quinta-feira, 18 de julho de 2019

#tbs_776 -  “por que Deus nos criou?”

 Uma curta resposta à pergunta: “por que Deus nos criou?” é “por causa da sua vontade”. Apocalipse 4:11 diz: “…porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas”. Colossenses 1:16 repete: “Tudo foi criado por meio dele e para ele”. Ter sido criada por causa da vontade Deus não significa que a humanidade foi feita para entreter a Deus ou para servir como divertimento. Deus é um Ser criativo, e o ato de criar lhe satisfaz e dá prazer. Deus é um Ser pessoal e tem prazer em ter outros seres com quem Ele pode ter um relacionamento genuíno.

Tendo sido feitos à imagem e semelhança de Deus (Gênesis 1:27), os seres humanos têm a habilidade de conhecer a Deus – e de amá-lO, adorá-lO, servi-lO e de ter comunhão com Ele. Deus não criou os seres humanos porque precisava deles.

Como Deus, Ele não precisa de nada. Por toda a eternidade passada, Ele não Se sentiu sozinho e não estava procurando por um “amigo”. Ele nos ama, mas isso não é a mesma coisa que precisar de nós. Se nunca tivéssemos existido, Deus ainda seria Deus – Aquele que não muda (Malaquias 3:6). O “EU SOU O QUE SOU” (Êxodo 3:14) nunca foi insatisfeito com Sua própria existência. Quando Ele fez o universo, Ele fez o que Lhe agradava. Já que é um Ser perfeito, tudo o que fez foi perfeito, tudo “era muito bom” (Gênesis 1:31). 

Além disso, Deus não criou “colegas” ou seres iguais a Ele. Logicamente, Ele não podia fazer isso. Se Deus criasse um outro ser de poder, inteligência e perfeição iguais aos que Ele possui, então Ele deixaria de ser o Único Deus Verdadeiro e dois deuses passariam a existir– isso seria uma impossibilidade. “A ti te foi mostrado para que soubesses que o SENHOR é Deus; nenhum outro há, senão ele” (Deuteronômio 4:35). Qualquer coisa que Deus criar tem que ser inferior a Ele. O ser criado não pode ser nunca superior Àquele que o criou.

Ao reconhecer a soberania e santidade completas de Deus, ficamos impressionados que Ele escolheu coroar o homem com “glória e honra” (Salmos 8:5) e condescendeu a nos chamar de “amigos” (João 15:14-15). Por que Deus nos criou? Deus nos criou por causa da Sua vontade e para o Seu prazer, para que nós, como Sua criação, tivéssemos o prazer de conhecê-lo.

#tbs_775 - "A alma humana é mortal ou imortal?"

 Sem qualquer sombra de dúvidas a alma humana é imortal.

Esse conceito é ensinado claramente em passagens do Velho e do Novo Testamento:

Salmos 22:26; Salmos 23:6; Salmos 49:7-9; Eclesiastes 12:7; Daniel 12:2-3; Mateus 25:46; 1 Coríntios 15:12-19. Daniel 12:2 diz: “E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno.” Semelhantemente, Jesus disse que os perversos “irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna” (Mateus 25:46). Com a mesma palavra grega usada para se referir a “tormento” e “vida”, é bem claro que os perversos e os justos têm uma alma eterna / imortal.

O ensino claro da Bíblia é que todas as pessoas, quer sejam salvas ou perdidas, vão passar a eternidade ou no céu ou no inferno. Vida verdadeira ou vida espiritual não acaba quando os nossos corpos carnais morrem. Nossas almas viverão para sempre, ou na presença de Deus no céu se somos salvos, ou em punição no inferno se rejeitamos o presente de Deus para salvação.

Na verdade, a promessa da Bíblia é que as nossas almas não só viverão para sempre, mas nossos corpos também serão ressuscitados. Essa esperança de uma ressurreição corporal é uma das crenças mais importantes da fé Cristã (1 Coríntios 15:12-19).

Enquanto nossas almas são imortais, é importante lembrar que não somos eternos da mesma forma que Deus é eterno.

Deus é o único ser verdadeiramente eterno, pois só Ele não teve um começo nem vai ter um final.

Deus sempre existiu e vai sempre continuar a existir. Todas as outras criaturas que têm consciência, quer sejam humanas ou angelicais, são finitas, pois todas elas tiveram um começo.

Porem nossas almas vão viver para sempre uma vez que passam a existir, a Bíblia não sustenta o conceito de que nossas almas sempre existiram.

Nossas almas são imortais, pois assim foram criadas por Deus, mas tiveram um começo; houve um certo tempo em que elas não existiram.

#tbs_774 - "Como as almas humanas são criadas?"

Há duas opiniões bíblicas plausíveis sobre como a alma humana é criada.

O Traducianismo é a teoria de que uma alma é gerada juntamente com o corpo pelos pais físicos. Passagens que aparentam sustentar essa opinião são:

(A) Em Gênesis 2:7, Deus soprou nas narinas o fôlego de vida e Adão passou a ser “alma vivente”. A Bíblia em nenhum outro lugar registra Deus executando essa ação novamente.

(B) Adão teve um filho à sua semelhança (Gênesis 5:3). Os descendentes de Adão aparentam ter “almas viventes” sem Deus ter soprado em suas narinas o fôlego da vida.

(C) Gênesis 2:2-3 aparenta indicar que Deus cessou o seu trabalho de criação.

(D) O pecado de Adão afeta todos os homens – fisicamente e espiritualmente – isso faz sentido se tanto o corpo quanto a alma vierem dos pais.

A fraqueza da teoria do Traducionismo é que não deixa claro como uma alma imaterial pode ser gerada através de um processo completamente físico.

O Traducionismo só pode ser verdade se o corpo e a alma forem indissoluvelmente entrelaçados.

O Criacionismo é a opinião de que Deus cria uma nova alma quando um novo ser humano é concebido.

Muitos fundadores da igreja primitiva acreditavam no Criacionismo e essa teoria também tem suporte bíblico.

Primeiro, a Bíblia diferencia a origem da alma da origem do corpo (Eclesiastes 12:7; Isaías 42:5; Zacarias 12:1; Hebreus 12:9).
Segundo, se Deus cria cada alma individual quando necessário, então a separação do corpo e da alma é bem firme.

A fraqueza do Criacionismo é que Deus está continuamente criando novas almas, enquanto Gênesis 2:2-3 indica que Deus já cessou de criar.

Além disso, já que a existência humana inteira - corpo, alma e espírito - é afetada pelo pecado e Deus cria uma nova alma para cada ser humano, como então essa alma é infetada pelo pecado?

Uma terceira opinião que não tem nenhum suporte bíblico é o conceito de que Deus criou todas as almas humanas ao mesmo tempo e “junta” a alma ao ser humano no momento da concepção.

Essa opinião acredita que existe uma forma de “armazém de almas” no céu onde Deus guarda as almas que estão à espera de um corpo humano. Novamente, essa opinião não tem suporte bíblico nenhum e geralmente é defendida por aqueles que têm uma mentalidade “nova era” de reencarnação.

Seja a opinião traducionista ou criacionista a correta, as duas concordam que a alma não existe antes da concepção.

Esse aparenta ser o ensino claro da Bíblia. A alma humana não existe antes do ser humano ser concebido. Se Deus cria uma nova alma humana no momento de concepção, ou se Deus projetou o processo reprodutivo humano para também reproduzir uma alma – Deus é quem é completamente responsável pela criação de cada alma.

#tbs_773 - GÊNESIS 49:14-15 - Por que Jacó profetizou escravidão para Issacar, mas em Deuteronômio 33:18-19 Moisés profetizou uma bênção?

PROBLEMA

 Em Gênesis 49:14-15 Jacó profetiza que Issacar se submeteria "ao serviço forçado
de um escravo" (v. 15-R-IBB). Entretanto, em Deuteronômio 33:19 Moisés prediz que Issacar
participaria da "abundância dos mares" e dos "tesouros escondidos da areia".

SOLUÇÃO

A história da tribo de Issacar indica que Jacó estava antevendo um tempo em que, por
causa de suas possessões de terra, Issacar se curvaria diante de invasores estrangeiros sob o
comando de Tiglate-Pileser, não lutando por sua libertação. Moisés, entretanto, estava antevendo
um tempo anterior a essa invasão, em que a tribo de Issacar prosperaria na planície fértil que há
entre as montanhas de Gilboa e Tabor. A prosperidade que eles alcançaram levou-os a uma vida
relativamente livre de problemas, uma característica aludida na figura de um jumento preguiçoso
"deitado entre dois fardos" (Gn 49:14, R-IBB), não disposto a removê-los. Tal prosperidade numa
terra que sempre era ameaçada por invasores estrangeiros e a sua indisposição de ser privado de
suas possessões pela liberdade, finalmente criou a servidão de Issacar prevista por Jacó.

#tbs_772 - GÊNESIS 49:10b - Se Judá reinaria até o Messias, por que o primeiro rei de Israel foi da tribo de Benjamim?

PROBLEMA

 Gênesis 49:10 indica que "o cetro não se arredará de Judá, nem o bastão de entre seus pés, até que venha Silo". Mas a história registra que o primeiro rei de Israel (Saul) era "da tribo de Benjamim" (At 13:21; 1 Sm 9:1-2).

SOLUÇÃO

 Este problema existe quando "Silo" é entendido como uma referência ao Messias.
Alguns eruditos entendem ser uma referência a uma cidade em Efraim, onde o Tabernáculo de
Moisés foi erigido. Com esta interpretação, Judá era para ser o líder das doze tribos por todo o
tempo no deserto, até chegarem na Terra Prometida. Mesmo que "Silo" seja uma referência ao Messias, não há um problema real aqui, já que o Messias veio da tribo de Judá (cf. Mt 1:1-3,16; Ap 5:5). Aos olhos de Deus, Davi (e não Saul) é que foi sua escolha para o primeiro rei de Israel (cf. 1 Sm 15-16). Assim, a tribo de Judá sempre foi a linha governante, da qual veio o Messias.

#tbs_771 - GÊNESIS 49:10 - Quem ou o que é Siló neste versículo?

PROBLEMA

A palavra "Silo" com freqüência é entendida como sendo uma referência a Jesus Cristo como o Messias que viria. 
Silo aparece numa frase como parte das palavras proféticas de Jacó para seu filho Judá. É através da tribo de Judá que o Messias viria (cf. 2 Sm 7; Mq 5:2); assim,
parece ser apropriado entender este versículo como sendo uma referência ao Messias, Jesus Cristo. Entretanto, o NT não faz referência alguma a esta profecia como tendo sido cumprida em Cristo, nem menciona o nome Silo.

