouco de tempo e depois se dissipa" (Tiago 4:14). Não somos instruídos a considerar a conversão algum dia, mas a acreditar hoje! "Se hoje vocês ouvirem a sua voz, não endureçam o coração" (Hebreus 4:7). Nenhum de nós sabe quanto tempo nos resta nesta vida ou quais serão as circunstâncias de nossa morte. Talvez morreremos de forma súbita e inesperada que impedirá uma conversão no leito de morte. A única opção razoável é arrepender-se e crer em Jesus Cristo hoje. "‘Eu o ouvi no tempo favorável e o socorri no dia da salvação’. Digo-lhes que agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação!" (2 Coríntios 6:2).

#tbs_651 - "Será que Marcos 16:16 ensina que o batismo é necessário para a salvação?"

Como acontece com qualquer versículo ou passagem, discernimos o seu ensinamento ao primeiramente filtrá-lo através do que sabemos que o resto da Bíblia ensina sobre o assunto. No caso do batismo e da salvação, a Bíblia é clara que a salvação é pela graça mediante a fé em Jesus Cristo, não pelas obras de qualquer tipo, nem mesmo o batismo (Efésios 2:8-9). Portanto, qualquer interpretação que chegue à conclusão de que o batismo, ou qualquer outro ato, seja necessário para a salvação é uma interpretação defeituosa. Para mais informações, por favor leia a nossa página sobre "A salvação é somente pela fé ou pela fé mais as obras?"

Em relação a Marcos 16:16, é importante lembrar-se de que há algumas questões textuais com Marcos capítulo 16, versículos 9-20. Há certa incerteza sobre se estes versículos eram originalmente parte do Evangelho de Marcos, ou se foram adicionados mais tarde por um escriba. Como resultado, é melhor não basear nenhuma doutrina fundamental nessa passagem, tal como lidar com cobras, a menos que também seja apoiada por outras Escrituras.

Supondo que o versículo 16 realmente fazia parte do manuscrito original de Marcos, será que ele ensina que o batismo é necessário para a salvação? A resposta simples é não, não ensina. Na verdade, quando se examina cuidadosamente este versículo, torna-se claro que, a fim de fazê-lo ensinar que o batismo seja necessário para a salvação, é preciso ir além do que o versículo realmente diz. O que este versículo realmente ensina é que a fé é necessária para a salvação, o que é consistente com todos os outros versículos da Bíblia que lidam com a salvação, especialmente os inúmeros versículos onde apenas crer ou fé é mencionado (por exemplo, João 3:18, 5:24, 12:44, 20:31, 1 João 5:13).

"Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado" (Marcos 16:16). Se avaliarmos este versículo de perto, vemos que é composto de duas afirmações básicas. 1) Aquele que crer e for batizado será salvo, e 2) quem não crer será condenado.

Claramente, o fator determinante sobre se uma pessoa é salva ou condenada é ter fé ou não. Ao interpretar esta passagem corretamente, é importante perceber que, embora nos diga algo sobre os crentes que foram batizados (eles são salvos), não diz nada sobre os crentes que não foram batizados. A fim de que este versículo ensine que batismo é necessário para a salvação, uma terceira declaração teria que ter sido incluída, algo como "aquele que crer e não for batizado será condenado" ou "Quem não for batizado será condenado". Entretanto, é claro que nenhuma dessas declarações se encontra nesse versículo.

Aqueles que tentam usar Marcos 16:16 para ensinar que o batismo é necessário para a salvação cometem uma séria, mas comum, falácia lógica que às vezes é chamada de falácia de inferência negativa. Essa falácia pode ser descrita assim: "Se uma afirmação for verdadeira, podemos supor que todas as negações dessa declaração também são verdadeiras." Em outras palavras, só porque Marcos 16:16 diz que "quem crer e for batizado será salvo", isso não significa que não será salva uma pessoa que tiver fé, mas não for batizada. No entanto, é exatamente isso o que aqueles que buscam usar esse versículo para apoiar o batismo como sendo necessário para a salvação têm que supor.

Muitas vezes, quando se considera falácias lógicas, pode ser útil avaliar outros exemplos da mesma falácia. Isso nos ajudará a enxergar com mais clareza a falácia que está sendo cometida. Neste caso, vamos considerar duas declarações diferentes, mas de estrutura semelhante. A primeira trata-se do furacão devastador que destruiu grande parte de Nova Orleans no outono de 2005. Como resultado desse furacão, muitas vidas foram perdidas e vastas áreas de Nova Orleans foram destruídas. Com esse cenário em mente, vamos considerar a primeira declaração que é muito semelhante em estrutura ao que encontramos em Marcos 16:16. "Aqueles que deixaram suas casas e fugiram de Nova Orleans foram salvos, aqueles que permaneceram em suas casas morreram".

