sábado, 24 de agosto de 2019

#tbs_800 - "O que significa fazer parte da família de Deus?"

A Bíblia ensina que Jesus Cristo e o Pai são um (João 1:1-4), e que Jesus também é o unigênito Filho de Deus (Hebreus 1:1-4). Este termo familiar indica que Deus considera Jesus como um membro da família. Os crentes renascidos são informados de que também são membros desta família (Romanos 9:8; 1 João 3:1-2). Como nos tornamos parte desta família de Deus? Quando ouvimos o evangelho, confessamos nossos pecados e colocamos nossa fé e confiança em Jesus Cristo - naquele momento nascemos no reino de Deus como Seus filhos e nos tornamos herdeiros com Ele por toda a eternidade (Romanos 8:14-17).

Enquanto Jesus Cristo é mencionado como o Filho unigênito de Deus, os crentes são mencionados como filhos nascidos à família de Deus, que precisam crescer e amadurecer na fé (Efésios 4:11-16), e como filhos e herdeiros adotados à Sua Família (Gálatas 4:4-7). A graça e a misericórdia infinitas de Deus são reveladas em Efésios 1:5-6, que diz que Ele redime os pecadores, a quem "predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado".

Como filhos de Deus, o que herdamos? Nada menos que o reino de Deus (Mateus 25:34; 1 Tessalonicenses 2:12, Hebreus 12:28)! Efésios 1:3 nos diz que os crentes são abençoados com toda bênção espiritual nos lugares celestiais em Cristo. Essas bênçãos espirituais são infinitas, eternas e residem em Cristo, as quais, pela graça de Deus, recebemos como Seus filhos. Como filhos terrenos, eventualmente herdamos o que nossos pais deixam para trás depois da sua morte. Entretanto, no caso de Deus, os crentes já estão colhendo as recompensas de nossa herança quando alcançam paz com Ele através do sacrifício de Seu Filho na cruz. Outras recompensas de nossa herança incluem o dom da habitação do Espírito Santo no momento em que acreditamos em Cristo (Efésios 1:13-14), o que nos capacita a viver para Ele no presente, e o conhecimento de que nossa salvação é segura por toda eternidade (Hebreus 7:24-25).

Fazer parte da família de Deus é a maior bênção concedida aos crentes e uma que deve nos levar a nos ajoelhar em humilde adoração. Nunca podemos fazer nada para merecê-lo, pois é o Seu dom de amor, misericórdia e graça para nós. Mesmo assim, ainda somos chamados a tornar-nos filhos e filhas do Deus Vivo (Romanos 9:25-26). Que todos respondamos com fé ao Seu convite!

#tbs_799 - "O que significa que Deus deu à humanidade o domínio sobre os animais?"

A palavra domínio significa "reinar ou ter poder sobre". Deus tem poder soberano sobre Sua criação e tem delegado à humanidade certa autoridade para dominar os animais (Gênesis 1:26). Davi reforça essa verdade: "Deste-lhe domínio sobre as obras da tua mão e sob seus pés tudo lhe puseste" (Salmo 8:6). A humanidade era para "sujeitar" a terra (Gênesis 1:28) - deveríamos manter uma posição de comando sobre ela. Fomos colocados em um papel superior para exercer controle sobre a terra e sua flora e fauna. A humanidade foi criada como o governante deste mundo. Tudo mais foi subjugado a ela.

O comando de Deus para subjugar a terra e a vida animal nela é um comando para ter o domínio sobre toda ela. Um verdadeiro domínio (de qualquer coisa) não pode ser realizado sem uma compreensão do assunto dominado. Para que um músico domine um violino, ele ou ela deve realmente entender o instrumento. Para que a humanidade alcance o domínio sobre o reino animal, devemos entendê-los.

Com a autoridade para governar vem a responsabilidade de governar bem. Existe uma responsabilidade inerente ao comando de subjugar a terra. O homem tem o dever de exercer seu domínio sob a autoridade dAquele que o delegou. Toda autoridade é de Deus (Romanos 13:1-5), e Ele delega de acordo com a Sua vontade (Daniel 4:17). A palavra subjugação não tem que implicar violência ou maus-tratos. Ela pode significar "cultivar".

O homem é o administrador da terra. Ele deve trazer o mundo material e todos os seus elementos variados ao serviço de Deus e ao bem da humanidade. Na verdade, o comando para subjugar a terra faz parte da bênção de Deus para a humanidade. Criados à imagem de Deus, Adão e Eva deveriam usar os vastos recursos da terra ao serviço de Deus e de si mesmos. Faz todo sentido que Deus decretasse isso, pois apenas os seres humanos foram criados à Sua imagem.

Quando Deus deu à humanidade o domínio sobre os animais, foi para cuidar, administrar e usar esses animais no seu potencial máximo e de maneira humanitária. No momento em que Deus deu à humanidade o domínio sobre os animais, os humanos ainda não comiam carne (Gênesis 1:29). Comer carne não começou até depois do dilúvio (Gênesis 9:1-3), e foi naquela época que os animais começaram a temer os humanos. No entanto, embora Deus tenha mudado a maneira como interagimos com os animais, na medida em que são agora "carne", ainda temos a responsabilidade de cuidar deles da forma correta. O domínio humano sobre os animais não significa que tenhamos o direito de maltratar ou abusar deles.

Ter domínio sobre os animais deve implicar o manejo humanitário deles como o recurso que Deus ordenou que fossem. Devemos considerar que a humanidade recebeu a tarefa (e a bênção) de representar Deus neste mundo. Somos os cuidadores. Exercemos influência sobre toda a terra, e nós (com a imagem de Deus) assumimos a responsabilidade de agir como Deus faria. Deus faz mau uso da Sua criação? Não. Deus é imprudente em Sua gestão de recursos? Não. Deus é cruel ou egoísta ou desperdiçador? Não. Então também não devemos ser. Qualquer abuso ou maus-tratos da criação de Deus é o resultado do pecado, e não de quando seguimos o comando original de Deus. Devemos cumprir o nosso dever de administrar a terra com sabedoria até o momento em que o lobo se deitará com o cordeiro no reino de Cristo (Isaías 11:6).

#tbs_798 - "Deus precisa de nós?"

Deus é santo, eterno, todo-poderoso e totalmente autossuficiente. Ele não precisa de nenhum ser criado, mas precisamos dele. Toda a criação depende da vida que só Deus sustenta. "Fazes crescer a relva para os animais e as plantas", e “todos esperam de ti que lhes dês de comer a seu tempo. Se ocultas o rosto, eles se perturbam; se lhes cortas a respiração, morrem e voltam ao seu pó” (Salmo 104:14, 27, 29).

Deus, por outro lado, não depende de nada ou de ninguém. Ele não sofre falta ou deficiência, e nem conhece nenhuma limitação. Ele é "EU SOU O QUE SOU", sem qualificação ou exceção (Êxodo 3:14). Se precisasse de algo para se manter vivo ou se sentir completo, então não seria Deus.

Então, Deus não precisa de nós. Entretanto, surpreendentemente, Ele nos ama muito e, em Sua bondade, quer viver conosco para sempre. Então, há 2.000 anos, o próprio Deus tornou-se homem, veio à Terra e deu Sua própria vida para expiar nossos pecados e provar Seu profundo amor por nós. Ele pagou o preço final pela nossa reconciliação, e ninguém paga tão alto preço por algo que não queira ou valorize.

Jesus certamente sabia o que aconteceria no fim de Seu ministério terreno (Marcos 8:31, João 18:4). Em Sua angústia no Getsêmani, enquanto orava sobre as provações que logo aconteceriam, suor sangrento escorrera de Sua sobrancelha (Lucas 22:44). Jesus certamente conhecia muito bem a profecia de Isaías 52:14: "Como pasmaram muitos à vista dele (pois o seu aspecto estava mui desfigurado, mais do que o de outro qualquer, e a sua aparência, mais do que a dos outros filhos dos homens)". O Filho do Homem foi flagelado até os ossos ao ponto de que não mais se parecia com um ser humano. E essa tortura foi seguida por algo ainda pior, a própria crucificação, o método de execução mais doloroso e vil jamais concebido.

Enquanto Jesus estava pendurado na cruz, o Pai Celestial "se afastou" dele. Habacuque 1:13 confirma Deus é "tão puro de olhos, que não podes ver o mal". E nesse momento, Cristo clamou: "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?" (Mateus 27:46).

Este é o preço que Deus pagou por nós, e é assim que sabemos que Ele nos ama. Por causa desse amor incrível e injustificado por nós, pecadores desobedientes, somos oferecidos a vida eterna. A salvação é um presente, oferecido livremente para quem pedir, por causa do sacrifício voluntário e impressionante do único Deus verdadeiro. Romanos 5:8 diz: "Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores."

Uma vez unidos a Cristo, nada pode nos separar dele. Romanos 8:38-39: "Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor."

Os crentes em Cristo se tornam novas criaturas. Compreendemos a profundidade de Seu amor por nós: "Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim" (Gálatas 2:20).

Você também pode mergulhar no amor eterno de Deus por você e ter a certeza da vida eterna. Continue lendo aqui para aprender o que significa aceitar a Cristo como o seu Salvador pessoal.


#tbs_797 - O que é a Antropologia Cristã

 A antropologia é o estudo da humanidade. A Antropologia Cristã é o estudo da humanidade de uma perspectiva cristã/bíblica. Foca-se principalmente na natureza da humanidade - como os aspectos imateriais e materiais do homem se relacionam entre si. Aqui estão algumas questões comuns na Antropologia Cristã:

O que significa que o homem é feito à imagem e semelhança de Deus (Gênesis 1:26-27)? A imagem de Deus refere-se à parte imaterial do homem. É o que o separa do mundo animal, encaixa-o no "domínio" que Deus pretendia (Gênesis 1:28), e permite que ele tenha comunhão com o seu Criador. É uma semelhança mental, moral e social.