SOLUÇÃO

 A solução a este problema envolve a pontuação da vogau do Texto Massorético (MT) do AT (veja Apêndice 1). traduzsão atualizada de Almeida traduz esta parte do versículo 10 da seguinte forma: "até que venha Silo". Esta versão segue a pontuação das vogais do texto MT e traduz a palavra hebraica shylh como o nome próprio "Silo". Silo (ou "Silo") era o nome de uma cidade situada a aproximadamente quinze quilômetros a nordeste de Betel. Embora alguns intérpretes considerem a afirmativa feita em Gênesis 49:10 como uma referência àquela cidade, outros têm entendido ser este nome uma referência ao Messias.

Entretanto, a maioria dos eruditos propõe uma diferente pontuação e entende que a palavra
significa "a quem pertence" (como traduz a R-IBB). Esta proposição tem suporte de traduções antigas, tais como as versões grega e siríaca do AT, e outras. Essas versões antigas, sendo anteriores ao texto MT, também empregaram a frase "a quem pertence". Esta forma é ainda respaldada por Ezequiel 21:27 que afirma: "até que venha aquele a quem ela pertence de direito". Quando esta parte do versículo 10 é entendida desta forma, a passagem fica: "O cetro não se arredará de Judá, nem o bastão de autoridade dentre seus pés, até que venha aquele a quem pertence, e a ele obedecerão os povos". À luz do exposto, o significado messiânico do versículo fica muito mais claro. Pois ele é cumprido com o Messias do NT (Cristo), como algumas passagens indicam: Mateus 2:6, Lucas 1:30-33, Apocalipse 5:5 e 19:11-16.

#tbs_770 - GÊNESIS 49:5-7 - Como Jacó pôde pronunciar uma maldição sobre Levi, que em Deuteronômio 33:8-11 é abençoado por Deus?

PROBLEMA

Em Gênesis 40:5-7, Jacó pronuncia uma maldição sobre Levi: "Maldito seja o seu furor, pois era forte, e a sua ira, pois era dura; dividi-los-ei [Simeão e Levi] em Jacó e os espalharei em Israel" (v. 7). Entretanto, em Deuteronômio 33:8-11, Moisés abençoa Levi: "Ensinou [Levi] os teus juízos a Jacó, e a tua lei a Israel;... Abençoa o seu poder, ó Senhor, e aceita a obra das suas mãos" (Dt 33:10-11).

SOLUÇÃO

 Jacó pronunciou essa maldição sobre Levi e Simeão por causa da maneira cruel com
que se vingaram dos habitantes de Siquém. Como punição pelo seu crime, eles seriam espalhados
entre as outras tribos de Israel, de forma a não obter uma terra em possessão para si mesmos.
Entretanto, a maldição sobre Levi acabou sendo uma bênção para as demais tribos de Israel. Pois
era o plano de Deus espalhar os descendentes de Levi por toda Israel de forma que dessa tribo se
pudesse dizer depois: "Ensinou os teus juízos a Jacó, e a tua lei a Israel" (Dt 33:10).
Não há contradição entre esses dois pronunciamentos. Os descendentes de Levi foram
espalhados, como Jacó profetizou, mas eles foram usados por Deus para funcionar como a tribo
sacerdotal por toda a Israel, como Moisés tinha proclamado. Levi não recebeu uma herança em terra
entre as demais tribos porque, em Números 18:20, Deus dissera: "Na sua terra herança nenhuma
terás, e no meio deles nenhuma porção terás: eu sou a tua porção e a tua herança no meio dos filhos
de Israel".

#tbs_769 - GÊNESIS 46:8-27 - Por que a Bíblia fala de doze tribos de Israel, se na realidade eram catorze?

PROBLEMA

Com freqüência a Bíblia afirma que eram doze as tribos de Israel. Contudo, em três
passagens distintas, a relação das tribos é diferente. Na realidade, havia 14 tribos diferentes, que são
apresentadas como sendo 12:

Gênesis 46                        Números 26                             Apocalipse 7

1. Rúben                              Rúben                                        Rúben
2. Simeão                            Simeão                                      Simeão
3. Levi -                                  -                                               Levi
4. Judá                                 Judá                                            Judá
5. Issacar                             Issacar                                       Issacar
6. Zebulom                        Zebulom                                    Zebulom
7. José -                                 -                                                José
8. -                                      Manasses                                Manasses
9. -                                       Efraim                                          -
10. Benjamim                    Benjamim                               Benjamim
11. Dã                                     Dã                                              -
12. Gade                               Gade                                        Gade
13. Aser                               Aser                                          Aser
14. Naftali                        Naftali                                        Naftali
Eram então doze ou catorze tribos?

SOLUÇÃO

 Nesta resposta, há que se observar que Jacó teve apenas doze filhos. Seus
descendentes constituíram as doze tribos originais. Entretanto, por várias razões, esses mesmos
descendentes são redispostos em tempos diferentes em grupos de doze um pouco diferentes entre si.
Por exemplo, em Gênesis 48:22 Jacó concede a José uma porção dupla de herança.
Na relação do livro de Números, Manasses e Efraim, filhos de José, substituem a tribo de
José. Também acontece que Levi não recebeu uma porção de terra em herança porque os levitas
exerciam a função de sacerdotes. Espalhados por todas as tribos em 48 cidades levíticas, eles
ensinavam os estatutos do Senhor às tribos (Dt 33:10). Conseqüentemente, a dupla porção de José
fica dividida entre Manasses e Efraim, seus dois filhos/de forma a preencher a vaga deixada por
Levi. Na passagem do Apocalipse, José e Manasses são contados em separado, possivelmente
indicando que José e Efraim (filho de José) são contados como uma única tribo. Dã é omitido nesta
relação, possivelmente porque os danitas tomaram a sua porção pela força numa área ao norte de
Aser, separando-se de sua herança original que era ao sul. Além disso, os danitas foram a primeira
tribo a ir para a idolatria. Levi aparece nesta relação como uma tribo separada, possivelmente porque, depois da cruz, os levitas não mais exercem o seu ofício para todas as tribos e, então, podem receber uma porção de terra por herança para si. Em cada caso, o autor bíblico tem o cuidado de preservar o número original de 12 tribos, número este que tem um significado espiritual, indicativo de uma perfeição espiritual (cf. as portas e fundações da Cidade celestial, em Apocalipse 21).

#tbs_768 - GÊNESIS 46:4 - Deus levou Jacó para fora do Egito ou foi lá que ele morreu?

PROBLEMA

 Deus prometeu a Jacó: "Eu descerei contigo para o Egito, e te farei tornar a subir, certamente" (Gn 46:4). Entretanto, Jacó morreu no Egito (Gn 49:33) e nunca retornou à Terra Prometida.

SOLUÇÃO

 Esta promessa cumpriu-se com Jacó de várias maneiras, das quais qualquer uma pode
explicar essa dificuldade. Primeiro, foi uma promessa à posteridade de Jacó, que do Egito foi
trazida de volta. Isto é indicado pela afirmativa: "eu farei de ti uma grande nação" (v. 3). Segundo,
Jacó foi trazido do Egito por José, embora não com vida, e sepultado em Canaã (Gn 50:13; Gn
50:25; Êx 13:19). Finalmente, depois da ressurreição Jacó retornará àquela Terra vivo (cf. Mt 8:11).

#tbs_767 - GÊNESIS 32:30 - O rosto de Deus pode ser visto?

PROBLEMA

 Deus declarou a Moisés: "homem nenhum verá a minha face, e viverá" (Êxodo 33:20; veja os comentários de João 1:18). Moisés recebeu a permissão para apenas ver Deus "pelas costas" (Êx 33:23). Contudo, a Bíblia nos informa que Moisés falou com Deus "face a face" (Dt 5:4), e o mesmo é dito com respeito a Jacó em Gênesis 32:30. Como então puderam eles falar face a face com Deus?

SOLUÇÃO

 É possível um cego falar face a face com alguém, sem, contudo, ver a face dessa
pessoa. A expressão "face a face" significa "pessoalmente", ou "diretamente", ou ainda "com
intimidade". Moisés teve esse tipo de relacionamento íntimo com Deus. Mas ele, assim como
mortal algum, jamais viu a "face" (a essência) de Deus diretamente.

#tbs_766 - GÊNESIS 31:32 - Como pôde Deus abençoar Raquel, tendo ela furtado os ídolos de Labão e ainda mentido a ele sobre isso?

PROBLEMA

Gênesis 31:32 afirma que, com respeito aos ídolos, "Jacó não sabia que Raquel os havia furtado". Entretanto, parece que Deus abençoou Raquel, mesmo tendo ela mentido a Labão.

SOLUÇÃO

 Deus não abençoou Raquel por ela ter furtado os ídolos, nem por ter mentido com
respeito ao seu ato. Simplesmente pelo fato de Labão não ter descoberto que Raquel tinha sido a
ladra, isso não quer dizer que Deus a abençoou. Pelo contrário, é mais plausível admitir que Deus
não tenha exposto o furto de Raquel por causa de Jacó, para protegê-lo. Também, Gênesis 35:16-19
relata que Raquel morreu de parto, de seu segundo filho, Benjamim. Nos capítulos intermediários,
entre 31:32 e 35:19, muito pouco é dito a respeito dela. O relato bíblico revela que de fato Deus não
abençoou Raquel pelo que ela fez, mas deixou-a num segundo plano de importância, até a sua morte
dolorosa.

#tbs_765 - GÊNESIS 31:20 - Como pôde Deus abençoar Jacó, depois de ter ele enganado Labão?

PROBLEMA

 Em Gênesis 31:20, o texto diz que "Jacó logrou a Labão" ou seja, enganou-o, "não
lhe dando a saber que fugia". Entretanto, Deus abençoou Jacó ao aparecer a Labão, advertindo-o de
que não falasse a Jacó "nem bem nem mal" (Gn 31:24). Como Deus pôde abençoar Jacó depois de
ele ter enganado Labão?