Agora, se aplicarmos a mesma lógica a essa declaração, assim como aqueles que acreditam que Marcos 16:16 ensine que o batismo é necessário para a salvação, então teríamos de concluir que, se a primeira e segunda condições não foram satisfeitas (deixar suas casas e fugir de Nova Orleans), então todas as outras pessoas pereceram. No entanto, na vida real sabemos que não aconteceu assim. Algumas pessoas ficaram em suas casas nas áreas de baixa altitude e não pereceram. Nesta situação, é fácil ver que, embora a primeira afirmação seja verdadeira, não é verdade que todos aqueles que não fugiram de Nova Orleans pereceram. No entanto, se usarmos a mesma lógica sendo usada por aqueles que dizem que Marcos 16:16 ensina que o batismo é necessário para a salvação, essa é a conclusão que deve ser alcançada. Claramente, essa conclusão é errada.

Um outro exemplo pode ser a seguinte declaração: "Quem crer e viver em Kansas será salvo, aqueles que não creem serão condenados." Mais uma vez, tome nota da estrutura semelhante à de Marcos 16:16. Dizer que somente os crentes que vivem em Kansas são salvos é uma pressuposição ilógica e falsa. Embora Marcos 16:16 nos diga algo sobre os crentes que foram batizados (eles serão salvos), mais uma vez, não diz nada sobre os crentes que não foram batizados.

"Quem crer e viver em Kansas será salvo." "Quem crer e for batizado será salvo" (Marcos 16:16). Embora ambas as afirmações sejam verdadeiras, devemos notar que a primeira afirmação não diz nada sobre as pessoas que creem e não vivem em Kansas. Da mesma forma, Marcos 16:16 não nos diz nada sobre os crentes que não foram batizados. É uma falácia lógica e falsa suposição fazer com que a primeira declaração diga que alguém tenha que viver no Kansas para ser salvo, ou que a segunda declaração diga que alguém tenha que ser batizado para ser salvo.

Só porque Marcos 16:16 tem duas condições relativas à salvação (crer e ser batizado), isso não significa que ambas as condições sejam requisitos para a salvação. Isso seria também verdadeiro se uma terceira condição fosse adicionada. Quer sejam duas ou três condições em uma declaração sobre a salvação, isso não significa que todas as três condições devam ser satisfeitas para que se possa ser salvo. Na verdade, podemos adicionar qualquer número de condições secundárias para a fé, tal como se você crer e for batizado será salvo, ou se você crer, for batizado, frequentar a igreja e der o dízimo, você será salvo. No entanto, afirmar que todas essas condições são requisitos para a salvação é incorreto.

Isto é importante porque, a fim de saber que uma condição específica é necessária para a salvação, temos de ter uma declaração de negação como temos na segunda parte de Marcos 16:16: "quem não crer será condenado." Em essência, o que Jesus fez neste versículo foi dar-nos tanto a condição positiva de crença (todo aquele que crê será salvo) quanto a condição negativa da incredulidade (quem não crer será condenado). Portanto, podemos dizer com absoluta certeza que a fé é um requisito para a salvação. Ainda mais importante, repetidamente encontramos ambas as condições positivas e negativas nas Escrituras (João 3:16,18,36, 5:24, 6:53-54, 8:24, Atos 16:31).

Embora Jesus dê a condição positiva do batismo (quem for batizado) em Marcos 16:16 e outros versículos, em nenhum lugar da Bíblia encontramos a condição negativa do batismo sendo ensinada (tal como: quem não for batizado será condenado). Portanto, não podemos dizer que o batismo é necessário para a salvação baseado em Marcos 16:16 (ou qualquer outro versículo semelhante). Aqueles que o fazem estão baseando seus argumentos em uma lógica defeituosa.

Então, Marcos 16:16 ensina que o batismo é ou não necessário para a salvação? Essa passagem não ensina nenhum dos dois. Ela muito claramente estabelece que a crença é um requisito para a salvação, mas não prova ou refuta se o batismo é uma condição ou exigência para a salvação. Como podemos saber, então, se alguém deve ser batizado para ser salvo? Devemos avaliar a plenitude da Palavra de Deus para estabelecer isso. Para resumir as provas contra o batismo sendo necessário para a salvação:

1-A Bíblia é clara que somos salvos somente pela fé. Abraão foi salvo pela fé, e nós somos salvos pela fé (Romanos 4:1-25, Gálatas 3:6-22).