Nós temos três partes ou duas partes? Somos corpo, alma e espírito - ou - corpo, alma-espírito? Os seres humanos foram criados para ter um relacionamento com Deus e, como tal, Deus nos criou com aspectos materiais e imateriais. Os aspectos materiais são obviamente os tangíveis e que só existem enquanto a pessoa estiver viva. Os aspectos imateriais são os intangíveis: alma, espírito, intelecto, vontade, consciência, etc. Essas características existem além da vida física do indivíduo.

Qual é a diferença entre alma e espírito?

É importante entender que ambos se referem à parte imaterial do homem, mas apenas o "espírito" refere-se à caminhada do homem com Deus. A "alma" refere-se à caminhada do homem no mundo, tanto material quanto imaterial.

Qual é a origem das diferentes raças? A Bíblia não nos dá explicitamente a origem das diferentes "raças" ou cores da pele da humanidade. Na realidade, há apenas uma raça - a raça humana. Dentro da raça humana, há uma grande diversidade na cor da pele e outras características físicas.

A Antropologia Cristã trata de quem somos e como nos relacionamos com Deus. Discernir se as pessoas são inerentemente boas ou inerentemente pecaminosas é crucial para determinar como nosso relacionamento com Deus pode ser restaurado. A nossa visão do nosso propósito neste mundo é, em grande parte, determinada pela nossa crença de se as almas dos seres humanos continuam a viver após a morte física. A Antropologia Cristã nos ajuda a nos entender da perspectiva de Deus. Quando mergulhamos nesse assunto, entendemos mais claramente a nossa natureza caída, o que nos leva a um sentimento de admiração pelo amor do Salvador que viu o nosso estado indefeso e foi à cruz para nos resgatar. Quando aceitamos esse sacrifício e o recebemos como nosso, nossas naturezas são transformadas por Deus que cria em nós uma pessoa completamente nova (2 Coríntios 5:17). É essa nova pessoa que pode se relacionar com Ele como deveríamos, como Seus filhos adorados.

Um versículo-chave sobre a Antropologia Cristã é o Salmo 139:14: "Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem."

#tbs_796 - O que a Bíblia diz sobre o envelhecimento?

 A Bíblia apresenta o envelhecimento como uma parte normal e natural da vida neste mundo. Há uma honra envolvida nesse processo porque é normalmente acompanhado por maior sabedoria e experiência. "Coroa de honra são as cãs, quando se acham no caminho da justiça" (Provérbios 16:31, veja também Provérbios 20:29).

Deus quer que nos lembremos de que a vida é curta (Tiago 4:14) e que a beleza da juventude logo se passa (Provérbios 31:30; 1 Pedro 1:24).

Em última análise, a questão do envelhecimento não pode ser separada da questão do significado da vida e do conceito do legado que deixamos. No livro do Eclesiastes, Salomão fornece um exame sagaz do envelhecimento e das questões relacionadas a ele.

Nascemos com uma tendência natural de viver para o momento, mas a futilidade final dessa abordagem é explicada em Eclesiastes 1-7. À medida que as pessoas envelhecem e começam a sentir o impacto cada vez maior de sua mortalidade, elas tipicamente tentam investir seus recursos declinantes em projetos que lhes parecem ter mais promessas de um significado duradouro na vida, especialmente na esperança de perpetuar o seu "nome" em um legado duradouro (Eclesiastes 2). Infelizmente, ninguém pode prever quais projetos terão valor e significado duradouros (Eclesiastes 3:1-15), o que normalmente leva a níveis variáveis de desilusão e até mesmo desespero sobre a brevidade da vida e a aparente injustiça "sob o sol" (a frase que Salomão usa para falar sobre a vida nesta terra) (Eclesiastes 3:16-7:29).

Com a crescente percepção de que a satisfação em tais atividades é invariavelmente fugaz, a esperança de Salomão é que as pessoas se tornem mais sábias no uso da sua porção dada por Deus antes de morrerem (Eclesiastes 8-12, veja também o Salmo 90:12). Esta sabedoria cresce em relação à nossa consciência de "tempo e julgamento" - precisamos de uma perspectiva divina em face da brevidade e da aparente injustiça da vida (Eclesiastes 3:15c-17; 8:5b-8, 12b-15; 9:11 -12; 11:9; 12:14). A noção hebraica de tempo nessas passagens combina os conceitos de oportunidade (o momento certo para agir eficientemente quando ocorre a ocasião) e da duração da vida (temos apenas uma certa quantidade de tempo antes de toda a oportunidade desaparecer). A noção hebraica de julgamento nesses mesmos textos pressupõe a total liberdade de como usarmos nessa vida a "porção" dada por Deus, conforme nossos desejos nos conduzam, mas ainda com uma responsabilidade concomitante com Aquele que distribuiu e alocou essas porções. A contrapartida do Novo Testamento a esses conceitos pode ser encontrada vividamente nas parábolas de Jesus das dez virgens e dos talentos (Mateus 25), dos dois filhos (Mateus 21: 28-32) e do injusto administrador (Lucas 16:1- 13).

O autor de Eclesiastes reconhece as dificuldades e os desafios do envelhecimento, inclusive o declínio físico e mental. Eclesiastes aborda essas dificuldades de uma perspectiva humana (Eclesiastes 7:15-18; 8:14-9:3), mas ainda oferece sabedoria para nos ajudar a lidar com o envelhecimento da perspectiva de Deus, envolvendo as noções de "tempo e julgamento". Com nossa inevitável desilusão sobre a condição humana - nossa depravação, incerteza e mortalidade universal - é aconselhável lembrar que "Para aquele que está entre os vivos há esperança; porque mais vale um cão vivo do que um leão morto. Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, porque a sua memória jaz no esquecimento. Amor, ódio e inveja para eles já pereceram; para sempre não têm eles parte em coisa alguma do que se faz debaixo do sol” (Eclesiastes 9:4-6). Sabendo que são responsáveis pela "porção" dada por Deus, as pessoas devem aproveitar alegremente todos os seus dons, talentos, sabedoria e oportunidades na vida o mais cedo possível - antes que toda a oportunidade de fazê-lo tenha cessado (9:7- 10; 11:9-12:7).

O impulso desta reflexão de Eclesiastes sobre o envelhecer é que o significado na vida é cumprido em nosso propósito dado por Deus, e nosso propósito só é cumprido quando aproveitamos a nossa porção dada por Deus em Cristo, o Salvador prometido de Deus. Embora esta porção possa parecer menos justa para alguns que para outros, o significado da vida será consumado somente no julgamento final quando recebermos nossa herança (Eclesiastes 7:11) pela maneira como investimos aquilo que recebemos de Deus, seja essa maneira boa ou ruim (Eclesiastes 12:14, compare 2 Coríntios 5:10). Naquele dia, veremos Deus como eminentemente justo em Suas recompensas, independentemente de quão injusta ou desigual essa distribuição pareça nesta vida presente.

#tbs_795 - Quem está realmente brincando de Deus - um médico que eutanasia um paciente terminal, ou um médico que estende a sua vida?

 Esta questão traz à tona algumas das considerações ocultas envolvidas nas decisões que precisam ser tomadas durante o fim de vida. A principal consideração para muitas pessoas é se a vida pode ter "significado" além de certos limiares de sofrimento ou perda de funções vitais. Um problema em avaliar esse "significado" é a natureza muitas vezes subjetiva do processo de decisão.

Uma consideração mais profunda é a vontade de Deus, o Doador da vida e da sabedoria - sabedoria que é extremamente necessária em meio ao sofrimento da vida (Salmo 27:11; 90:12). É Deus quem dá propósito e significado à vida até o ponto da morte. Como um dom de Deus, a vida deve ser preservada. O próprio Deus é soberano quanto ao tempo e maneira da nossa morte. Um médico que administra um tratamento para salvar uma vida não está "brincando de Deus"- Ele está honrando o dom de Deus.

Os valores conflitantes na tomada de decisões durante o fim da vida encontram-se em dois extremos. Em um extremo do espectro estão aqueles que promovem a eutanásia, ou a morte misericordiosa: o sofrimento é mau e, portanto, deve ser eliminado - matando o sofredor, se necessário. No outro lado são aqueles que veem a vida como sagrada, a ser estendida a todo custo, usando qualquer tecnologia disponível.

O problema com a primeira visão, além do fato de que a eutanásia é assassinato, é que as Escrituras não nos compelem a evitar o sofrimento a todo custo. Na verdade, os crentes são chamados a sofrer como Cristo, a fim de cumprir os Seus propósitos justos e redentores em nós (1 Pedro 2:20-25; 3:8-18; 4:12-19). Muitas vezes, é só depois de alguém ter sido desiludido pelo sofrimento e perda significantes que ele faz um balanço do que é verdadeiramente significativo e pode então progredir no avanço dos propósitos de Deus.

A complicação inerente à outra visão é a definição de "vida". Quando a vida realmente termina? A ilustração clássica é o chamado estado vegetativo persistente no qual uma pessoa pode viver por muitos anos simplesmente sendo alimentada e hidratada. Muitos supõem que esses pacientes não têm consciência cognitiva e, portanto, não têm "vida". Os neurologistas medem a resposta do paciente a certos estímulos neurológicos na tentativa de informar os que tomarão uma decisão. No entanto, outros acreditam que, se uma pessoa nesta condição tiver um batimento cardíaco, então há esperança e a vida deve ser preservada, mesmo que seja por máquinas.