SOLUÇÃO

 Primeiro, a tradução da palavra hebraica de Gênesis 31:20 não é necessariamente
"enganar". Literalmente, no hebraico a frase é: "E Jacó roubou o coração de Labão". Esta é uma
expressão idiomática hebraica que pode ser utilizada, num determinado contexto, para significar
"enganar" ou "usar de astúcia". Jacó não disse a Labão que ia sair, nem lhe disse que ia ficar. A
razão por que ele saiu sem nada dizer a Labão possivelmente tenha sido o fato de que ele temia
Labão (cf. Gn 31:2). Jacó tampouco tinha qualquer obrigação de permanecer com Labão, porque ele
havia cumprido tudo o que fora tratado entre eles. Apesar das acusações feitas por Labão, eram
justos o temor de Jacó e o seu ato de sair sem nada dizer a Labão. Segundo, mesmo admitindo-se que Jacó estivesse envolvido numa farsa, Deus não o abençoaria por causa desse pecado, mas apesar de suas falhas. Este caso é outro exemplo do princípio de que "nem tudo que é registrado na Bíblia é por ela aprovado " (veja a Introdução). Deus havia escolhido Jacó para que ele viesse a tornar-se o pai das doze tribos de Israel não porque ele fosse reto, mas por causa da graça de Deus. O Senhor pôde abençoar Jacó segundo a sua graça, mesmo sendo ele um pecador. Através da experiência de Jacó com Labão, e mais tarde seu confronto com Esaú e sua luta com o anjo do Senhor à noite, é que o caráter de Jacó foi trabalhado de forma a tornar-se um vaso adequado para o uso de Deus.

#tbs_764 - GÊNESIS 29:21-30 - Quando Raquel foi dada a Jacó como esposa?

PROBLEMA

 Em Gênesis 29:27 Labão diz a Jacó que complete a semana das festas nupciais com
Lia, e que então Raquel lhe seria dada. Entretanto, o versículo também diz que ficou acertado entre
Labão e Jacó que em contrapartida a mais um período de sete anos de serviço, Raquel seria dada a
Jacó. Quando Raquel foi dada a Jacó: no fim da semana nupcial com Lia, ou ao se completarem os
sete anos de serviço?

SOLUÇÃO

 A passagem indica que Raquel foi dada a Jacó após os sete dias que compreendiam as
festas nupciais de Lia. A festa de casamento geralmente durava sete dias (cf. Jz 14:12). Labão
acertou com Jacó que Raquel se tornaria sua mulher ao fim daquela festa de sete dias e, em
contrapartida, Jacó serviria Labão por um período adicional de sete anos. Ironicamente, Jacó, que tinha usado do engano na questão da primogenitura de Esaú, agora fora enganado por Labão.

#tbs_763 - GÊNESIS 27:42-44 - Jacó retornou a Harã para fugir de Esaú ou para ter uma esposa?

PROBLEMA

 Rebeca disse a Jacó: "Retira-te para a casa de Labão, meu irmão, em Harã; fica com
ele alguns dias, até que passe o furor de teu irmão" (Gn 27:43-44). Mas em Gênesis 28:2 a razão
dada foi para que tomasse "lá por esposa uma das filhas de Labão, irmão de sua mãe". Qual foi a
razão afinal?

SOLUÇÃO

 Jacó retornou para Harã pelas duas razões. Duas ou mais razões para a mesma coisa
não é incomum na Bíblia. Compare os seguintes casos: 1. A exclusão de Moisés da Terra Prometida foi por causa da incredulidade (Nm 20:12), da rebelião (Nm 27:14), da transgressão (Dt 32:51) e das palavras irrefletidas (SI 106:33). 2. Saul foi rejeitado por Deus por um sacrifício ilegal (1 Sm 13:12-13), por desobediência (1 Sm 28:18) e por consultar a feiticeira de En-Dor(l Cr 10:13).

#tbs_762 - GÊNESIS 26:34 - Quantas esposas teve Esaú?

PROBLEMA

 Gênesis 26:34 afirma que Esaú casou-se com Judite, filha de Beeri, heteu, e com
Basemate, filha de Elom, heteu. Entretanto, Gênesis 36:2-3 afirma que as esposas de Esaú eram
Ada, filha de Elom, heteu; Oolibama, filha de Aná; e Basemate, filha de Ismael. Esaú casou-se com
a filha de Elom chamada Basemate ou com a sua filha Ada? Teve então Esaú duas, três ou quatro
esposas?

SOLUÇÃO

 As esposas de Esaú foram quatro: Judite, a filha de Beeri; Basemate, que também
tinha o nome de Ada, filha de Elom; Oolibama, filha de Aná; e Basemate, filha de Ismael. A razão
por que Judite não é mencionada em Gênesis 36:2-3 é porque ela não lhe deu filhos, e Gênesis 36 é
um registro dos "descendentes de Esaú". Ainda, era uma prática comum as pessoas serem
conhecidas por mais de um nome. Aparentemente Basemate, filha de Elom, também tinha o nome
de Ada, e desta forma é que ela é identificada em Gênesis 36:2, para distingui-la da outra Basemate,
que era filha de Ismael. Esaú teve assim quatro esposas.

#tbs_761 - GÊNESIS 26:33 - Berseba foi assim nomeada por Abraão ou mais tarde por Isaque?

PROBLEMA

 Em Gênesis 21:31 Abraão deu a essa cidade o nome de Berseba ("poço do juramento"). Mas posteriormente (em Gênesis 26:33), Isaque deu-lhe o mesmo nome. Mas é altamente improvável que duas pessoas diferentes, em duas ocasiões diferentes, viessem a chamar um mesmo lugar com o mesmo nome.

SOLUÇÃO

Isto não é absolutamente improvável, por duas razões. A primeira é que a segunda pessoa era filho da primeira, e pode ter tido conhecimento da experiência de seu pai naquele lugar. A segunda razão é que a experiência semelhante pela qual Isaque passou ali pode lhe ter despertado a memória, fazendo-o lembrar-se do nome que seu pai tinha dado àquele lugar. Assim, não é de todo incomum que Isaque tivesse mais tarde renovado o nome que seu pai havia anteriormente dado àquele importante lugar em suas vidas.

#tbs_760 - GÊNESIS 25:31-33 - Jacó comprou o direito da primogenitura ou o conseguiu por meio do engano?

PROBLEMA

 Este texto diz que Jacó pediu a Esaú que lhe vendesse o direito de primogenitura. Mas Gênesis 29:1ss conta-nos que para recebê-lo ele valeu-se do engano.

SOLUÇÃO

 Jacó comprou o "direito da primogenitura", mas obteve a "bênção" por meio do
engano. São duas coisas diferentes. Assim, não há uma real divergência.

#tbs_759 - GÊNESIS 25:8 - Os hebreus já tinham o conceito de vida após a morte nesse ponto tão inicial de sua história?

PROBLEMA

 Críticos eruditos afirmam que os primitivos hebreus tinham uma religião muito
rudimentar, que através dos séculos passaria por um grande desenvolvimento e evolução, chegando
por fim ao conceito de vida após a morte. Entretanto, este versículo dá a entender que, desde o
início do desenvolvimento de sua nação, os hebreus já tinham um conceito de imortalidade.

SOLUÇÃO

 Em primeiro lugar, esta postura crítica baseia-se na premissa altamente problemática
de que há um desenvolvimento evolucionista da religião, com o monoteísmo bastante desenvolvido
sendo alcançado bem tarde. Entretanto, descobertas arqueológicas recentes em Ebla contradizem tal
especulação, mostrando que o monoteísmo foi uma crença bem primitiva (de antes mesmo de 2000
a.C). Além disso, a expressão "foi reunido ao seu povo" certamente parece indicar mais do que
apenas ser enterrado junto com seus parentes. De fato, já que Abraão deixara a sua terra natal de Ur
dos caldeus para ir à terra que Deus lhe prometera, seria uma contradição levar seu corpo de volta à
terra da casa de seu pai para ser enterrado. A idéia de que a alma continuava a viver após a morte do
corpo era uma crença mantida por muitos povos do tempo de Abraão, incluindo-se os sumerianos,
os babilônios, os egípcios e outros. Além disso, esta não é a única referência primitiva ao conceito de vida após da morte. O livro de Jó possivelmente seja o mate antigo livro do AT, cujos eventos aconteceram em épocas anteriores ao tempo de Abraão e dos patriarcas de Israel. Assim mesmo, já no tempo de Jó, encontramos não somente o conceito de vida depois da morte, mas também o de uma ressurreição corporal.

Em Jó 19:25-26 deparamo-nos com Jó expressando sua confiança de que, embora talvez ele
não chegasse a ver sua vindicação pessoal nesta vida, ele sabia que Deus, por fim, faria com que
tudo ficasse certo. Esta confiança o fez expressar a sua convicção de que ele certamente iria estar
diante de Deus mesmo depois de sua morte física: "Porque eu sei que o meu Redentor, vive e por
fim se levantará sobre a terra. Depois, revestido este meu corpo da minha pele, em minha carne
verei a Deus". Este versículo mostra que o conceito de vida depois da morte era uma convicção bem
primitiva, e que o povo de Deus também acreditava na ressurreição do corpo.

#tbs_758 - GÊNESIS 25:1-2 - Como pôde Abraão nesta passagem ter tido filhos naturalmente, já que anos antes ele precisara de um milagre para ter Isaque?

PROBLEMA

 Já cm Gênesis 17, Abraão "se riu" quando Deus lhe disse que ele teria um filho (Isaque) de Sara, uma vez que ele tinha "cem anos" de idade (v. 17). Mas em Gênesis 25, muitos anos depois, ele teve filhos de Quetura, a mulher que tomou depois da morte de Sara (vv. 1-2).

SOLUÇÃO

 Há duas possibilidades que podem explicar esta dificuldade. Primeiro, o texto de Gênesis 17 não diz que Abraão se riu por achar-se muito velho para ter filhos, mas porque já havia passado o período de fertilidade de Sara (cf. 17:17; 18:12). Para um homem, naqueles tempos, não havia como saber se ele ainda era fértil; para uma mulher, porém, isso não era problema, verificando-se a presença ou não dos ciclos menstruais. Como Abraão tinha apenas 100 anos na época, e viveu até os 175, é razoável admitir que ele ainda estava fértil. Em comparação, hoje um homem que vive até os 80, normalmente ainda é fértil aos 60. Segundo, mesmo que tenha sido necessário um milagre para Abraão (e também para Sara) recuperar a fertilidade, não há por que essa fertilidade não permanecer depois por vários anos. Uma vez reanimada, a sua potência viril poderia ter durado décadas. Afinal, ele viveu mais 75 anos. De qualquer forma, essa suposta contradição aqui simplesmente não é aceitável.

#tbs_757 - GÊNESIS 25:1 - Por que este versículo chama Quetura de esposa de Abraão, ao passo que 1 Crônicas 1:32 a chama de concubina?

PROBLEMA

 Gênesis 25:1 diz: "Desposou Abraão outra mulher; chamava-se Quetura". Entretanto, 1 Crônicas 1:32 afirma: "Quanto aos filhos de Quetura, concubina de Abraão". Abraão casou-se com Quetura, ou era ela apenas uma de suas concubinas?