2-Por toda a Bíblia, em cada dispensação, pessoas têm sido salvas sem serem batizadas. Nenhum crente do Antigo Testamento (por exemplo, Abraão, Jacó, Davi, Salomão) foi batizado, apesar de ter sido salvo. O ladrão na cruz foi salvo, mas não foi batizado. Cornélio foi salvo antes de ser batizado (Atos 10:44-46).

3-O batismo é um testemunho da nossa fé e uma declaração pública de que cremos em Jesus Cristo. As Escrituras claramente nos dizem que temos a vida eterna no momento em que cremos (João 5:24), e a crença sempre vem antes de ser batizado. O batismo não nos salva, assim como levantar a mão ou recitar uma oração não nos salva. Somos salvos pela graça mediante a fé (Efésios 2:8-9).

4-A Bíblia nunca diz que alguém que ainda não foi batizado não é salvo.

5-Se o batismo fosse necessário para a salvação, isso significa que ninguém poderia ser salvo sem uma terceira pessoa estar presente. Em outras palavras, se o batismo fosse necessário para a salvação, alguém teria de batizar uma pessoa para que ela pudesse ser salva. Isso efetivamente limitaria quem e quando se pode ser salvo. Isso significa que alguém que confia na morte, sepultamento e ressurreição de Jesus Cristo, mas não tem a chance de ser batizado, não pode ser salvo. As consequências dessa doutrina, quando levada à sua conclusão lógica, são devastadoras. Um soldado que tem fé pereceria se fosse morto em batalha antes de poder ser batizado, etc.

6-Vemos por toda a Bíblia que um crente possui todas as promessas e bênçãos da salvação no momento em que passa a crer (João 1:12, 3:16, 5:24, 6:47, 20:31, Atos 10: 43, 13:39, 16:31). Quando uma pessoa acredita, ela tem a vida eterna, não entra em juízo e passou da morte para a vida (João 5:24), tudo isso antes de ser batizada.

Aqueles que acreditam em regeneração batismal fariam bem em considerar cuidadosamente e em oração em quem ou em que estão realmente colocando sua fé e confiança. Está a fé sendo colocada em um ato humano (ser batizado) ou na obra consumada de Cristo na cruz? Quem ou o que está sendo confiado para a salvação? Será que é a sombra (batismo) em vez da substância (Jesus Cristo)? Nunca devemos esquecer de que a nossa fé deve repousar somente em Cristo, porque "Nele temos a redenção por meio de seu sangue, o perdão dos pecados, de acordo com as riquezas da graça de Deus" (Efésios 1:7).

domingo, 23 de junho de 2019

#tbs_650 - "Será que João 3:5 ensina que o batismo é necessário para a salvação?"

Como acontece com qualquer versículo ou passagem, discernimos o seu ensinamento ao primeiramente filtrá-lo através do que sabemos que o resto da Bíblia ensina sobre o assunto. No caso do batismo e da salvação, a Bíblia é clara que a salvação é pela graça mediante a fé em Jesus Cristo, não pelas obras de qualquer tipo, nem mesmo o batismo (Efésios 2:8-9). Portanto, qualquer interpretação que chegue à conclusão de que o batismo, ou qualquer outro ato, seja necessário para a salvação é uma interpretação defeituosa. Para mais informações, por favor leia a nossa página sobre "A salvação é somente pela fé ou pela fé mais as obras?"

João 3:3-7: “Em resposta, Jesus declarou: ‘Digo-lhe a verdade: Ninguém pode ver o Reino de Deus, se não nascer de novo’. Perguntou Nicodemos: ‘Como alguém pode nascer, sendo velho? É claro que não pode entrar pela segunda vez no ventre de sua mãe e renascer!’ Respondeu Jesus: ‘Digo-lhe a verdade: Ninguém pode entrar no Reino de Deus, se não nascer da água e do Espírito. O que nasce da carne é carne, mas o que nasce do Espírito é espírito. Não se surpreenda pelo fato de eu ter dito: É necessário que vocês nasçam de novo.’” 