A melhor resposta provavelmente está em algum lugar entre as duas visões. O cristão tentará preservar a vida, mas há uma diferença entre preservar a vida e prolongar a morte. Artificialmente manter uma aparência de funções de vida, simplesmente porque alguém acha muito emocionalmente difícil permitir que seu ente querido morra, seria, de fato, "brincar de Deus". A morte chega ao tempo "designado" (Hebreus 9:27). Quando o corpo de um paciente começa a se desligar, quando a intervenção médica não cura, mas apenas prolonga o processo natural de morrer, então não é imoral remover as máquinas e permitir a sua morte. Isso exige sabedoria. Alternativamente, acelerar a morte é errado. Isso seria "brincar de Deus". Por sua vez, a retenção passiva do tratamento capaz de salvar vidas também pode ser errado. No entanto, permitir que a vida siga seu curso, fornecendo cuidados paliativos e permitindo que uma pessoa morra no tempo de Deus não é errado.

Dadas essas considerações, existe um perigo claro e presente de "brincar de Deus" em ambos os extremos: eliminando o sofrimento a todo custo e utilizando todas as possíveis terapias a todo custo. Em vez de brincar de Deus, devemos deixar Deus ser Deus. A Escritura nos diz para dependermos de Deus por sabedoria (Tiago 1:5) e para pesarmos o que é significativo enquanto a vida permanece (Eclesiastes 12).

#tbs_794 - De acordo com a Bíblia, qual é o propósito do homem?

A Bíblia deixa bem claro que Deus criou o homem e o criou para a Sua glória (Isaías 43:7). Portanto, o propósito definitivo do homem, de acordo com a Bíblia, é simplesmente glorificar a Deus.

Talvez uma pergunta mais difícil de responder seja a seguinte: glorificar a Deus se parece com o quê? Salmo 100:2-3 nos diz: "Servi ao SENHOR com alegria, apresentai-vos diante dele com cântico. Sabei que o SENHOR é Deus; foi ele quem nos fez, e dele somos; somos o seu povo e rebanho do seu pastoreio." Parte de glorificar a Deus é reconhecer quem Deus é (nosso Criador, para iniciantes) e louvá-lo e adorá-lo como tal.

Também cumprimos nosso propósito de glorificar a Deus quando vivemos nossas vidas em relacionamento e serviço fiel a Ele (1 Samuel 12:24; João 17:4). Já que Deus criou o homem à Sua imagem (Gênesis 1:26-27), o seu propósito não pode ser cumprido longe dEle. O rei Salomão tentou viver para o seu próprio prazer, mas no final da vida concluiu que a única vida que vale a pena é uma de honra e obediência a Deus (Eclesiastes 12:13-14).

Em nosso estado caído, o pecado nos separa de Deus e torna impossível glorificá-Lo por nossa conta. No entanto, através do sacrifício de Jesus Cristo, nosso relacionamento com Deus é reconciliado - nosso pecado é perdoado e não cria mais uma barreira entre Deus e nós (Romanos 3:23-24).

Curiosamente, podemos glorificar a Deus porque Ele nos deu a glória primeiro. Davi escreve no Salmo 8:4-6: "que é o homem, que dele te lembres E o filho do homem, que o visites? Fizeste-o, no entanto, por um pouco, menor do que Deus e de glória e de honra o coroaste. Deste-lhe domínio sobre as obras da tua mão e sob seus pés tudo lhe puseste" (Isto também é repetido em Hebreus 2:6-8.) Este versículo revela outro propósito que Deus deu ao homem: domínio sobre a terra (Gênesis 1:28-29). Novamente, porém, isso só pode ser devidamente cumprido através de um relacionamento correto com Deus.

Quanto mais conhecemos o nosso Criador e quanto mais O amamos (Mateus 22:37-38), o mais que entendemos quem somos e qual é o nosso propósito. Fomos criados para trazer-lhe glória. Deus tem planos e propósitos únicos para cada pessoa (Salmo 139:13-16), mas podemos saber que, seja qual for o plano, eles resultarão em Sua glória (Provérbios 3:6; 1 Coríntios 10:31).

#tbs_793 - O que a Bíblia diz sobre o controle populacional?

A Bíblia não diz nada sobre o controle populacional. Em vez disso, os seres humanos são instruídos: "sede fecundos e multiplicai-vos" (Gênesis 1:22, 28). Salmo 127:3-5 nos diz que os filhos são uma herança do Senhor e que o fruto do ventre é uma recompensa dEle.

No momento dessa redação, existem aproximadamente 7,1 bilhões de pessoas no mundo. Apenas no estado de Texas, nos EUA, existem cerca de 696,000 quilômetros quadrados. Isso significa que, teoricamente, cada pessoa do mundo poderia caber no estado do Texas, e cada pessoa teria pouco menos que 100 metros quadrados de espaço para viver- quase 400 metros quadrados para uma família de quatro! Pode-se argumentar que o problema não seja o número de pessoas, mas sim a falta de recursos (comida, água, etc.) e a capacidade de distribuí-los.

Se todas as pessoas na terra pudessem caber no Texas, imagine todo o espaço que as pessoas teriam se escolhessem se espalhar por todo o território dos Estados Unidos. Isso permitiria muito espaço para viver e acesso à água, terras aráveis, estradas e outras infraestruturas.

Claro que existem locais nos Estados Unidos que não são habitáveis. No entanto, existem muitos lugares em todo o mundo com abundância de terras aráveis e água potável. Na realidade, a população não precisa ser "controlada".

Aqueles que defendem o controle da população geralmente apoiam ímpios métodos de controle, como o aborto, a eutanásia e a esterilização forçada. Esquemas como o aborto forçado entram em direto conflito com os ensinamentos da Bíblia de que a vida humana é sagrada. Promotores do controle populacional avançam políticas que pressupõem que o problema seja muitos humanos, enquanto o problema real é ignorado.

O problema não é o tamanho da população ou a disponibilidade de recursos. O problema é o pecado. Pessoas egoístas, pecaminosas e com fome de poder têm abusado da criação de Deus. Deus pretendia que o homem dominasse o resto da criação (Gênesis 1:26). Os homens eram para ser administradores da terra, e 1 Coríntios 4:2 acrescenta que "o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel." Infelizmente, os governos corruptos, ao invés de atuarem como administradores confiáveis dos recursos de um país, muitas vezes tomam posse dos alimentos, gerem recursos de forma muito ruim e desperdiçam dinheiro, ao invés de se assegurarem de que as pessoas do seu país estão propriamente alimentadas. Além disso, as grandes corporações também se esforçam para controlar cada vez mais o fornecimento de alimentos e parecem mais dispostas a obter negócios lucrativos do que beneficiar a sociedade.

A resposta bíblica à "superpopulação" não é exigir menos pessoas. É honrar as pessoas o suficiente para atender às suas necessidades (ver Marcos 12:31). A ganância, o desejo pelo poder e a futilidade levam à má gestão dos recursos, e milhões de pessoas sofrem como resultado.

#tbs_792 - O que é a Tabela das Nações?

Gênesis capítulo 10, comumente conhecido como a Tabela das Nações, é uma lista dos fundadores patriarcais de setenta nações que descenderam de Noé através dos seus três filhos - Sem, Cam e Jafé. Vinte e seis das setenta descendiam de Sem, trinta de Cam e catorze de Jafé. Gênesis 10:32 resume sucintamente o capítulo: "São estas as famílias dos filhos de Noé, segundo as suas gerações, nas suas nações; e destes foram disseminadas as nações na terra, depois do dilúvio." O Capítulo 11 conta sua divisão em Babel.

O texto parece implicar, embora nunca declare explicitamente, que a lista pretendia ser um relato exaustivo. Tradicionalmente tem sido interpretada como tal. No entanto, esta interpretação é especulativa.

Todas as genealogias bíblicas são resumidas. As figuras históricas mais importantes são incluídas, enquanto que os irmãos “menores” ou culturalmente menos relevantes são deixados de fora. É possível que tal seja o caso da Tabela das Nações. O compilador da Tabela pode ter focado seu estudo nas nações mais significativas para a sua própria nação no momento de sua compilação, enquanto negligenciava os fundadores de outras nações distantes, talvez até muito esquecidas. Embora todas as nações sejam relacionadas entre si através de Noé, este laço ancestral não perpetua indefinidamente o significado cultural mútuo entre seus descendentes.

Embora algumas das nações listadas sejam facilmente identificáveis, algumas permanecem obscuras. Numerosos estudiosos têm tentado identificar essas nações desconhecidas com vários graus de sucesso. Devido à natureza arcaica do material de origem, continua a haver ambiguidade considerável.

A precisão da Tabela foi questionada pelo fato de que algumas das relações descritas não coincidem com a linguística comparativa moderna. Por exemplo, diz-se que os elamitas sejam descendentes de Sem, mas seu idioma não era semítico. Diz-se que os cananeus descenderam de Cam, mas a língua deles era semítica.

Esta objeção pressupõe que essas línguas nunca experimentaram nenhuma mudança dramática. A história da região parece sugerir que esta seja uma suposição duvidosa. As culturas da região estavam constantemente sujeitas a migrações e invasões por potências estrangeiras. Os impérios conquistadores muitas vezes impuseram sua língua e sua cultura ao vencido.

A helenização do Império Persa após a conquista de Alexandre, o Grande, é um exemplo clássico. Ou considere os israelitas, que falavam principalmente o antigo hebraico até o cativeiro babilônico e a conquista persa. Então eles adotaram o aramaico, a língua oficial do Império Persa. O Talmude judeu foi escrito em aramaico, assim como grandes porções dos livros de Daniel e Ezra. Acredita-se que o aramaico tenha sido a língua nativa de Jesus. Após Alexandre conquistar a Pérsia, os judeus adotaram o grego como segunda língua. Como resultado, todo o Novo Testamento foi escrito em grego. As línguas da região não eram estáticas.