SOLUÇÃO

 A contradição é apenas aparente, e o problema pode ser facilmente resolvido por uma
abordagem mais profunda. Primeiro, embora em Gênesis 25:1 apareça a palavra hebraica usual para
"mulher" (ishshah), esta palavra tanto pode significar "esposa" como simplesmente "mulher".
Assim, nesse caso, o sentido da palavra não precisa ser "esposa", mas simplesmente "concubina",
especialmente à luz do versículo 6 e da afirmação feita em 1 Crônicas 1:32. Dessa forma, Gênesis
25:1 pode ser entendido simplesmente como dizendo: "Tomou Abraão outra mulher como sua
concubina". Segundo, embora 1 Crônicas empregue a palavra hebraica correspondente a concubina
(pilegesh) com respeito a Quetura, Gênesis 25:6 utiliza a mesma palavra ao se referir às mães de
todos os demais filhos de Abraão, que não Isaque. Isso sem dúvida inclui Quetura como tendo sido
uma das suas concubinas. Adicionalmente, Gênesis 25:1 começa com uma palavra hebraica
(vayoseph), que pode ser traduzida por "e adicionando" ou "e em adição a". Como Gênesis 24:67
claramente afirma que Sara, esposa de Abraão, tinha morrido, o versículo 1 do capítulo 25 não
poderia ter o sentido de que Abraão estivesse adicionando alguma coisa ao seu número de esposas.
É mais plausível tomar esta palavra como indicativa de que ele estava adicionando ao seu número
de concubinas, ao tomar mais uma mulher (ishshah).

#tbs_756 - GÊNESIS 23 - Como os filhos de Hete poderiam estar em Hebrom, em 2050 a.C, sendo que o seu reino situava-se onde hoje é a moderna Turquia?

PROBLEMA

 Hete foi o progenitor dos hititas, cujo reino se localizou onde hoje é a moderna Turquia. Mas, de acordo com alguma evidência arqueológica, os hititas não se sobressaíram no Oriente Médio antes do reinado de Mursilis I, que começou a reinar por volta de 1620 a.C. e que dominou a cidade de Babilônia em 1600 a.C. Entretanto, em Gênesis 23 várias referências são feitas ao encontro de Abraão com os filhos de Hete, que controlavam Hebrom no ano de 2050 a.C. aproximadamente. Como então a Bíblia pode dizer que os hititas controlavam Hebrom, muitos anos antes de eles se tornarem uma força significativa nessa região?

SOLUÇÃO

 Descobertas arqueológicas mais recentes de tábuas cuneiformes descrevem conflitos
em Anatólia (hoje Turquia), entre vários principados hititas de cerca de 1950 a 1850 a.C. Mesmo
antes desse conflito, entretanto, havia uma raça de não-indo-europeus, conhecida como povo de
Hati. Esse povo foi subjugado por invasores indo-europeus por volta de 2300 a 2000 a.C., os quais
adotaram o nome Hati. Nas línguas semíticas, como no hebraico, Hati e Hiti tinham a mesma grafia,
porque somente as consoantes eram escritas,
Nos dias de Ramsés II do Egito, a força militar dos hititas era suficiente para propiciar um
pacto de não-agressão entre o Egito e o império hitita, que estabeleceu limites entre eles. Nesse
tempo, o império hitita ia ao sul até Kadesh junto ao rio Orontes (hoje Asi). Entretanto, outras
evidências demonstraram que os hititas realmente penetraram mais ainda para o sul, até a Síria e a
Palestina. Embora o reino hitita não tenha tido o seu ápice senão na segunda metade do século XIV
a.C, há suficiente base para se admitir a presença hitita em Hebrom no tempo de Abraão,
controlando aquela área.

#tbs_755 - GÊNESIS 22:12 - Deus não sabia como Abraão iria agir?

PROBLEMA

 Deste versículo decorre que Deus não sabia como Abraão iria agir, em resposta à ordem que lhe deu, já que foi somente depois de Abraão ter obedecido que Deus disse: "agora sei que temes a Deus". Entretanto, a Bíblia declara em outra parte que "o seu [Deus] entendimento não se pode medir" (SI 147:5), que ele sabe "o fim desde o princípio" (Is 46:10, SBTB), e que de antemão nos conheceu e nos predestinou desde a fundação do mundo (Rm 8:29-30).

SOLUÇÃO

 Em sua onisciência, Deus sabia exatamente o que Abraão faria, já que ele sabe todas
as coisas (cf. Sl 139:2-4; Jr 17:10, At 1:24; Hb 4:13). Entretanto, o que Deus sabe por cognição e o
que se sabe por demonstração são duas coisas diferentes. Depois de Abraão ter obedecido à ordem
de Deus, ele demonstrou o que o Senhor sempre soube, isto é, que Abraão temia a Deus.
Aqui de novo a Bíblia, destinada como é a seres humanos, fala sob uma perspectiva humana. De
forma semelhante, um professor de matemática pode dizer: "Vejamos se podemos encontrar a raiz
quadrada de 49". E então, depois de fazer a demonstração, declara: "Agora sabemos que é 7", muito
embora ele soubesse desde o início qual seria a resposta.

#tbs_754 - GÊNESIS 22:2 - Como Isaque foi chamado de "único filho" de Abraão, se este já tinha também Ismael?

PROBLEMA

 Abraão recebeu a seguinte instrução em Gênesis 22:2: "Toma teu filho, teu único filho, Isaque". Entretanto, Abraão tinha tido Ismael muitos anos atrás (Gn 16) e ele tinha ainda outros "filhos" (Gn 25:6).

SOLUÇÃO

Os outros filhos de Abraão mencionados em Gênesis 25 provavelmente nasceram mais tarde, pois são mencionados três capítulos depois de Isaque ter sido chamado de "único filho".
Além disso, eram filhos de "concubinas que tinha" (Gn 25:6) e não eram contados como herdeiros
da promessa de Deus. De igual forma, Ismael fora concebido em incredulidade por uma concubina
e não era contado como herdeiro da herança prometida. Ainda, a expressão "único filho" pode ser
equivalente a "filho amado" (cf. Jo 1:18; 3:16), isto é, um filho especial. Deus claramente disse a
Abraão: "por Isaque será chamada a tua descendência" (Gn 21:12).

#tbs_753 - GÊNESIS 22:2 - Por que Deus pediu a Abraão que sacrificasse seu filho, tendo o próprio Deus condenado o sacrifício humano em Levítico 18 e 20?

PROBLEMA

 Tanto em Levítico 18:21 como em 20:2, Deus especificamente condenou o sacrifício humano, ao ordenar a Israel: "E da tua descendência não darás nenhum para dedicar-se a Moloque" (Lv 18:21); e "Qualquer dos filhos de Israel... que der de seus filhos a Moloque, será morto; o povo da terra o apedrejará" (Lv 20:2). Contudo, em Gênesis 22:2, Deus ordenou a Abraão: "Toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; oferece-o ali em holocausto, sobre um dos montes, que eu te mostrarei". Isso parece estar em total contradição com o seu mandamento para não oferecer sacrifícios humanos.

SOLUÇÃO

 Primeiro, Deus não estava interessado em que Abraão viesse de fato a matar o seu filho, nem era esse o seu plano. O fato de o anjo do Senhor ter impedido que Abraão matasse Isaque (22:12) revela isso. O propósito de Deus foi provar a fé de Abraão, com o pedido de que entregasse completamente aquele seu único filho a Deus. O anjo do Senhor declarou que era a disposição de Abraão de entregar o seu filho, e não o ato de realmente matá-lo que satisfez as expectativas de Deus com respeito a Abraão. Deus disse explicitamente: "Não estendas a mão sobre o rapaz... pois agora sei que temes a Deus, porquanto não me negaste o filho, o teu único filho" (Gn 22:12).
Segundo, as proibições tanto em Levítico 18:21 como em 20:2 eram especificamente contra
o oferecimento de um filho ao deus pagão chamado Moloque. Portanto não é uma contradição Deus
ter proibido oferendas de vidas a Moloque e ter solicitado a Abraão que oferecesse o seu filho a si,
ao único e verdadeiro Deus. É claro, oferecer um filho em sacrifício ao Senhor não é o mesmo que
oferecê-lo a Moloque, já que o Senhor não é Moloque. Apenas Deus é soberano sobre toda vida (Dt
32:39; Jó 1:21), e portanto somente ele tem o direito de pedir a vida de alguém. Com efeito, é Deus
que determina o dia da morte de cada um (SI 90:10; Hb 9:27). Terceiro, Abraão confiou no amor e no poder de Deus de tal maneira que voluntariamente obedeceu, crendo que o Senhor ressuscitaria Isaque dentre os mortos (Hb 11:17-19). Isto está implícito no fato de que, embora Abraão pretendesse matar Isaque, ele disse aos seus servos: "eu e o rapaz [nós] iremos até lá e, havendo adorado, voltaremos para junto de vós" (Gn 22:5). Finalizando, não é moralmente errado para Deus pedir que sacrifiquemos um filho a ele. Deus mesmo ofereceu o seu Filho no Calvário (Jo 3:16). De fato, até mesmo o governo de um país muitas vezes pede ao povo que sacrifique seus filhos pelo país. Certamente Deus tem um direito bem maior para requerer isso.

#tbs_752 - GÊNESIS 21:32,34 - A Bíblia colocou filisteus erroneamente na Palestina no tempo de Abraão

PROBLEMA

 A mais antiga alusão aos filisteus por fontes palestinas ou egípcias data do século
XII a.C; contudo estes versículos colocam os filisteus nessa área cerca de 800 anos antes.

SOLUÇÃO

 Esta não é a primeira vez que os críticos chegaram a falsas conclusões pela falta de
conhecimento histórico desse período. Sodoma e Gomorra são exemplos de cidades que a Bíblia
menciona e que eram consideradas não-históricas. Quando as tábuas de Ebla foram descobertas, a
acusação de que aquelas cidades eram um mito foi então descartada. Aquelas tábuas continham
referências às duas cidades.
Pode ser apenas uma questão de tempo para que outras evidências semelhantes apareçam
para confirmar o testemunho bíblico com respeito aos filisteus. Até que isso aconteça, podemos
descansar seguros de que o registro bíblico é preciso neste caso, e tendo toda a confiança nas
Escrituras, por causa de sua total exatidão em tudo que menciona. Além disso, o argumento dos
críticos neste caso é o argumento tradicionalmente falacioso, que provém da ignorância.
Simplesmente porque não temos evidências de fontes extrabíblicas quanto à existência dos filisteus
em datas anteriores, não significa que eles não tenham existido. Isso apenas quer dizer que não
dispomos de tais informações.