Ao considerar esta passagem, é importante primeiramente notar que em nenhum lugar do contexto o batismo é sequer mencionado. Embora o batismo seja mencionado mais adiante neste capítulo (João 3:22-30), isso ocorre em um cenário totalmente diferente (Judeia ao invés de Jerusalém) e em um horário diferente da discussão com Nicodemos. Isto não quer dizer que Nicodemos não conhecia o batismo, pois já existia a prática judaica de batizar gentios convertidos ao Judaísmo ou do ministério de João Batista. No entanto, ler estes versículos em seu contexto não daria qualquer razão para supor que Jesus estava falando do batismo, a menos que se estivesse tentando encontrar nessa passagem apoio a uma ideia ou teologia preconcebida. Não se justifica automaticamente ler batismo neste versículo simplesmente porque menciona "água".

Os que defendem que o batismo é necessário destacam "nascer da água" como prova. Como uma pessoa explica: "Jesus descreve e diz-lhe claramente como -- ao nascer da água e do Espírito. Esta é uma descrição perfeita do batismo! Jesus não poderia ter dado uma explicação mais detalhada e precisa do batismo." No entanto, se Jesus quisesse dizer que é preciso ser batizado para ser salvo, Ele poderia ter claramente declarado: “Digo-lhe a verdade: a menos que alguém seja batizado e nascido do Espírito, essa pessoa não poderá entrar no reino de Deus.” Além disso, se Jesus tivesse feito tal declaração, teria contradito inúmeras outras passagens da Bíblia que deixam claro que a salvação é pela fé (João 3:16; 3:36, Efésios 2:8-9, Tito 3:5).

Devemos também manter em mente o fato de que quando Jesus estava falando com Nicodemos, a ordenança do batismo cristão ainda não estava em vigor. Esta inconsistência na interpretação das Escrituras é vista quando se pergunta aos que acreditam que o batismo é necessário para a salvação por que o ladrão na cruz não precisava ser batizado para ser salvo. A resposta comum a essa pergunta é: "O ladrão na cruz ainda estava sob a Antiga Aliança e, portanto, não sujeito a esse batismo. Ele foi salvo como qualquer outra pessoa sob a Antiga Aliança." Então, em essência, as mesmas pessoas que dizem que o ladrão não precisava ser batizado porque estava "sob a Antiga Aliança" ainda usam João 3:5 como "prova" de que o batismo é necessário para a salvação. Eles insistem que Jesus está dizendo a Nicodemos que ele tinha de ser batizado para ser salvo, apesar dele, também, ainda estar sob a Antiga Aliança. Se o ladrão na cruz foi salvo sem ser batizado (porque estava sob a Antiga Aliança), por que Jesus disse a Nicodemos (que também estava sob a Antiga Aliança) que ele precisava ser batizado?

Se "nascer da água e do Espírito" não estiver se referindo ao batismo, então o que significa? Tradicionalmente, têm existido duas interpretações desta frase. A primeira é que "nascer da água" está sendo usada por Jesus para se referir ao nascimento natural (com água referindo-se ao líquido amniótico que envolve o bebê no útero) e “nascer do Espírito” indica o nascimento espiritual. Embora essa certamente seja uma possível interpretação do termo "nascer da água" e aparente se encaixar no contexto da pergunta de Nicodemos sobre como um homem pode nascer "quando é velho", essa não é a melhor interpretação ao levar-se em consideração o contexto desta passagem. Afinal, Jesus não estava falando sobre a diferença entre o nascimento natural e o nascimento espiritual. Ele estava apenas explicando a Nicodemos a sua necessidade de "nascer de cima" ou "nascer de novo".

A segunda interpretação comum desta passagem e a que melhor se encaixa no contexto geral, não só desta passagem, mas da Bíblia como um todo, é a que enxerga a frase "nascido da água e do Espírito" como descrevendo os aspectos diferentes do mesmo nascimento espiritual, ou do que significa "nascer de novo" ou "nascer do alto". Assim, quando Jesus disse a Nicodemos que devia "nascer da água e do Espírito", Ele não estava se referindo à água literal (isto é, o batismo ou o líquido amniótico no útero), mas à necessidade de limpeza espiritual ou renovação. Por todo o Antigo Testamento (Salmos 51:2,7; Ezequiel 36:25) e Novo Testamento (João 13:10; 15:3, 1 Coríntios 6:11, Hebreus 10:22), a água é muitas vezes usada figurativamente da limpeza ou regeneração espiritual causada pelo Espírito Santo, através da Palavra de Deus, no momento da salvação (Efésios 5:26, Tito 3:5).