Os hebreus invadiram e conquistaram Canaã muito antes dos gregos, dos persas e dos babilônios. É surpreendente que os cananeus da região tenham adotado uma língua semítica quase idêntica ao antigo hebraico? Quanto aos elamitas, se quisermos fazer um caso da língua elamita, temos que começar com a proto-elamita. A proto-elamita permanece indecifrada, por isso não pode constituir a base para uma polêmica contra a Tabela das Nações. Não há provas de que a elamita não-semítica seja a base da proto-elamita, e não sabemos quais influências podem ter alterado o idioma a qualquer momento.

Uma outra objeção à Tabela das Nações é que várias das nações listadas não aparecem no registro histórico (como o temos hoje) até o primeiro milênio aC. Isso tem levado alguns estudiosos críticos a datarem a Tabela a não antes do século VII aC.

Esta é uma crítica recorrente da Bíblia. Em vez de dar à Bíblia o benefício da dúvida sempre que menciona uma cidade ou cultura que não apareça em nenhum outro lugar no registro histórico, ou sempre que coloca uma cultura em uma época que preceda qualquer outro registro que tenhamos de nossas outras fontes limitadas, os críticos geralmente supõem que os autores bíblicos eram faltosos ou ignorantes. Tal foi o caso da antiga metrópole de Nínive e da antiga civilização hitita do Levante, ambas as quais foram redescobertas nos tempos modernos, nos séculos XIX e XX, respectivamente, em uma notável reivindicação do testemunho histórico bíblico. O fato é que o nosso conhecimento de culturas antigas é extremamente fragmentado e, muitas vezes, depende de pressupostos fundamentais. Por conseguinte, é especulativo argumentar que a Tabela das Nações tenha sido escrita tão tarde com base unicamente no fato de que algumas das nações mencionadas não apareçam em nenhum outro lugar além dos registros históricos posteriores.

Uma última objeção está relacionada ao fato de que acredita-se que Ninrode tenha sido um filho de Cuxe (Gênesis 10:8), o qual se acredita ter fundado Núbia ao sul do Egito. No entanto, Ninrode estabeleceu várias cidades na Mesopotâmia que não mostram nenhum sinal de origem nubiana (Gênesis 10:8-12). Será que isso significa, como alguns críticos afirmam, que a Tabela esteja manifestamente errada, seja sobre a linhagem de Ninrode ou seu papel no estabelecimento das cidades da Mesopotâmia?

Os céticos que fazem este argumento ignoram o fato de que Cuxe também gerou os fundadores de pelo menos seis nações árabes (Gênesis 10:7), nenhum dos quais mostra sinais de origem nubiana. Isso ocorre porque a Núbia desenvolveu seu próprio caminho cultural ao longo de muitas gerações. Ninrode era um filho imediato de Cuxe. Não temos motivos para esperar que ele ou as cidades que ele ajudou a estabelecer mostrem qualquer sinal de origem nubiana. 

Em resumo, a Tabela das Nações apresenta a visão bíblica e etnológica de que todas as nações descendem de Noé através de seus três filhos - Sem, Cam e Jafé. Não se sabe se a lista de setenta era para ser exaustiva ou se algumas nações foram excluídas, intencionalmente ou acidentalmente. A precisão do que sabemos sobre a Tabela tem sido questionada por céticos cujas objeções polêmicas tendem a ser defeituosas e insustentáveis. Devido à natureza arcaica do material de origem, a veracidade da Tabela permanece, no fim das contas, indefinível. No final, aqueles que a aceitam fazem isso pela fé, dando por certo que ela faça parte de uma perspectiva maior e justificável. Aqueles que a rejeitam essencialmente fazem isso pelos mesmos motivos.

#tbs_791 - O que é o coração?

Primeiro, vamos afirmar o óbvio: este artigo não é sobre o coração como um órgão vital, um músculo que bombeia o sangue por todo o corpo. Nem este artigo se trata de definições românticas, filosóficas ou literárias.

Em vez disso, vamos nos concentrar no que a Bíblia tem a dizer sobre o coração. A Bíblia menciona o coração humano quase 300 vezes. Em essência, isso é o que diz: o coração é aquela parte espiritual dentro de nós onde os nossos desejos e emoções habitam.

Antes de darmos uma olhada no coração humano, vamos mencionar que, uma vez que Deus tem emoções e desejos, pode-se dizer que Ele também tem um "coração". Nós temos um coração porque Deus o tem. Davi era um homem "segundo o coração de Deus" (Atos 13:22). E Deus abençoa o Seu povo com líderes que conhecem e seguem o Seu coração (1 Samuel 2:35, Jeremias 3:15).

O coração humano, em sua condição natural, é perverso, traiçoeiro e enganador. Jeremias 17:9 diz: "Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o poderá conhecer?" Em outras palavras, a Queda nos afetou no nível mais profundo –a nossa mente, emoções e desejos foram manchados pelo pecado e somos cegos para o quão penetrante o problema realmente é.

Podemos não entender os nossos próprios corações, mas Deus entende. Ele "conhece os segredos do coração" (Salmo 44:21; ver também 1 Coríntios 14:25). Jesus "conhecia a todos, e não necessitava de que alguém lhe desse testemunho do homem, pois bem sabia o que havia no homem" (João 2:24-25). Com base em Seu conhecimento do coração, Deus pode julgar com retidão: "Eu, o Senhor, esquadrinho a mente, eu provo o coração; e isso para dar a cada um segundo os seus caminhos e segundo o fruto das suas ações" (Jeremias 17:10).

Jesus destacou a condição caída de nossos corações em Marcos 7:21-23: "Pois é do interior, do coração dos homens, que procedem os maus pensamentos, as prostituições, os furtos, os homicídios, os adultérios, a cobiça, as maldades, o dolo, a libertinagem, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a insensatez; todas estas más coisas procedem de dentro e contaminam o homem." O nosso maior problema não é externo, mas interno - todos nós temos um problema de coração.

Para que uma pessoa possa ser salva, então, o coração tem que ser mudado. Isso só acontece pelo poder de Deus, em resposta à fé. "Com o coração se crê para justiça" (Romanos 10:10). Em Sua graça, Deus pode criar um coração novo dentro de nós (Salmo 51:10, Ezequiel 36:26). Ele promete "vivificar o coração dos contritos" (Isaías 57:15).

A obra de Deus de criar um novo coração dentro de nós envolve testar o nosso coração (Salmo 17:3; Deuteronômio 8:2) e encher os nossos corações com novas ideias, nova sabedoria e novos desejos (Neemias 7:5; 1 Reis 10:24; 2 Coríntios 8:16).

O coração é o centro do nosso ser, e a Bíblia coloca grande importância em manter o coração puro: "Guarda com toda a diligência o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida" (Provérbios 4:23).

#tbs_790 - O que é a carne?

John Knox (c. 1510-1572) era um clérigo escocês, um líder da Reforma Protestante e um homem considerado o fundador da denominação Presbiteriana na Escócia. Knox tem sido admirado por teólogos contemporâneos como alguém que personificava um zelo por Deus e um compromisso com a verdade das Escrituras e vida santa. No entanto, ao aproximar-se da morte, o santo de Deus admitiu a sua própria batalha pessoal com a natureza pecaminosa que herdou de Adão (Romanos 5:12). Knox disse: "Eu sei o quão difícil é a batalha entre a carne e o espírito sob a pesada cruz de aflição, quando não aparece nenhuma defesa desse mundo, mas a morte presente. Conheço as queixas relutantes e murmuração da carne... "

A declaração de Knox é extremamente parecida com a do apóstolo Paulo, o qual reconheceu abertamente uma luta pessoal com a natureza do pecado: "Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado. Pois o que faço, não o entendo; porque o que quero, isso não pratico; mas o que aborreço, isso faço. E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. Agora, porém, não sou mais eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; com efeito o querer o bem está em mim, mas o efetuá-lo não está. Pois não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse pratico. Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim. Acho então esta lei em mim, que, mesmo querendo eu fazer o bem, o mal está comigo. Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo nos meus membros outra lei guerreando contra a lei do meu entendimento, e me levando cativo à lei do pecado, que está nos meus membros. Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte?" (Romanos 7:14-24).

Paulo afirma em sua carta aos Romanos que havia algo "nos membros" do seu corpo que ele chama de "minha carne", a qual produziu dificuldade em sua vida cristã e fez dele um prisioneiro do pecado. Martinho Lutero, em seu prefácio ao livro de Romanos, comentou sobre o uso de Paulo de "carne": "Tu não deves entender 'carne', portanto, como se 'carne' fosse apenas aquilo que está ligado com a falta de castidade, mas São Paulo usa 'carne' para se referir a todo o homem, corpo, alma, razão e todas as suas faculdades, porque tudo o que está nele anseia e luta segundo a carne." Os comentários de Lutero salientam que "carne" equivale a afetos e desejos que são contrários a Deus, não só na área da atividade sexual, mas em todas as áreas da vida.

Obter uma sólida compreensão do termo "carne" requer o exame de seu uso e definição na Escritura, como se manifesta na vida dos crentes e descrentes, as consequências que produz e como pode vir a ser superada.

A Definição de "Carne"
A palavra grega para "carne" no Novo Testamento é sarx, um termo que pode muitas vezes nas Escrituras referir-se ao corpo físico. No entanto, A Greek-English Lexicon of the New Testament and Other Early Christian Literature (léxico grego-inglês) descreve a palavra desta forma: "o corpo físico que funciona como uma entidade; no pensamento de Paulo especialmente, todas as partes do corpo constituem uma totalidade conhecida como carne, a qual é dominada pelo pecado a tal ponto que onde quer que a carne esteja, todas as formas de pecado estão igualmente presentes e nenhuma coisa boa pode viver."