#tbs_751 - GÊNESIS 20:12 - Se o incesto é condenado, por que Abraão casou-se com sua irmã?

PROBLEMA

 Abraão admitiu que Sara, sua mulher, era realmente sua "irmã" (cf. Gn 17:15-16).
Contudo, o incesto é claramente denunciado como pecado em muitas passagens bíblicas (cf. Lv 18:6; 20:17). De fato, o Senhor declarou: "Maldito aquele que se deitar com sua irmã, filha de seu pai ou filha de sua mãe" (Dt 27:22).

SOLUÇÃO

 Abraão não estava isento de pecado, como revela a sua mentira ao rei Abimeleque
com respeito a Sara (Gn 20:4-5). E de fato ele admitiu que Sara era filha de seu pai e não de sua mãe; e que ela veio a ser sua mulher (cf. Gn 20:12). Entretanto, mesmo assim, não há prova de que Abraão tivesse violado uma lei por ele conhecida, por duas razões. Primeiro, as leis do incesto somente foram dadas por Moisés 500 anos depois de Abraão.
Portanto, certamente ele não poderia ser responsabilizado por leis que ainda não tinham sido promulgadas. Segundo, as palavras "irmã" e "irmão" têm um uso bem mais amplo na Bíblia, tal como acontece com os termos "pai" e "filho". Jesus, por exemplo, foi "filho" (i.e., descendente) de Davi (Mt 21:15). "Irmã" pode significar um parente próximo, mas não necessariamente indica o grau de proximidade que damos à palavra "irmã". Ló, sobrinho de Abraão, é chamado de "irmão" dele ["e tornou a trazer também a Ló, seu irmão..." (Gn 14:16, SBTB)]. De igual modo, "filha" pode significar "neta" ou "bisneta".
Considerando a idade que Abraão alcançou em sua vida (175 anos, Gn 25:7), é possível que ele tenha se casado com uma neta de seu pai, ou com uma sobrinha, ou com uma sobrinha-neta. De qualquer forma, não há prova de que o casamento de Abraão com Sara tenha violado qualquer lei então existente contrária ao incesto. Mas, mesmo que isso tenha ocorrido, a Bíblia simplesmente
nos fornece um registro verdadeiro do erro de Abraão. Quando Deus chamou Sara de "mulher" de Abraão (Gn 17:15), ele não estava legitimando nenhum suposto incesto, mas simplesmente afirmando um fato.

#tbs_750 - GÊNESIS 19:30-38 - A Bíblia condena o incesto?

PROBLEMA

O  incesto  é  enfaticamente  denunciado  em  muitas  passagens  bíblicas  (cf.  Lv  18:6; 20:17).  De  fato,  o  Senhor  declarou:  "Maldito  aquele  que  se  deitar  com  sua  irmã,  filha  de  seu  pai,  ou filha  de  sua  mãe"  (Dt  27:22).  Contudo  Ló  cometeu  incesto  com  suas  duas  filhas,  do  qual  resultaram as nações  de Moabe e  Amom,

SOLUÇÃO

Não  há  dúvida  alguma  de  que  Ló  pecou  de  diversas  maneiras,  para  não  dizer  nada quanto  à  violação  das  leis  do  incesto  que  mais  tarde  Moisés  deu  como  mandamentos  a  Israel.  Ló embebedou-se  e  pecou  com  suas  duas  filhas.  A  alma  reta  dele  tinha  sido  perturbada  com  os  muitos pecados  por  sua  longa  permanência  junto  com  o  povo  de  Sodoma.  Mas  nenhum  desses  pecados recebe  aprovação  nesta  passagem.  De  fato,  a  narrativa  seca  do  episódio,  sem  nenhum  comentário positivo  do  escritor,  indica  que  não  se  pretendeu  esconder  o  horror  desses  pecados.  Eis  aqui  um bom  exemplo  do princípio de que  nem  tudo que  a Bíblia narra  ela  aprova (veja a Introdução).

#tbs_749 - GÊNESIS 19:8 - O pecado de Sodoma era o homossexualismo ou a inospitalidade?

PROBLEMA

Há  quem  argumente  que  o  pecado  de  Sodoma  e  Gomorra  tenha  sido  a inospitalidade,  e  não  o  homossexualismo.  A  base  para  isso   é   o  costume  cananeu  que  garante proteção  a  quem  esteja  sob  o  teto  de  alguém.  É  dito  que  Ló  se  referiu  a  esse  costume  quando  disse: "nada  façais  a  estes  homens,  porquanto  se  acham  sob  a  proteção  de  meu  teto"  (Gn  19:8).  Assim,  Ló ofereceu  suas  filhas  para  satisfazer  àquela  irada  multidão,  de  forma  a  proteger  as  vidas  dos visitantes que  estavam  sob o seu teto. Alguns  ainda  alegam  que  o  pedido  daqueles  homens  da  cidade  para  "conhecer"  (Gn  19:5) significa   simplesmente  "ser  apresentado",  sem  nenhuma  conotação  sexual,  porque  a  palavra hebraica  correspondente  ao  verbo  "conhecer"  (yada)  geralmente  não  tem  conotação  sexual  (cf.  SI 139:1).

SOLUÇÃO

Embora  seja  verdade  que  a  palavra  hebraica  para  "conhecer"  (yada)  não  signifique necessariamente  "ter  relacionamento  sexual",  no  contexto  da  passagem  de  Sodoma  e  Gomorra,  ela obviamente  tem  este  significado.  Isso  é  evidente  por  várias  razões.  Primeiro,  em  dez  de  cada  doze vezes que esta palavra  aparece  em  Gênesis, ela se refere  à relação sexual  (cf. Gn 4:1,25). Segundo,  o  sentido  da  palavra  "conhecer"  é  o  do  conhecimento  sexual,  neste  mesmo capítulo.  Pois  Ló  refere-se  às  suas  duas  filhas  virgens  dizendo  "que  ainda  não  conheceram  homens" (Gn 19:8, SBTB), sendo este  um  óbvio emprego da palavra  com  o sentido  sexual. Terceiro,  o  significado  de  uma  palavra  descobre-se  pelo  contexto  em  que  ela  aparece.  E  o contexto  nesse  caso  é  certamente  o  sexual,  como  indicado  pela  referência  à  perversidade  daquela cidade  (18:20),  bem  como  por  serem  as  virgens  oferecidas  para  aplacar-lhes  a  lascívia  (19:8). Quarto,  "conhecer"  não  pode  ter  o  sentido  de  simplesmente  "ser  apresentado  a  alguém",  porque  no caso  houve  uma  referência  a  "não façais  mal"  (19:7).  Quinto,  por que  oferecer  as  filhas  virgens,  se  o intento  deles não era  sexual? Se os homens tivessem  pedido  para "conhecer" as filhas virgens de Ló, ninguém  duvidaria das intenções lascivas deles. Sexto,  Deus  já  tinha  determinado  destruir  Sodoma  e  Gomorra,  como  Gênesis  18:16-33 indica,  mesmo  antes  do  incidente  ocorrido  em  19:8.  Conseqüentemente,  é  muito  mais  razoável admitir  que  Deus  havia  pronunciado  juízo  sobre  aquelas  duas  cidades  pelos  pecados  que  eles  já vinham  cometendo,  isto  é,  por  causa  do  homossexualismo,  do  que  por  um  pecado  que  eles  ainda não  tinham  cometido, a  inospitalidade.

#tbs_748 - GÊNESIS 15:17; cf. 19:23 - Por que a Bíblia emprega termos não científicos, tais como "posto o sol"?

PROBLEMA

Os  cristãos  evangélicos  afirmam  que  a  Bíblia  é  a  inspirada  e  inerrante  palavra  de Deus.  Entretanto,  já  que  a  Bíblia  é  inerrante  em  tudo  o  que  afirma,  inclusive  com  respeito  a  fatos históricos  e  científicos,  por  que  então  encontramos  termos  não  científicos,  tais  como  "posto  o  sol" ensaia o sol"?

SOLUÇÃO

A  Bíblia  não  está  afirmando  que  o  sol  realmente  se  ponha  ou  se  levante.  Não,  ela simplesmente  faz  uso  da  linguagem  sob  o  enfoque  da  observação,  que  ainda  hoje  empregamos.  É usual  em  toda  previsão  meteorológica  referir-se  à  hora  do  "pôr-do-sol"  ou  do  "sol  nascente".  Dizer que  a  Bíblia  não  é  "científica",  ou  que  ela  contém  erros  científicos,  devido  ao  uso  de  tais expressões,  é  lançar  mão  de  um  argumento  muito  fraco.  Isso  teria  de  ser  de  igual  forma  atribuído  a praticamente  todo  o  mundo  hoje,  até  mesmo  a  cientistas  da  atualidade,  que  empregam  esse  tipo  de linguagem  em  conversas normais (veja os comentários de Josué 10:12-14).

#tbs_747 - GÊNESIS 15:16 - O êxodo ocorreu na quarta ou na sexta geração?

PROBLEMA

A Bíblia  fala  que  o  êxodo  aconteceria  na  "quarta  geração"  depois  da  descida  de  Jacó ao  Egito  (Gn  15:16).  Entretanto,  de  acordo  com  as  genealogias  de  1  Crônicas  2:1-9  (e  Mateus  1:34),  o  êxodo  ocorreu  realmente  na  sexta  geração  (2:1-11),  a  saber,  Judá,  Perez,  Hezrom,  Rão, Aminadabe, e  Naassom.

SOLUÇÃO

A palavra  "geração"  em  Gênesis  15:16  é  definida  como  tendo  o  sentido  de  100  anos, já que "a quarta geração"(v. 16) é  empregada como  se referindo a  "quatrocentos anos" (v. 13). Dessa forma,  Gênesis  15  está  se  referindo  ao  período  de  tempo,  e  1  Crônicas  está  falando  do  número  de pessoas  envolvidas  naquele  período.

#tbs_746 - GÊNESIS 14:18-20 - Quem foi Melquisedeque?

PROBLEMA

Há  algum  debate  sobre  a  natureza  de  Melquisedeque.  Foi  ele  uma  pessoa  real,  um ser fora do normal ou apenas uma personagem  de ficção?

SOLUÇÃO

Com base  em  Hebreus  7,  alguns  têm  interpretado  Melquisedeque  como  tendo  sido  um anjo  ou  até  mesmo  como  uma  aparição  de  Cristo.  Isso  não  é  provável,  já  que  o  autor  de  Hebreus apresenta  Melquisedeque  como  sendo  um  tipo  de  Cristo.  Em  Gênesis,  Melquisedeque  é  apresentado de  maneira  usual  e  histórica.  Ele  encontra-se  com  Abraão  e  com  ele  conversa  normalmente.  Não  há razão,  seja  arqueológica  ou  de  qualquer  outra  origem,  para  que  se  questione  quanto  à  personalidade histórica de  Melquisedeque.