A Bíblia de Estudo Barclay (Barclay Daily Study Bible) descreve este conceito da seguinte forma: "Há dois pensamentos aqui. A água é o símbolo da purificação. Quando Jesus toma posse da nossa vida, quando o amamos com todo o nosso coração, os pecados do passado são perdoados e esquecidos. O Espírito é o símbolo de poder. Quando Jesus toma posse da nossa vida, não significa apenas que o passado foi esquecido e perdoado; se isso fosse tudo, talvez continuássemos vivendo a mesma bagunça de vida novamente, o que não é o caso. Nessa vida entra um novo poder que nos capacita a ser aquilo que nunca seríamos capazes de ser e fazer se estivéssemos sozinhos. A água e o Espírito significam a limpeza e o fortalecimento do poder de Cristo, o qual apaga o passado e dá a vitória no futuro."

Portanto, a "água" mencionada neste versículo não é uma água física e literal, mas a "água viva" que Jesus prometeu à mulher no poço em João 4:10 e às pessoas em Jerusalém em João 7:37-39. A purificação interior e renovação produzida pelo Espírito Santo são a causa da vida espiritual que o pecador morto passa a ter (Ezequiel 36:25-27; Tito 3:5). Jesus reforça esta verdade em João 3:7 ao reafirmar que é preciso nascer de novo e que esta novidade de vida só pode ser produzida pelo Espírito Santo (João 3:8).

Há várias razões para acreditarmos que essa seja a interpretação correta da frase "nascer da água e do Espírito". Primeiramente, devemos notar que a palavra grega traduzida como "de novo" tem dois significados possíveis. O primeiro é "de novo" e o segundo é "do alto". Nicodemos aparentemente achava que se referia ao primeiro significado, "de novo", e enxergou essa ideia como incompreensível. Por isso ele não conseguia entender como um homem crescido poderia voltar ao ventre de sua mãe e nascer de novo fisicamente. Portanto, Jesus reafirma de uma forma diferente o que havia acabado de dizer a Nicodemos, de modo que ficasse claro que Ele estava se referindo a "nascer do alto". Em outras palavras, tanto o "nascer do alto" quanto o "nascer da água e do Espírito" estão dizendo a mesma coisa.

Segundo, é importante notar que a gramática grega neste versículo parece indicar que "nascer da água" e "nascer do Espírito" são uma coisa só e não duas ideias distintas. Portanto, não está falando de dois nascimentos separados, como Nicodemos incorretamente achou, mas de um nascimento, o de ser "nascido do alto" ou do nascimento espiritual necessário para que se possa "ver o reino de Deus". Essa necessidade de "nascer de novo", ou de ter o nascimento espiritual, é tão importante que Jesus diz a Nicodemos de sua necessidade em três momentos diferentes nesta passagem das Escrituras (João 3:3, 5, 7).

Em terceiro lugar, a água é muitas vezes usada simbolicamente na Bíblia para se referir à obra do Espírito Santo em santificar o crente, através da qual Deus limpa e purifica o coração ou alma do crente. Em muitos lugares de ambos o Antigo e Novo Testamentos, o trabalho do Espírito Santo é comparado à água (Isaías 44:3, João 7:38-39).

Jesus repreende Nicodemos em João 3:10 ao perguntar-lhe: "Você é mestre em Israel e não entende essas coisas?" Isto implica que o que Jesus tinha acabado de dizer a ele era algo que Nicodemos já deveria saber e conhecer por causa do Antigo Testamento. O que é que Nicodemos, como mestre do Antigo Testamento, já deveria saber e compreender? É que Deus havia prometido no Antigo Testamento um tempo vindouro quando iria "aspergir água pura sobre vocês, e vocês ficarão puros; eu os purificarei de todas as suas impurezas e de todos os seus ídolos. Darei a vocês um coração novo e porei um espírito novo em vocês; tirarei de vocês o coração de pedra e lhes darei um coração de carne. Porei o meu Espírito em vocês e os levarei a agirem segundo os meus decretos e a obedecerem fielmente às minhas leis" (Ezequiel 36:25-27). Jesus repreendeu Nicodemos por não ter se lembrado ou compreendido uma das principais passagens do Antigo Testamento referentes à Nova Aliança (Jeremias 31:33). Nicodemos deveria ter esperado que isso aconteceria. Por que Jesus repreendeu Nicodemos por não entender o batismo, mesmo quando o batismo não é mencionado em nenhum lugar do Antigo Testamento?

Embora este versículo não ensine que o batismo seja necessário para a salvação, devemos ter cuidado em não negligenciar a sua importância. O batismo é o sinal ou o símbolo do que acontece quando alguém nasce de novo. A importância do batismo não deve ser subestimada ou minimizada. No entanto, o batismo não nos salva. O que nos salva é o trabalho de limpeza do Espírito Santo quando nascemos de novo e somos regenerados por Ele (Tito 3:5).