A Bíblia deixa claro que a humanidade não começou assim. O livro de Gênesis diz que a humanidade foi criada originalmente boa e perfeita: "E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança.... Criou, pois, Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou" (Gênesis 1:26-27). Porque Deus é perfeito, e porque um efeito sempre representa a sua causa em essência [isto é, um Deus totalmente bom só pode criar coisas boas, ou como Jesus disse: "Uma árvore boa não pode dar maus frutos" (Mateus 7:18)], Adão e Eva foram criados bons e sem pecado. Entretanto, quando Adão e Eva pecaram, sua natureza foi corrompida e repassada aos seus descendentes: "Adão viveu cento e trinta anos, e gerou um filho à sua semelhança, conforme a sua imagem, e pôs-lhe o nome de Sete" (Gênesis 5:3, ênfase adicionada).

O fato da natureza pecaminosa é ensinado em muitos lugares na Escritura, como a declaração de Davi: "Eis que eu nasci em iniquidade, e em pecado me concedeu minha mãe" (Salmo 51:5). Davi não quer dizer que foi o produto de um caso de adultério, mas que seus pais passaram uma natureza pecaminosa para ele. Na teologia, isso é às vezes chamado da visão "traduciana" (do termo latino que significa "de um ramo") da natureza humana. A visão traduciana é que a alma de uma pessoa é criada através de seus pais, com a criança herdando a sua natureza pecaminosa no processo.

A visão bíblica da natureza humana difere da filosofia grega em que a Escritura diz que a natureza física e espiritual da humanidade era originalmente boa. Por outro lado, filósofos como Platão viram um dualismo ou dicotomia na humanidade. Tal pensamento eventualmente produziu uma teoria de que o corpo (o físico) era ruim, mas o espírito de uma pessoa era bom. Este ensinamento influenciou grupos como os gnósticos, os quais acreditavam que o mundo físico foi erroneamente criado por um semi-deus chamado de "Demiurgo". Os gnósticos se opuseram à doutrina da encarnação de Cristo porque acreditavam que Deus nunca tomaria uma forma física, já que o corpo era mal. O apóstolo João encontrou uma forma de este ensino em seus dias e advertiu contra ele: "Amados, não creiais a todo espírito, mas provai se os espíritos vêm de Deus; porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo. Nisto conheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa a Jesus não é de Deus; mas é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que havia de vir; e agora já está no mundo" (1 João 4:1-3).

Além disso, os gnósticos ensinavam que não importava o que uma pessoa fazia em seu corpo, uma vez que o espírito era tudo que importava. Este dualismo platônico teve o mesmo efeito no século primeiro como tem hoje - leva ao ascetismo ou à licenciosidade, ambos os quais a Bíblia condena (Colossenses 2:23; Judas 4).

Assim, ao contrário do pensamento grego, a Bíblia diz que a natureza da humanidade, tanto no plano físico quanto no espiritual, era boa, mas ambos foram prejudicados pelo pecado. O resultado final do pecado é uma natureza muitas vezes mencionada como a "carne" na Escritura - algo que se opõe a Deus e busca a satisfação pecaminosa. O pastor Mark Bubek define a carne desta forma: "A carne é uma lei embutida para o fracasso, o que torna impossível que o homem natural agrade ou sirva a Deus. É uma força interior compulsiva herdada da queda do homem, a qual se expressa em rebelião geral e específica contra Deus e Sua justiça. A carne nunca pode ser reformada ou melhorada. A única esperança para escapar da lei da carne é a sua execução total e substituição por uma nova vida no Senhor Jesus Cristo."

A Manifestação e Luta contra a Carne
Como é que a carne se manifesta em seres humanos? A Bíblia responde a essa questão desta forma: "Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, prostituição, impureza, lascívia, Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus" (Gálatas 5:19-21).

Os exemplos da influência da carne no mundo são evidentes. Considere alguns fatos tristes tomados de uma pesquisa recente sobre o efeito da pornografia nos Estados Unidos. Segundo o estudo, a cada segundo nos EUA:

• US $ 3,075.64 estão sendo gastos em pornografia
• 28.258 usuários de internet estão vendo pornografia
• 372 usuários de Internet estão digitando termos adultos em sites de busca

E a cada 39 minutos, um novo vídeo pornográfico está sendo criado nos Estados Unidos. Tais estatísticas confirmam a declaração feita pelo profeta Jeremias, o qual lamentou que "Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o poderá conhecer?" (Jeremias 17:9).

As Consequências da Carne
A Bíblia diz que viver na carne produz uma série de consequências infelizes. Primeiro, a Escritura afirma que aqueles que vivem segundo a carne e que nunca desejam mudar ou se arrepender de seu comportamento pecaminoso vão experimentar a separação de Deus, tanto nesta vida quanto na próxima:

• "E que fruto tínheis então das coisas de que agora vos envergonhais? pois o fim delas é a morte" (Romanos 6:21).

• "porque se viverdes segundo a carne, haveis de morrer; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis" (Romanos 8:13).

• "Não vos enganeis; Deus não se deixa escarnecer; pois tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Porque quem semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas quem semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna" (Gálatas 6:7-8).

Além disso, uma pessoa também se torna um/a escravo/a de sua natureza carnal: "Não sabeis que daquele a quem vos apresentais como servos para lhe obedecer, sois servos desse mesmo a quem obedeceis, seja do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?" (Romanos 6:16). A escravidão sempre leva a um estilo de vida destrutivo e de vida deteriorada. Como o profeta Oseias disse: "Porquanto semeiam o vento, hão de ceifar o turbilhão; não haverá seara, a erva não dará farinha; se a der, tragá-la-ão os estrangeiros" (Oseias 8:7).

No fim das contas, obedecer à carne sempre resulta em quebrar a lei moral de Deus. No entanto, em um sentido muito real, uma pessoa nunca pode quebrar a lei moral de Deus, embora certamente possa desobedecê-la. Por exemplo, uma pessoa pode subir em um telhado, amarrar uma capa ao redor de seu pescoço e pular do telhado na esperança de quebrar a lei da gravidade. No entanto, ele vai aprender rapidamente que não pode voar; ele não pode quebrar a lei da gravidade e a única coisa que acaba quebrando é ele mesmo, enquanto provando a lei da gravidade no processo. O mesmo é verdadeiro para as ações morais: uma pessoa pode desobedecer à lei moral de Deus através da vida carnal, mas só vai provar a lei moral de Deus ao quebrar-se de alguma forma através do seu próprio comportamento.

Superando a Carne
A Bíblia fornece um processo de três passos para a superação da carne e restauração de um relacionamento correto com Deus. O primeiro passo é uma caminhada de honestidade quando uma pessoa reconhece o seu comportamento pecaminoso diante de Deus. Isso envolve concordar com o que a Bíblia diz sobre todos os nascidos de pais humanos: as pessoas são pecadoras e entram no mundo em um relacionamento quebrado com o Deus que os criou:

• "Se tu, Senhor, observares as iniquidades, Senhor, quem subsistirá?" (Salmo 130:3)

• "Se dissermos que não temos pecado nenhum, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós" (1 João 1:8, 10).

O próximo passo é uma caminhada no Espírito, o que envolve clamar a Deus para a salvação e receber o Seu Espírito Santo que capacita a pessoa a viver corretamente diante de Deus e não obedecer aos desejos da carne. Essa transformação e nova caminhada de vida são descritos em vários lugares na Escritura:

• “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé no filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim" (Gálatas 2:20).

• "Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus." (Romanos 6:11) 

• "Digo, porém: Andai pelo Espírito, e não haveis de cumprir a cobiça da carne." (Gálatas 5:16) 

• "Porque todos quantos fostes batizados em Cristo vos revestistes de Cristo.” (Gálatas 3:27) 

• "Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo; e não tenhais cuidado da carne em suas concupiscências." (Romanos 13:14) 

• "E não vos embriagueis com vinho, no qual há devassidão, mas enchei-vos do Espírito." (Efésios 5:18) 

• "Escondi a tua palavra no meu coração, para não pecar contra ti." (Salmo 119:11)

O último passo é uma caminhada da morte, onde a carne é tão carente de seus desejos que eventualmente morre. Mesmo que uma pessoa nasça de novo através do Espírito de Deus, ela deve entender que ainda possui a natureza velha com os seus desejos que lutam com a nova natureza e os desejos que vêm do Espírito. Do ponto de vista prático, o cristão propositadamente evita alimentar a natureza velha e carnal e, ao invés, pratica novos comportamentos que são conduzidos pelo Espírito:

• "Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a constância, a mansidão." (1 Timóteo 6:11) 

• “Foge também das paixões da mocidade, e segue a justiça, a fé, o amor, a paz com os que, de coração puro, invocam o Senhor." (2 Timóteo 2:22) 

• "Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo à submissão, para que, depois de pregar a outros, eu mesmo não venha a ficar reprovado." (1 Coríntios 9:27) 

• "Exterminai, pois, as vossas inclinações carnais; a prostituição, a impureza, a paixão, a vil concupiscência, e a avareza, que é idolatria." (Colossenses 3:5) 

• "E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências." (Gálatas 5:24) 

• "sabendo isto, que o nosso homem velho foi crucificado com ele, para que o corpo do pecado fosse desfeito, a fim de não servirmos mais ao pecado." (Romanos 6:6) 

• "Mas vós não aprendestes assim a Cristo. se é que o ouvistes, e nele fostes instruídos, conforme é a verdade em Jesus, a despojar-vos, quanto ao procedimento anterior, do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; a vos renovar no espírito da vossa mente; e a vos revestir do novo homem, que segundo Deus foi criado em verdadeira justiça e santidade." (Efésios 4:20-24)

Conclusão
Susana Wesley, mãe de John e Charles Wesley, dois grandes pregadores e escritores de hino, descreveu o pecado e a carne desta forma: "Tudo que enfraquece o seu raciocínio, prejudica a ternura de sua consciência, obscurece o seu sentido de Deus ou tira o seu prazer por coisas espirituais, em suma - se qualquer coisa aumenta a autoridade e o poder da carne sobre o Espírito, isso para você se torna pecado independentemente de quão bom seja em si." Um dos objetivos da vida cristã é a vitória do Espírito sobre a carne e uma mudança de vida que se manifesta na vida justa diante de Deus.