#tbs_745 - GÊNESIS  14  -  O  relato  da  vitória  de  Abraão  sobre  os  reis  da  Mesopotâmia  é  históricamente aceitável?

PROBLEMA

Gênesis  apresenta  essa  batalha  como  real  e  verdadeira.  Mas,  de  acordo  com  a Hipótese  Documentária  do  criticismo  bíblico,  essa  história  foi  um  acréscimo  posterior,  sendo totalmente  fictícia.

SOLUÇÃO

Possuímos  muito  pouca  informação  sobre  este  período,  fora  do  livro  de  Gênesis.  Por isso,  conquanto  não  tenhamos  uma  confirmação  arqueológica  direta,  não  há  por  que  duvidar  do evento narrado  na Bíblia. Uma dúvida  assim  geralmente provém  de um preconceito antibíblico. Além  disso,  há  um  suporte  indireto  para  a  validade  deste  relato.  Um  importante  arqueólogo, W.  F.  Albright,  observou  que:  "A  despeito  de  nosso  fracasso  de  até  agora  fixarmos  o  horizonte histórico  do  capítulo  14,  podemos  ter  certeza  de  que  o  seu  conteúdo  é  bem  antigo.  Há  várias palavras  e  expressões  não  encontradas  em  parte  alguma  do  restante  da  Bíblia  e  que  agora  são reconhecidas  como  pertencentes  ao  segundo  milênio  [a.C.].  Os  nomes  das  cidades  da  Transjordânia também  são  considerados  muito  antigos"(Alleman  e  Flack,  Olá  Testament  Commentary,  Filadélfia: Fortress  Press,  1954,  p.  14).  À  luz  disso,  não  há  razão  alguma  para  duvidar  da  autenticidade  do relato bíblico  sobre  a batalha de  Abraão com  os reis  da Mesopotâmia.

#tbs_744 - GÊNESIS 12:10-20; 20:1-18 - Por que Deus permitiu que Abraão prosperasse, mesmo tendo ele mentido?

PROBLEMA

A Bíblia  nos  exorta  a  não  mentir  (Êx  20:16);  porém,  mesmo  depois  de  Abraão  ter mentido  com  respeito  a Sara, ele enriqueceu.

SOLUÇÃO

Primeiro,  o  enriquecimento  de  Abraão  não  deve  ser  visto  como  uma  recompensa divina  pela  sua  mentira.  Podemos  facilmente  entender  por  que  Faraó  lhe  deu  presentes.  Faraó  pode ter  se  sentido  obrigado  a  recompensá-lo  pelo  mau  constrangimento  que  a  sua  corrupta  sociedade impunha aos estrangeiros que visitavam  o país. Além  disso,  Faraó  deve  ter  sentido  que  deveria  recompensá-lo  por  ter  levado  a  mulher  dele até  o  palácio,  mesmo  sem  saber  da  sua  real  condição.  É  que  o  adultério  era  estritamente  proibido pela religião  egípcia. Ainda,  Abraão  pagou  pelo  seu  pecado.  Os  anos  de  transtornos  que  se  seguiram  na  vida  de Abraão podem  ter  sido uma conseqüência direta  de sua falta  de fé no poder  protetor  de Deus. Finalmente,   embora  alguns  sejam  reconhecidos  como  homens  de  Deus,  eles  são  falíveis  e responsáveis  pelo  seu  próprio  pecado  (por  exemplo,  Davi  e  Bate-Seba  -  2  Sm  12).  Deus  os abençoou  apesar dos  pecados deles, e não  por causa dos  seus pecados.

#tbs_743 - GÊNESIS 11:32 - Abraão tinha 75 ou 135 anos de idade quando saiu de Harã?

PROBLEMA

Gênesis  11:26  afirma:  "Viveu  Terá  setenta  anos,  e  gerou  a  Abrão,  a  Naor  e  a  Harã". Em  Atos  7:4,  Estêvão  afirma  que  Abraão  saiu  de  Harã  somente  quando  seu  pai,  Terá,  morreu. Gênesis  11:32  diz  que  Terá  morreu  com  205  anos.  Se  Abraão  nasceu  quando  Terá  tinha  70  anos,  e se  ele  foi  para  Canaã  somente  depois  da  morte  de  Terá  aos  seus  205  anos,  então  Abraão  deveria  ter 135  anos  quando  deixou  Harã  em  viagem  para  Canaã.  Entretanto,  Gênesis  12:4  afirma:  "Tinha Abrão  setenta  e  cinco  anos  quando  saiu  de  Harã".  Que  idade  então  tinha  Abraão  quando  ele  saiu  de Harã, 75 ou 135 anos?

SOLUÇÃO

Abraão  tinha  75  anos  quando  partiu  de  Harã.  Embora  fosse  usual  listar  os  nomes  dos filhos  do  mais  velho  para  o  mais  novo,  esta  prática  nem  sempre  era  obedecida.  Gênesis  11:26  não diz  que  Terá  tinha  70  anos  quando  Abraão  nasceu.  Antes,  afirma  que  Terá  viveu  até  os  seus  70  anos sem  ter  filho  algum,  e  então  teve  três  filhos:  Abraão,  Naor  e  Harã.  Possivelmente  Harã  tenha  sido  o filho  mais  velho  de  Terá,  o  que  parece  indicado  pelo  fato  de  que  ele  foi  o  primeiro  a  morrer  (Gn 11:28).  Naor  foi  provavelmente  o  filho  do  meio  e  Abraão,  o  caçula.  Abraão  foi  apresentado  em primeiro  lugar  porque  ele  foi  o  filho  mais  importante  de  Terá.  Como  Abraão  tinha  75  anos  de  idade quando  partiu de  Harã, isso quer dizer  que  Terá estava  com  130 anos quando  Abraão nasceu.

#tbs_742 - GÊNESIS 11:28 - Como a família de Abraão poderia ser de Ur dos cal-deus, se em outra passagem é dito que seus ancestrais vieram de Harã?

PROBLEMA

Há  um  aparente  conflito  com  respeito  à  verdadeira  procedência  de  Abraão.  Gênesis 11:28  diz  que  Abraão  veio  de  Ur  dos  caldeus  (que  fica  ao  sul  do,  hoje,  Iraque),  mas  Gênesis  29:4 afirma que  ele  é de Harã (ao norte do Iraque).

SOLUÇÃO

Esse  conflito  é  facilmente  resolvido. A  família  de  Abraão  originou-se  em  Ur,  mas depois  emigrou  para  Harã,  quando  Deus  o  chamou  (Gn  11:31-12:1).  Não  é  de  se  estranhar  que Abraão  considerasse  Harã,  onde  vivera  até  os  seus  75  anos,  como  a  sua  terra.  Também,  é  muito natural que  ele  se refira aos filhos  de seus dois irmãos mais  velhos como parte de sua família.

#tbs_741 - GÊNESIS  11:5  -  Como  foi  que  Deus  "desceu"  do  céu,  uma  vez  que  ele  já  estava  aqui  (como está em  toda parte)?

PROBLEMA

Deus  é  onipresente,  isto  é,  ele  está  em  todo  lugar  ao  mesmo  tempo  (SI  139:7-10). Gênesis  11:5  declara  que  Deus  "desceu"  para  ver  a  cidade  que  os  homens  edificavam.  Mas  se  ele  já estava aqui,  como é que  ele  "desceu"  até  aqui?

SOLUÇÃO

Deus  "desceu"  é  uma  teofania,  que  significa  uma  manifestação  especial,  e  num determinado  local,  da  presença  de  Deus.  Estas  teofanias  ocorriam  freqüentemente  no  AT.  Certa  vez, Deus  apareceu  a  Abraão  como  homem  (Gn  18:2).  Deus  também  desceu  para  falar  com  Moisés  (Êx 3), com  Josué (Js 5:13-15) e com  Gideão (Jz 6), de  maneira semelhante.

#tbs_740 - GÊNESIS 10:5 (cf. 20,31) - Por que este versículo dá a entender que a humanidade tinha muitas línguas, já que Gênesis 11:1 diz que havia uma única língua?

PROBLEMA

Os  textos  de  Gênesis  10:5,20,31  parecem  indicar  que  havia  muitos  dialetos,  o  que aparentemente  está  em  conflito  com  Gênesis  11:1,  que  de  forma  bem  clara  diz  que  "em  toda  a  terra havia apenas  uma linguagem  e uma só maneira  de falar".

SOLUÇÃO

Estes  textos  referem-se  a  dois  tempos  diferentes.  Anteriormente,  enquanto  estavam mantendo  suas  distinções  tribais,  os  descendentes  de  Cam,  Sem  e  Jafé,  todos  eles  falavam  a  mesma língua.  Posteriormente,  com  a  torre  de  Babel  (Gn  11),  Deus  puniu  os  homens  pelo  projeto  com  o qual  se  rebelavam  contra  ele,  confundindo-lhes  a  fala.  Como  resultado,  as  tribos  não  mais conseguiam  comunicar-se  umas  com  as  outras,  embora  possivelmente  às  subtribos  e  aos  clãs  tenha sido permitido  uma linguagem  compreensível,  para que assim  continuassem  a se comunicar entre si.

#tbs_739 - GÊNESIS 9:3 - Deus ordenou que se comesse carne ou apenas vegetais?

PROBLEMA

Quando  Deus  criou  Adão,  o  Senhor  ordenou-lhe  que  comesse  somente  "todas  as ervas  que  dão  semente  e  se  acham  na  superfície  de  toda  a  terra,  e  todas  as  árvores  em  que  há  fruto que  dê  semente"  (Gn  1:29).  A  carne,  porém,  não  foi  dada  por  Deus  para  se  comer.  Entretanto, quando  Noé  saiu  da  arca,  Deus  lhe  disse:  "Tudo  o  que  se  move,  e  vive,  ser-vos-á  para  alimento; como  vos  dei  a  erva  verde,  tudo  vos  dou  agora"  (Gn  9:3).  Isso  está  em  contradição  com  o mandamento anterior dado por Deus para  não se comer  carne.