Embora a luta seja muito real (o que a Bíblia deixa claro), os cristãos têm a garantia de Deus de que Ele vai eventualmente dar vitória sobre a carne. "Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo" (Filipenses 1:6).

sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Por que Deus diz Façamos (no plural) o homem à nossa imagem?(Gênesis 1.26)

Os reis, em geral, referem-se a si mesmos dessa maneira. A palavra Deus em hebraico (Elohim) é plural, o que mostra, portanto, que Deus talvez estivesse consultando a si mesmo.

Isso pode indicar também o mistério da Trindade -na unidade de Deus encontra-se a pluralidade. Para alguns, trata-se de referência a Deus falando à sua corte celeste de anjos.

Que tipo de fruto são a vida e o conhecimento? (Gênesis 2.9)

Esse tipo de fruto diz respeito a experimentar algo ou a tomar parte dele. O casal chegou ao conhecimento do mal ao experimentá-lo em desobediência a Deus.

As duas árvores eram um símbolo externo do estado interior. Portanto, a árvore da vida só podia ser usada quando o casal tivesse vida (v. Ap 2.7;22.2,14,19).

Onde se situava o jardim do Eden? (Gênesis 2.8)

O Éden talvez se situasse na antiga Mesopotâmia (atual Iraque), ou numa área que abrangia a Mesopotâmia, o Egito e a Etiópia.

Por que Deus formou o homem do pó da terra? (Gênesis 2.7)

Somente o poder de Deus - seu fôlego de vida - é a fonte de todos os seres vivos.
O fato de os humanos serem oriundos do pó da terra deixa prever a sua semelhança física com os animais, em oposição à sua semelhança espiritual com Deus (1.26). Remete também para o seu destino depois da queda - tornariam ao pá (3.19).

As plantas vieram depois dos humanos? (Genesis 2.5-7)

Não. Depois de abordada a criacão do universo cap.1), o tema restringe-se e concentra-se nos seres humanos inseridos num ponto específico dentro desse universo.

Observamos aqui dois tipos de plantas - planta do campo e erva de campo.

Não se trata da mesma vegetação mencionada anteriormente. Essas plantas antecedem os cardos e abrolhos (3.18).

Por que Deus descansou? (Genesis 2.2)

Não porque estivesse cansado. Um Deus todo-poderoso não precisa de descanso. Talvez tenha cessado o trabalha com o propósito de distinguir sua obra de criação da obra que posteriormente
desenvolveria no mundo.

Qualquer que tenha sido o motivo, é claro que estabeleceu um padrão para ser
seguido, pois todos devem descansar um dia na semana, santificando-o ao Senhor.

O que significa sujeitai a terra? (Genesis1.28)

Deus confiou aos humanos a guarda dos recursos do planeta, o que implica o emprego responsável desses recursos.

Esse versículo não é uma licença para
abusar do meio ambiente e desperdiçá-lo, nem uma proibição quanto ao seu emprego.

Deus providenciou animais, minerais, árvores, terra e água para que as pessoas, ao utilizá-los, tivessem uma vida melhor.

O que significa a imagem de Deus? (Gênesis 1.27)

A imagem de Deus não se refere a nada que seja físico e, sim, espiritual. Muitos a associam ao espírito humano, pelo qual cada ser pode comunicar-se com Deus e travar relacionamento com seu Criador
Algumas das expressões empregadas em referência ao espirito humano podem ser consciência, personalidade e vontade aspectos também encontrados no caráter de Deus. Mais tarde a Bíblia trata de outras características que podemos ter em comum com Deus, como é o caso da justiça e da retidão (Ef 4.24)

Por que não se envergonhavam de sua nudez? (Gênesis 2.25)

A nudez em si não é pecado, nem razão de vergonha. Somente depois de pecar o primeiro casal se sentiu envergonhado com a sua nudez. Isso não quer dizer que lhe faltasse pudor antes do surgimento da vergonha. O pecado desvirtuou o que Deus pretendia que fosse belo, livre de temor e de culpa.

Qual o propósito do matrimônio? (Gênesis 2.24)

O caos interpessoal seria o resultado de relacionamentos aleatórios e sem critério. A coesão que a unidade familiar oferece à sociedade seria dissolvida.

Para servir de base sólida à família, Deus estabelece esse relacionamento de compromisso vitalicio entre homem e mulher. Deus quis que o pacto matrimonial fosse a mais plena e satisfatória expressão da união de duas pessoas numa só carne.

Que há de errado em conhecer o bem e o mal? (Gênesis 2.17)

Nada, a não ser que isso represente independência ou desprezo em relação a Deus. Apesar de não sabermos o motivo desse mandamento de Deus, parece que seu objetivo era testar a obediência do ser humano. Foi a desobediência, conhecimento pessoal do mal, que trouxe o pecado e a morte para
este mundo (v. Rm 5. 12-21).

#tbs_789 - "O que significa ser espiritualmente morto?"

Ser espiritualmente morto é estar separado de Deus. Quando Adão pecou em Gênesis 3:6, ele inaugurou a morte para toda a humanidade. O mandamento de Deus a Adão e Eva foi de que eles não podiam comer da árvore do conhecimento do bem e do mal. Isso veio com a advertência de que a desobediência poderia resultar em morte: "Ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim podes comer livremente; mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dessa não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás." A frase "certamente morrerás" poderia ser traduzida literalmente "morrendo você morrerá." Isso significa um estado contínuo de morte que começou com a morte espiritual, continua ao longo da vida como uma degradação gradual do corpo e termina com a morte física. A morte espiritual imediata resultou na separação de Adão de Deus. O seu ato de se esconder de Deus (Gênesis 3:8) demonstra essa separação, assim como a sua tentativa de transferir a culpa do pecado para a mulher (Gênesis 3:12).

Infelizmente, esta morte espiritual - e eventual física - não se limitou a Adão e Eva. Como representante da raça humana, Adão levou toda a humanidade em seu pecado. Paulo deixa isso claro em Romanos 5:12, dizendo-nos que o pecado e a morte entraram no mundo e se espalharam para todos os homens através do pecado de Adão. Além disso, Romanos 6:23 diz que o salário do pecado é a morte; os pecadores devem morrer porque o pecado nos separa de Deus. Qualquer separação da Fonte da Vida é, naturalmente, morte para nós.

Entretanto, não é só o pecado herdado que causa a morte espiritual - o nosso próprio pecado contribui. Efésios 2 ensina que, antes da salvação, estamos "mortos" em nossos delitos e pecados (versículo 1). Isso deve se referir à morte espiritual porque ainda estamos "vivos" fisicamente antes de salvação. Enquanto estávamos em uma condição espiritualmente "morta", Deus nos salvou (versículo 5, ver também Romanos 5:8). Colossenses 2:13 reitera essa verdade: "E a vós, quando estáveis mortos nos vossos delitos... vos vivificou juntamente com ele, perdoando-nos todos os delitos."

Já que estamos mortos no pecado, somos completamente incapazes de confiar em Deus ou na Sua Palavra. Jesus repetidamente afirma que somos impotentes sem Ele (João 15:5) e que não podemos vir a Ele sem a habilitação de Deus (João 6:44). Paulo ensina em Romanos 8 que nossas mentes naturais não podem se submeter a Deus, nem agradar a Deus (versos 7-8). Em nosso estado caído, somos incapazes de compreender até mesmo as coisas de Deus (1 Coríntios 2:14).

O ato de Deus pelo qual Ele nos restaura da morte espiritual é chamado de regeneração. A regeneração é realizada somente pelo Espírito Santo, através da morte e ressurreição de Jesus Cristo. Quando somos regenerados, somos vivificados juntamente com Cristo (Efésios 2:5) e renovados pelo Espírito Santo (Tito 3:5). É como nascer uma segunda vez, assim como Jesus ensinou Nicodemos em João 3:3, 7. Tendo sido vivificados por Deus, nunca verdadeiramente morreremos - temos a vida eterna. Jesus disse muitas vezes que crer nEle é ter a vida eterna (João 3:16, 36; 17:3).

O pecado leva à morte. A única maneira de escapar essa morte é ir a Jesus através da fé ao sermos atraídos pelo Espírito Santo. A fé em Cristo leva à vida espiritual e, finalmente, à vida eterna.

domingo, 11 de agosto de 2019

#tbs_788 - Quantas divindades existem? Quais delas devem ser cultuadas?

1 DEUS E A CRIAÇÃO...

Quantas divindades existem?
Quais delas devem ser cultuadas?

Isaías 44.6-20

Apesar de serem muitas as pessoas que cuItuam diversas divindades que nada podem fazer por nós, vemos aqui que existe somente um único Deus, o Deus verdadeiro que merece a nossa adoração. Ele afirma: "... além de mim
não há Deus". Os outros deuses são invenção humana; por isso a prática da idolatria é tão rejeitada e proibida na Biblia (Êxodo 20.4). Como pode alguém acreditar num idolo fabricado
pelo homem? Observe a importante pergunta do texto: "Não é mentira isto que está na minha mão direita?".

Causas desse grave erro:

👉 Ignorância espiritual.

👉 Ingenuidade de acreditar em tudo o que se ouve sobre religião.

👉 llusão de achar que Deus assemelha-se ao homem.

👉 Tentação de crer num "deus" que aceite a minha maneira de viver.

👉 Desinteresse de conhecer o verdadeiro Deus.

👉 Recusa em ler a Bíblia.

quinta-feira, 8 de agosto de 2019

#tbs_787 - Onde está a história da criação do mundo?

(Gênesis 1.1-31)

Logo no início da Bíblia encontramos a bela história da criação do mundo.

As lições mais importantes que aprendemos aqui são as seguintes:

👉Tudo foi criado por Deus. Nada teve uma origem diferente ou foi criado pelo mal.

👉Tudo teve princípio. A matéria não é auto-
existente.

👉A obra de Deus é marcada pela ordem e pela harmonia.

👉A criação possui extrema beleza, o que foi reconhecido por Deus.

👉Deus criou tudo a partir do nada, por meio da sua palavra.

👉O universo criado mostra a glória e o poder de Deus.

👉O homem foi criado por Deus e é a coroa de sua criação.

Lsy.

#tbs_786 - "Quem é o povo de Deus?"

 A frase "o povo de Deus" sempre indica uma relação clara. Deus chamou Abrão (mais tarde Abraão) em Gênesis 12 a deixar a sua terra rumo a um novo lar que Deus lhe mostraria. Quando Abrão chegou lá, Deus diz em Gênesis 12:2: "Eu farei de ti uma grande nação; abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome; e tu, sê uma bênção." Esta nação se tornaria a nação de Israel, o primeiro grupo a ser designado como povo de Deus.

Deus diz a Israel através do profeta Isaías: "E pus as minhas palavras na tua boca, e te cubro com a sombra da minha mão; para plantar os céus, e para fundar a terra, e para dizer a Sião: Tu és o meu povo" (Isaías 51:16). Deus também confirma Israel como o Seu povo em Ezequiel 38:14 em uma profecia para a nação vizinha de Gogue.

São os não-judeus que acreditam em um Messias judeu (Jesus Cristo) considerados o povo de Deus? Sim. Jesus veio por toda a humanidade, não apenas para salvar Israel (Romanos 1:16, 10:12, Gálatas 3:28). A relação de Deus com o Seu povo é mais do que o Seu chamado; eles também o chamam de seu Deus. Davi diz: "E bem sei, Deus meu, que tu sondas o coração, e que te agradas da retidão. Na sinceridade de meu coração voluntariamente ofereci todas estas coisas; e agora vi com alegria que o teu povo, que se acha aqui, ofereceu voluntariamente" (1 Crônicas 29:17). Aqui, o povo de Deus é identificado mais por sua disposição de entregar-se a Ele que por sua nacionalidade.

Qualquer pessoa que aceite a Jesus Cristo como Salvador e Senhor torna-se parte do povo de Deus. O relacionamento não vem através do comparecimento à igreja ou de boas ações. É uma escolha deliberada de seguir somente a Deus. É por isso que 2 Coríntios 6:16 e Marcos 8:38 indicam que uma escolha tem de ser feita. E quando fazemos essa escolha de abraçar a Deus, Ele nos abraça também. Então realmente somos o Seu povo.

#tbs_785 - "Qual foi a marca que Deus colocou em Caim (Gênesis 4:15)?"

Depois que Caim matou o seu irmão Abel, Deus declarou a Caim: "E agora maldito és tu desde a terra, que abriu a sua boca para receber da tua mão o sangue do teu irmão. Quando lavrares a terra, não te dará mais a sua força; fugitivo e vagabundo serás na terra" (Gênesis 4:11-12). Em resposta, Caim lamentou: "Então disse Caim ao SENHOR: É maior a minha maldade que a que possa ser perdoada. Eis que hoje me lanças da face da terra, e da tua face me esconderei; e serei fugitivo e vagabundo na terra, e será que todo aquele que me achar, me matará" (Gênesis 4:13-14). Deus respondeu: "O SENHOR, porém, disse-lhe: Portanto qualquer que matar a Caim, sete vezes será castigado. E pôs o SENHOR um sinal em Caim, para que o não ferisse qualquer que o achasse" (Gênesis 4:15-16).

A natureza do sinal em Caim tem sido um assunto de muito debate e especulação. A palavra hebraica traduzida como "sinal" é 'owth e se refere a uma "marca, sinal ou símbolo." Em outros lugares nas Escrituras Hebraicas, 'owth é usado 79 vezes e é mais frequentemente traduzido como "sinal". Assim, a palavra hebraica não identifica a natureza exata do sinal que Deus colocou em Caim. O que quer que tenha sido, era um sinal/indicador de que Caim não era para ser morto. Alguns propõem que a marca era uma cicatriz ou algum tipo de tatuagem. Seja qual for o caso, a natureza exata da marca não é o foco da passagem. O foco é que Deus não permitiria que as pessoas se vingassem contra Caim. Qualquer que tenha sido esse sinal, o seu propósito foi alcançado.

No passado, muitos acreditavam que o sinal em Caim era uma pele escura - que Deus mudou a cor da pele de Caim para preta a fim de identificá-lo. Já que Caim também recebeu uma maldição, a crença de que a marca era a pele negra levou muitos a acreditar que as pessoas de pele escura eram amaldiçoadas. Muitos usaram esse ensinamento da "marca de Caim" como justificativa para o comércio africano de escravos e a discriminação contra as pessoas de pele preta/escura. Esta interpretação da marca de Caim é completamente antibíblica. Em nenhum lugar da Bíblia hebraica 'owth é usado para se referir à cor da pele. A maldição sobre Caim em Gênesis capítulo 4 foi no próprio Caim. Nada é dito da maldição de Caim sendo passada aos seus descendentes. Não há absolutamente nenhuma base bíblica para afirmar que os descendentes de Caim tinham a pele escura. Além disso, a menos que uma das esposas dos filhos de Noé fosse uma descendente de Caim (possível, mas improvável), a linhagem de Caim foi encerrada pelo Dilúvio.

Qual foi a marca que Deus colocou em Caim? A Bíblia não diz. O significado desse sinal - que Caim não era para ser morto - era mais importante do que a natureza do sinal em si. O que quer que tenha sido, não tinha conexão nenhuma com a cor da pele ou uma maldição sobre as gerações descendentes de Caim. Usar esse sinal como uma desculpa para o racismo ou discriminação é absolutamente antibíblico.

#tbs_784 - "O que é o espírito humano?"

O espírito humano é a parte imaterial do homem. A Bíblia diz que o espírito humano é o próprio sopro do Deus Todo-Poderoso que foi soprado no homem no início da criação de Deus: "E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida; e o homem tornou-se alma vivente"(Gênesis 2:7). É o espírito humano que nos dá a consciência de nós mesmos e de outras notáveis, embora limitadas, qualidades que se "espelham em Deus". O espírito humano inclui o nosso intelecto, emoções, medos, paixões e criatividade. É esse espírito que nos dá a capacidade única de compreender e entender (Jó 32:8, 18).

As palavras espírito e sopro são traduções da palavra hebraica neshamah e da palavra grega pneuma. As palavras significam "forte rajada de vento ou inspiração". Neshamah é a fonte da vida que vitaliza a humanidade (Jó 33:4). É o intangível, invisível espírito humano que governa a existência mental e emocional do homem. O apóstolo Paulo disse: "Pois, qual dos homens entende as coisas do homem, senão o espírito do homem que nele está? assim também as coisas de Deus, ninguém as compreendeu, senão o Espírito de Deus" (1 Coríntios 2:11). Com a morte, o "espírito volta a Deus que o deu" (Eclesiastes 12:7; ver também Jó 34:14-15 e Salmo 104:29-30).

Todo ser humano tem um espírito que é distinto do "espírito", ou vida, de animais. Os animais têm uma nephesh (Gênesis 1:20), mas os seres humanos têm uma neshamah. Deus fez o homem diferente dos animais por ter nos criado "à imagem de Deus" (Gênesis 1:26-27). Portanto, o homem é capaz de pensar, sentir, amar, projetar, criar e desfrutar de música, humor e arte. E é por causa do espírito humano que temos um "livre-arbítrio" que nenhuma outra criatura na terra tem.

O espírito humano foi danificado na queda. Quando Adão pecou, a sua capacidade de comunhão com Deus foi quebrada; ele não morreu fisicamente naquele dia, mas morreu espiritualmente. Desde então, o espírito humano tem sofrido os efeitos da queda. Antes da salvação, uma pessoa é caracterizada como espiritualmente "morta" (Efésios 2:1-5; Colossenses 2:13). O relacionamento com Cristo revitaliza os nossos espíritos e nos renova a cada dia (2 Coríntios 4:16).

Curiosamente, assim como o espírito humano foi divinamente inspirado no primeiro homem, assim também o Espírito Santo foi soprado aos primeiros discípulos em João 20:22: "E havendo dito isso, assoprou sobre eles, e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo" (João 20:22; ver também Atos 2:38). Adão foi feito vivo pelo sopro de Deus e nós, como "novas criaturas" em Cristo, somos feitos espiritualmente vivos pelo "sopro de Deus", o Espírito Santo (2 Coríntios 5:17, João 3:3, Romanos 6:4). Após a aceitação de Jesus Cristo, o Espírito Santo de Deus se une com o nosso próprio espírito de maneiras que não podemos compreender. O apóstolo João disse: "Nisto conhecemos que permanecemos nele, e ele em nós: por ele nos ter dado do seu Espírito" (1 João 4:13).

Quando permitimos que o Espírito de Deus lidere as nossas vidas, o "Espírito mesmo testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus" (Romanos 8:16). Como filhos de Deus, não somos mais liderados por nosso próprio espírito, mas pelo Espírito de Deus, o qual nos conduz à vida eterna.

#tbs_783 - "O que é a alma humana?"

A Bíblia não é muito clara quanto à natureza da alma humana. Entretanto, com um estudo da forma em que a palavra alma é usada nas Escrituras, podemos chegar a algumas conclusões. Simplificando, a alma humana é a parte de uma pessoa que não é física (imaterial). É a parte de cada ser humano que dura eternamente após o corpo passar pela morte. Gênesis 35:18 descreve a morte de Raquel, esposa de Jacó, dizendo que ela nomeou o seu filho "ao sair-lhe a alma." Com base nisso, sabemos que a alma é diferente do corpo e que continua a viver após a morte física.