SOLUÇÃO

Este  é  um  bom  exemplo  da  revelação  progressiva  de  Deus,  em  que  mandamentos anteriores  são  substituído!  por  posteriores.  Em  questões  que  não  envolvem  alteração  em  nenhum padrão  moral  intrínseco  (que  é  baseado  na  natureza  de  Deus),  o  Senhor  tem  a  liberdade  de  alterar  os mandamentos  que  ele  deu  às  suas  criaturas,  de  forma  a  servir  a  seus  propósitos  gerais,  dentro  do processo  da  redenção.  Por  exemplo,  podemos  comparar  isso  com  os  pais  que,  numa  fase  da  vida  de seus   filhos,  deixam-nos  comer  com  a  mão,  para  mais  tarde  ensiná-los  a  usar  uma  colher. Posteriormente,  ainda,  eles  instruem  seus  filhos  a  não  mais  usarem  uma  colher,  mas  sim  um  garfo. Não  há  contradição  alguma  nesse  processo. É  simplesmente  uma  questão  de  revelação  progressiva, adaptada às circunstâncias e visando  o objetivo  final.  É assim  que  Deus trabalha.

#tbs_738 - GÊNESIS 8:22 - Já que Deus prometeu sempre haver sementeira e ceifa, então por que houve tempos de fome?

PROBLEMA

Deus  prometeu  a  Noé:  "Enquanto  durar  a  terra  não  deixará  de  haver  sementeira  e ceifa".  Entretanto,  há  muitos  tempos  de  fome,  inclusive  registrados  na  Bíblia,  em  que  não  houve ceifa (cf.  Gn 26:1;  41:54).

SOLUÇÃO

O  verbo  "cessar"  (do  hebraico  shabath)  significa  chegar  a  um  fim,  ser  eliminado, acabar  com  uma  coisa  completamente.  Esta  passagem  promete  apenas  que  as  estações  não  cessarão, não  as colheitas.  A  referência  é  ao  tempo  da  semeadura  e ao  tempo  da colheita,  não necessariamente a  estes  eventos.  E  as  estações  jamais  foram  interrompidas;  elas  têm  o  seu  curso  normal,  desde  que essa  promessa  foi  feita  a  Noé.  Ainda,  a  promessa  de  Deus  não  constitui  uma  garantia  de  que  não haveria  jamais  interrupções  temporárias.  É  apenas  uma  afirmativa  de  que  haveria  permanentemente os ciclos das estações do ano,  até o final dos tempos.

#tbs_737 - GÊNESIS 8:21 - Deus mudou de idéia quanto a nunca mais destruir o mundo de novo?

PROBLEMA:  De acordo  com  este  versículo,  depois do dilúvio,  Deus prometeu:"...  nem  tomarei  a  ferir  todo  vivente,  como  fiz".  Entretanto,  Pedro  prediz  que  haverá  um dia  em  que  "os  céus  passarão  com  estrepitoso  estrondo  e  os  elementos  se  desfarão  abrasados; também  a terra  e as obras que nela existem  serão atingidas"  (2 Pe 3:10).

SOLUÇÃO:  Depois  do  dilúvio,  Deus  somente  prometeu  nunca  mais  destruir  o  mundo  da  mesma maneira  como  Ele  tinha  feito  (Gn  9:11),  ou  seja,  com  água.  O  arco-íris  é  um  símbolo  perpétuo dessa  promessa.  A  segunda  destruição  do  mundo  será  com  fogo,  e  não  com  água.  O  que  vai acontecer  é  que  "os  elementos  se  desfarão  abrasados"  (2  Pe  3:10).  Mesmo  assim,  naquele  dia  Deus não  vai  destruir  todos  os  seres  viventes.  Os  homens  serão  salvos  em  seus  corpos  físicos  ressurretos e  imperecíveis  (1 Co 15:42).

#tbs_736 - GÊNESIS 8:1 -Deus esqueceu-se temporariamente de Noé?

PROBLEMA:  O  fato  de  o  texto  dizer  que  "Lembrou-se  Deus  de  Noé"  parece  implicar  que  o Senhor  se  esqueceu  de  Noé  temporariamente.  Contudo,  a  Bíblia  declara  que  Deus  sabe  todas  as coisas (SI 139:2-4; Jr 17:10; Hb 4:13) e que  nunca se esquece  de seus santos (Is 49:15).  Como  então pôde  ele temporariamente esquecer-se de  Noé?

SOLUÇÃO:  Em  sua  onisciência,  Deus  sempre  esteve  consciente  de  que  Noé  estava  na  arca. Entretanto,  depois  de  Noé  ter  permanecido  nela  por  mais  de  um  ano,   como  se   tivesse  sido esquecido,  Deus  deu  um  sinal  de  sua  lembrança  e  fez  com  que  Noé  e  sua  família  saíssem  da  arca. Mas,  Deus  nunca  se  esqueceu  de  Noé,  já  que  o  Senhor  mesmo  foi  quem  o  notificou,  no  início,  para salvar  a  si  e  à  espécie  humana  (cf.  Gn  6:8-13).  Com  freqüência,  nós  mesmos  usamos  uma  expressão semelhante,  quando  dizemos  que  nos  "lembramos"  de  alguém  no  seu  dia  de  aniversário,  mesmo  que nunca  tenhamos  nos esquecido da existência  de tal pessoa.

#tbs_735 - GÊNESIS 7:24 - O dilúvio teve a duração de quarenta ou de cento e cinqüenta dias?

PROBLEMA Segundo  Gênesis  7:24  (e  8:3),  as  águas  do  dilúvio  permaneceram  durante  150  dias. Mas  outros  versículos  nos  dizem  que  foram  apenas  quarenta  dias  de  dilúvio  (Gn  7:4,12,17).  Qual  é o correto?

SOLUÇÃO:  Estes  números  referem-se  a  coisas  diferentes.  Quarenta  dias  foi  o  tempo  em  que "houve  copiosa  chuva"  (7:12),  e  150  dias  foi  o  tempo  em  que  as  águas  do  dilúvio  "predominaram" (cf.  7:24). Ao  fim  dos  150  dias,  "as  águas  iam-se  escoando"  (8:3).  Não  foi  senão  após  o  quinto  mês depois  do  início  da  chuva  que  a  arca  repousou  no  monte  Ararate  (8:4).  Então,  onze  meses  depois  do início  das  chuvas,  as  águas  secaram-se  (7:11;  8:13).  E  exatamente  um  ano  e  dez  dias  depois  do início  do dilúvio,  Noé e  sua  família saíram  da  arca e  pisaram  em  solo seco (7:11; 8:14).

#tbs_733 - GÊNESIS 6:14ss - Como é que uma arca feita de madeira poderia resistir a um dilúvio tão violento?

PROBLEMA:  A  arca  tinha  sido  construída  apenas  de  madeira,  e  levava  uma  pesada  carga.  Um dilúvio  de  âmbito  mundial  produz  violentas  correntezas,  que  teriam  quebrado  a  arca  totalmente  (cf. Gn 7:4,11).

SOLUÇÃO:  Primeiro,  a  arca  foi  feita  de  um  material  resistente  e  flexível  (cipreste,  cf.  Gn  6:14), uma  madeira  que  "cede"  sem  se  rachar.  Segundo,  a  carga  penada  foi  um  ponto  positivo,  por  lhe  dar certa  estabilidade.  Terceiro,  os  arquitetos  navais  informam-nos  de  que  a  forma  construtiva  da  arca, semelhante  a  uma  caixa  comprida,  é  uma  forma  que  dá  estabilidade  e  resistência  a  águas turbulentas.  Na  verdade,  os  transatlânticos  modernos  seguem  basicamente  as  mesmas  dimensões  da arca de Noé ou têm  medidas proporcionais às dela.

#tbs_732 - GÊNESIS 6:14ss - Como é que na relativamente pequena arca de Noé couberam centenas de milhares de espécies?

PROBLEMA:  A Bíblia  diz  que  a  arca  de  Noé  tinha  apenas  137  metros  de  comprimento,  por  23  de largura  e  14  de  altura  (Gn  6:15).  Noé  recebeu  a  instrução  de  colocar  nela  um  casal  de  cada  espécie de  animal  imundo  e  sete  casais  de  animais  puros  (6:19;  7:2).  Mas  os  cientistas  nos  informam  de  que há  de meio  bilhão  a um  bilhão ou mais  de espécies  de animais.

SOLUÇÃO:  Primeiro,  o  conceito  moderno  de  "espécie"  não  é  o  mesmo  da  Bíblia.  No  sentido bíblico,   provavelmente   sejam   apenas  algumas  centenas  de  "espécies"  diferentes  de  animais terrestres  que  teriam  de  ser  levados  para  a  arca.  Os  animais  marinhos  permaneceram  no  mar,  e muitas outras espécies poderiam  sobreviver  na forma  de ovos. Segundo,  a  arca  não  era  assim  tão  pequena;  ela  tinha  uma  enorme  estrutura  -  a  dimensão  de um moderno transatlântico.  Além  disso,  ela  tinha  três  andares  (6:16),  o  que  triplicava  seu  espaço  a um total  de 425.000 metros cúbicos! Terceiro,  Noé  pode  ter  levado  filhotes  ou  variedades  menores  de  alguns  dos  animais  de maior  porte.  Levando  em  conta  todos  esses  fatores,  havia  espaço  suficiente  para  todos  os  animais, para  o alimento  para a viagem  e para os oito  seres humanos a bordo.

#tbs_731 - GÊNESIS 6:6 - Por que Deus estava insatisfeito com o que ele tinha feito?

PROBLEMA:  Em  Gênesis  1:31,  Deus  estava  plenamente  satisfeito  com  o  que  acabara  de  fazer, declarando  que  tudo  "era  muito  bom".  Mas,  em  Gênesis  6:6,  ele  declara  que  "se  arrependeu...  de  ter feito o homem  na terra". Como  estas duas afirmativas podem  ser verdadeiras?

SOLUÇÃO:  Estes  versículos  se  referem  à  humanidade  em  tempos  diferentes  e  sob  diferentes condições.  O  primeiro  enfoca  os  seres  humanos  em  seu  estado  original  de  criação.  O  segundo refere-se  à  humanidade  depois  da  queda  e  logo  antes  do  dilúvio.  Deus  se  agradou  com  o  que  criou, mas  não teve  prazer algum  com  o que o pecado  fez em  sua perfeita criação.

#tbs_730 - GÊNESIS 6:3 - Há aqui uma contradição com o que Moisés disse no Salmo 90, a respeito da duração da vida humana?

PROBLEMA:  O  texto  de  Gênesis  6:3  parece  indicar  que  a  longevidade  humana  após  o  dilúvio seria  de,  no  máximo,  "cento  e  vinte  anos".  Contudo,  no  Salmo  90,  Moisés  a  considerou  ser  de  70  ou 80 anos, no máximo (v.  10).

SOLUÇÃO:   Em  primeiro  lugar,  não  é  de  todo  certo  que  Gênesis  6:3  esteja  se  referindo  à longevidade  humana.  Pode  ser  que  esteja  falando  de  quantos  anos  ainda  faltavam  até  que  o  dilúvio ocorresse. Segundo,  mesmo  que  de  fato  seja  uma  antevisão  da  duração  da  vida  dos  homens,  isso  não contradiz  a  posterior  referência  a  70  ou  80  anos,  por  duas  razões:  primeiro,  o  texto  se  refere  a  um período  anterior,  quando  as  pessoas  ainda  viviam  mais  tempo  (o  próprio  Moisés  viveu  120  anos, conforme  Deuteronômio  34:7);  segundo,  os  70  ou  80  anos  provavelmente  não  seriam  um  limite superior  absoluto,  mas  simplesmente  uma  referência  à  média  das  idades  das  pessoas  que  morrem  na velhice.

#tbs_729 - GÊNESIS 6:2 - Os "filhos de Deus" eram anjos que se casaram com mulheres?

PROBLEMA:  A  expressão  "filhos  de  Deus"  no  AT  é  empregada  exclusivamente  referindo-se  a anjos  (Jó  1:6;  2:1;  38:7).  Entretanto,  o  NT  nos  informa  que  os  anjos  "nem  casam,  nem  se  dão  em casamento"  (Mt  22:30).  Além  disso,  se  os  anjos  se  casassem  com  seres  humanos,  os  filhos  deles seriam  meio  humanos,  meio  anjos.  Mas  os  anjos  não  podem  ser  redimidos(Hb  2:14-16;  2  Pe  2:4;  Jd 6).

SOLUÇÃO:  Várias  são  as interpretações  possíveis,  no  lugar  de  insistir  em  que  anjos  tenham coabitado  com  seres humanos. Alguns  eruditos  bíblicos  crêem  que  a  expressão  "filhos  de  Deus"  seja  uma  referência  à linhagem  piedosa  de  Sete  (através da  qual  viria  o redentor  -  Gn 4:26),  que  se entremeou  com  a  linha ímpia  de  Caim.  Eles  alegam  que:  (a)  isso  se  coaduna  com  o  contexto  imediato;  (b)  evita  todo  o problema  decorrente  da  interpretação  de  que  eram  anjos;  (c)  está  de  acordo  com  o  fato  de  que  os seres humanos também  são mencionados no  AT  como "filhos"  de Deus (Is 43:6). Outros  estudiosos  acreditam  que  "filhos  de  Deus"  seja  uma  referência  a  grandes  homens,  a "varões  de  renome  na  antigüidade".  Apontam  para  o  fato  de  que  o  texto  refere-se  a  "gigantes"  e "valentes"  (v.  4).  Ainda,  isso  evita  o  problema  de  os  anjos  (espíritos)  coabitarem  com  seres humanos.
Outros ainda  combinam  estas interpretações e  especulam  que os "filhos de Deus" eram  anjos que  "não  guardaram  o  seu  estado  original"  (Jd  6)  e  que  na  realidade  possuíram  seres  humanos, levando-os  a  um  cruzamento  com  "as  filhas  dos  homens",  produzindo  assim  uma  raça  superior,  cuja semente  foram  os  "gigantes"  e  os  "varões  de  renome".  Esta  posição  parece  explicar  todos  os  pontos, exceto  o  problema  insuperável  de  os  anjos,  não  tendo  corpos  (Hb  1:14)  e  sendo  assexuados, coabitarem  com  seres humanos.

#tbs_728 - GÊNESIS 5:5 - Como podia alguém viver mais de 900 anos?

PROBLEMA:  "Os  dias  todos  da  vida  de  Adão  foram  novecentos  e  trinta  anos"  (Gn  5:5); Matusalém  viveu  "novecentos  e  sessenta  e  nove  anos"  (Gn  5:27);  e  a  média  da  idade  dos  que tiveram  uma  vida  normal  foi  superior  a  900  anos.  Contudo,  a  própria  Bíblia  reconhece  que  a maioria  das pessoas chega  até  os 70 ou 80 anos, quando  ocorre sua morte  natural (Sl 90:10).

SOLUÇÃO:  Antes  de  mais  nada,  a  referência  no  Salmo  90  é  ao  tempo  de  Moisés  (1400  a.C.)  e  ao tempo  posterior,  quando  a  longevidade  tinha  decrescido  para  70  ou  80  anos  para  a  maioria,  embora o próprio  Moisés tenha vivido  120 anos (Dt  34:7). Alguns  sugerem  que  aqueles  "anos"  seriam  realmente  apenas  meses,  o  que  reduziria  900 anos  ao  período  normal  de  vida  de  80  anos.  Entretanto,  isso  não  é  plausível  por  duas  razões.  A primeira  é  que  não  há  precedente  algum  no  AT  que  tome  a  palavra  "ano"  com  o  sentido  de  "mês".  A segunda  é  que,  como  Maalaleel  gerou  um  filho  com  a  idade  de  65  anos  (Gn  5:15)  e  Cainã,  aos  70 anos  (Gn  5:12),  isso  significaria  que  eles  estariam  com  menos  de  seis  anos  de  idade  ao  terem  filhos, o que  é biologicamente impossível. Outros  sugerem  que  esses  nomes  representam  linhas  de  famílias  ou  clãs  que  se  mantiveram por  gerações  antes  de  terminarem.  Entretanto,  isso  não  faz  sentido,  por  vários  motivos.  Primeiro, alguns  desses  nomes  (como  por  exemplo  Adão,  Sete,  Enoque,  Noé)  são  de  indivíduos  cujas  vidas foram  narradas  no  texto  (Gênesis  1-9).  Segundo,  linhas  familiares  não  "geram"  linhas  familiares com  nomes  diferentes.  Terceiro,  linhas  familiares  não  "morrem",  como  aconteceu  com  cada  um daqueles  indivíduos  (cf.   5:5,8,11  etc).  Quarto,  a  referência  a  ter  "filhos  e  filhas"(5:4)  não  é compatível com  essa teoria  de clãs. Conseqüentemente,  tudo  indica  que  o  melhor  é  considerarmos  serem  anos  mesmo  (embora fossem  anos  lunares  de  12x30=360  dias),  e  isso  por  diversas  razões:  (1)  Antes  de  mais  nada, posteriormente  a  vida  foi  reduzida  a  120  anos  como  uma  punição  dada  por  Deus  (Gn  6:3).  (2) Depois  do  dilúvio,  a  duração  da  vida  foi  diminuindo  gradativamente  dos  900  anos  (Gn  5)  para  os 600  (Sem:  Gn  11:10-11),  para  os  400  (Sala:  Gn  11:14-15),  para  os  200  (Reú:  Gn  11:20-21).  (3) Biologicamente,  não  há  razão  por  que  o  homem  não  possa  ter  vivido  centenas  de  anos.  Os  cientistas lutam  muito  mais  para  resolver  o  problema  do envelhecimento  e  da  morte  do  que  o  da  longevidade. (4)  A  Bíblia  não  é  a  única  a  falar  de  centenas  de  anos  como  idade  dos  antigos.  Há  também  registros do grego  antigo e  das eras egípcias que fazem  menção a  isso.

#tbs_727 - GÊNESIS  5:1ss  -  Como  podemos  conciliar  esta  cronologia  (que  vai  até  cerca  de  4.000  anos a.C.) com  a antropologia, que tem  demonstrado que a humanidade  é muito mais velha?

PROBLEMA:  Se as idades mencionadas  em Gênesis 5 e 10 foram somadas ao  restante das datas do AT, o resultado  será cerca de um pouco mais de 4.000  anos a.C. Mas os arqueólogos e antropólogos datam o homem de milhares de anos antes (pelo menos 10.000 anos).

SOLUÇÃO: Há uma boa  evidência que sustenta  a crença de que  a humanidade tenha mais  de 6.000 anos.  Mas  há  também  boas  razões  para  se  crer  que  há  algumas  lacunas  nas  genealogias  de  Gênesis. Primeiro,  sabemos  que  há  uma  lacuna  na  genealogia  do  livro  de  Mateus,  quando  diz  "Jorão,  [gerou] a  Uzias"  (Mt  1:8).  Mas,  em  comparação  com  1  Crônicas  3:11-14,  vemos  que  Mateus  deixa  fora  três gerações (Acazias,  Joás e  Amazias),  como segue:

Mateus.                1 Crônicas
Jorão.                    Jorão
   -                            Acazias
   -                              Joás
   -                             Amazias
Uzias  -  Uzias (também  chamado  Azarias) Segundo, falta pelo menos uma  geração na genealogia de Gênesis.  Lucas 3:36 menciona"Cainã" entre  Arfaxade e Sala, mas o nome Cainã não  aparece nessa ordem no registro de  Gênesis (veja  Gn  10:22-24). É melhor  vermos Gênesis 5 e 10 como  genealogias adequadas, não como cronologias completas.Finalmente, pelo  fato de se saber que há lacunas nas  genealogias, não podemos determinar acuradamente a idade da raça humana simplesmente pela adição dos números de Gênesis 5 e 10.

#tbs_726 - GÊNESIS 4:26 - O culto a Deus começou aqui, ou foi antes?

PROBLEMA: De  acordo  com  este  versículo  -  "daí  se  começou  a  invocar  o  nome  do  Senhor"  -,  se depreende  que,  até  os  dias  de  Enos,  filho  do  terceiro  filho  de  Adão  e  Eva,  Deus  não  era  cultuado. Contudo,  bem  antes  desse  tampo  o  primeiro  filho  de  Adão,  Abel,  trouxe  um  sacrifício  ao  Senhor, que  foi aceito (Gn:4:3-4).

SOLUÇÃO: O significado  de  "invocar  o  nome  do  Senhor"  (em  Gn  4:26)  não  está  muito  claro.  E  o que  não  está  muito  claro  não  pode  ser  tomado  para  contradizer  o  que  está  claro,  a  saber,  que  Abel cultuou  a  Deus  antes  de  Enos.  É  possível  que  "invocar  o  nome  do  Senhor"  seja  uma  referência  a  um culto  ao  Senhor  feito  de  forma  regular,  com  maior  solenidade,  e,  ou,  um  culto  público,  ou  ainda uma  referência à  oração (cf.  Rm  10:13), que  não era praticada anteriormente. De  qualquer  forma,  não  há  contradição  alguma  aqui,  pois,  antes  desse  tempo,  não  é  dito  que Abel  ou algum  outro  "invocou o nome  do Senhor" - qualquer  que seja  o significado  dessa  frase.