A alma humana é central para a personalidade de um ser humano. Como C. S. Lewis disse: "Você não tem uma alma. Você é uma alma. Você tem um corpo." Por outras palavras, a personalidade não é baseada em ter um corpo. A alma é o que é necessário. Repetidamente na Bíblia, as pessoas são chamadas de "almas" (Êxodo 31:14, Provérbios 11:30), especialmente em contextos que se concentram no valor da vida humana e da personalidade ou no conceito de um "ser inteiro" (Salmo 16:9-10, Ezequiel 18:4, Atos 2:41, Apocalipse 18:13).

A alma humana é distinta do coração (Deuteronômio 26:16; 30:6), do espírito (1 Tessalonicenses 5:23; Hebreus 4:12) e da mente (Mateus 22:37, Marcos 12:30; Lucas 10:27). A alma humana é criada por Deus (Jeremias 38:16). Ela pode ser forte ou instável (2 Pedro 2:14); pode ser perdida ou salva (Tiago 1:21, Ezequiel 18:4). Sabemos que a alma humana precisa de expiação (Levítico 17:11) e é a parte de nós que é purificada e protegida pela verdade e obra do Espírito Santo (1 Pedro 1:22). Jesus é o grande Pastor de almas (1 Pedro 2:25).

Mateus 11:29 nos diz que podemos nos voltar a Jesus Cristo para encontrar descanso para as nossas almas. Salmo 16:9-10 é um salmo messiânico que nos permite ver que Jesus também tinha uma alma. Davi escreveu: "Porquanto está alegre o meu coração e se regozija a minha alma; também a minha carne habitará em segurança. Pois não deixarás a minha alma no Seol, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção." Isso não pode estar falando de Davi (como Paulo aponta em Atos 13: 35-37) porque o corpo de Davi conheceu a corrupção e decadência ao morrer. No entanto, o corpo de Jesus Cristo nunca viu a corrupção (Ele ressuscitou) e a Sua alma não foi abandonada a Seol. Jesus, como o Filho do Homem, tem uma alma.

Muitas vezes há dificuldade de distinguir o espírito humano e a alma humana. Em alguns lugares, a Escritura parece usar os termos como sinônimos, mas pode haver uma diferença sutil. Caso contrário, como poderia a Palavra de Deus penetrar "até a divisão de alma e espírito" (Hebreus 4:12)? Quando a Bíblia fala do espírito do homem, está geralmente falando de uma força interior que anima uma pessoa em uma direção ou outra. É repetidamente mostrado como uma força movedora e dinâmica (por exemplo, Números 14:24).

Tem sido dito que só há duas coisas que duram: a Palavra de Deus (Marcos 13:31) e as almas dos homens. Isto porque, como a Palavra de Deus, a alma é uma coisa imperecível. Esse pensamento deve ser tanto assustador quanto digno de admiração. Cada pessoa que você encontra é uma alma eterna. Todo ser humano que já viveu tinha uma alma, e todas essas almas ainda existem em algum lugar. A pergunta é: onde? As almas que rejeitam o amor de Deus são condenadas a pagar por seu próprio pecado, eternamente, no inferno (Romanos 6:23). Por outro lado, as almas que aceitam a sua própria pecaminosidade e o dom gratuito do perdão de Deus vão viver para sempre ao lado de águas tranquilas com o seu Pastor, sem precisar de mais nada (Salmo 23:2).

#tbs_782 - "O que é a natureza humana? O que a Bíblia diz sobre a natureza humana?"

A natureza humana é o que nos torna distintamente humanos. Nossa natureza é distinta da dos animais e do resto da criação porque podemos pensar e sentir. Uma das distinções principais entre os seres humanos e o resto da criação é a nossa capacidade de raciocinar. Nenhuma outra criatura tem essa capacidade, e não há dúvida de que este é um presente singular dado por Deus. Nossa razão nos permite refletir sobre a nossa própria natureza e a natureza de Deus e derivar conhecimento da vontade de Deus para a sua criação. Nenhuma outra parte da criação de Deus tem uma natureza capaz de raciocínio.

A Bíblia ensina que Deus criou os seres humanos à Sua imagem. Isto significa que Ele nos permite ter algum entendimento dEle e do Seu design vasto e complexo. Nossa natureza humana reflete alguns dos atributos de Deus, embora de forma limitada. Nós amamos porque somos feitos à imagem de Deus, que é amor (1 João 4:16). Porque somos criados à Sua imagem, podemos ser compassivos, fiéis, gentis, verdadeiros, pacientes e justos. Em nós, esses atributos são distorcidos pelo pecado, o qual também reside em nossa natureza.

Originalmente, a natureza humana era perfeita por ter sido criada assim por Deus. A Bíblia ensina que os seres humanos foram criados "muito bons" por um Deus amoroso (Gênesis 1:31), mas que a bondade foi manchada pelo pecado de Adão e Eva. Posteriormente, toda a raça humana foi vítima da natureza do pecado. A boa notícia é que no momento em que uma pessoa confia em Cristo, ela recebe uma nova natureza. Segundo Coríntios 5:17 nos diz: "Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo." A santificação é o processo pelo qual Deus desenvolve a nossa nova natureza, permitindo-nos assim crescer em mais santidade com o tempo. Este é um processo contínuo, com muitas vitórias e derrotas devido à luta da nova natureza com o "tabernáculo" (2 Coríntios 5:4) no qual residem o velho homem, a velha natureza e a carne. Apenas quando formos glorificados no céu a nossa nova natureza será livre para viver a eternidade na presença do Deus em cuja imagem fomos criados.

quarta-feira, 7 de agosto de 2019

#tbs_781 - "Como deve um cristão enxergar a engenharia genética?"

 Porque a engenharia genética era desconhecida no momento em que a Bíblia foi escrita, é difícil estabelecer referências definitivas sobre o assunto. A fim de determinar a visão cristã da engenharia genética, precisamos estabelecer um conjunto de princípios através dos quais devemos enxergá-la. Para detalhes sobre a visão cristã da clonagem, consulte "Qual é o ponto de vista cristão sobre a clonagem humana?"

O elemento de maior preocupação com a engenharia genética envolve o quão ousada a humanidade pode ser em sua responsabilidade de cuidar do corpo humano e do resto da criação. Não há dúvida de que a Bíblia nos exorta a sermos responsáveis pela nossa saúde física. Provérbios refere-se a determinadas atividades relativas à restauração da saúde de um indivíduo (Provérbios 12:18). O apóstolo Paulo afirma que temos uma certa obrigação de cuidar do corpo (Efésios 5:29). Ele também encorajou o seu protegido, Timóteo, a tomar medidas medicinais para suas enfermidades (1 Timóteo 5:23). Os crentes têm a responsabilidade de usar o corpo adequadamente, uma vez que é o templo do Espírito Santo (1 Coríntios 6:19-20). Mostramos a nossa fé ao oferecer assistência aos que têm necessidades físicas (Tiago 2:16). Por isso, como cristãos, devemos estar preocupados com o bem-estar físico de nós mesmos e dos outros.

A criação é para estar sob os cuidados dos seres humanos (Gênesis 1:28; 2:15-20), mas a Bíblia nos diz que a criação foi negativamente afetada por causa dos nossos pecados (Gênesis 3:17-19, Romanos 8:19-21) e antecipa ser resgatada desses efeitos. É possível concluir que, como zeladores de criação, os seres humanos tenham a obrigação de "consertar" os efeitos da maldição do pecado e tentar alinhar as coisas de uma forma melhor, usando todos os meios possíveis. Portanto, é fácil pensar que qualquer avanço científico pode ser usado para a melhoria da criação. No entanto, há preocupações sobre o uso da engenharia genética para essa realização.

1. Há uma preocupação de que a engenharia genética passe a assumir um papel além do que Deus nos tem dado como administradores da Sua criação. A Bíblia diz que todas as coisas foram criadas por Deus e para Ele (Colossenses 1:16). Deus criou todas as coisas vivas para se reproduzirem de acordo com a sua "espécie" (Gênesis 1:11-25). A manipulação excessiva da genética (alterar espécies) pode ser mexer com coisas reservadas apenas para o Projetista principal.

2. Há uma preocupação quanto à engenharia genética tentando impedir o plano de Deus para a restauração da criação. Como já foi dito, a criação foi afetada pelos eventos registrados em Gênesis 3 (rebelião da humanidade contra o plano de Deus). A morte entrou no mundo e a constituição genética do homem e do resto da criação começou uma mudança em direção à morte. Em alguns casos, a engenharia genética pode ser vista como uma tentativa de desfazer o resultado do pecado chamado de "maldição". Deus disse que Ele tem um remédio para esta redenção através de Jesus Cristo, como descrito em Romanos 8 e 1 Coríntios 15. A criação antecipa a novidade associada com a culminação da promessa de Deus para restaurar as coisas a um estado ainda melhor do que o original. Ir "longe demais" na luta contra este processo pode competir com a responsabilidade dos indivíduos de confiar em Cristo para a restauração (Filipenses 3:21).

3. Existe uma preocupação de que a tecnologia genética possa interferir com o processo de vida ordenado por Deus. Com um estudo geral da Escritura, parece evidente que Deus tem um plano para o processo da vida. Por exemplo, o Salmo 139 descreve uma relação íntima entre o salmista e seu Criador desde o ventre. Será que o uso da manipulação genética para criar vida fora do plano de Deus compromete o desenvolvimento de uma alma consciente de Deus? Será que interferir com o processo da vida física afetaria as perspectivas da vida espiritual? Romanos 5:12 nos diz que toda a humanidade peca porque Adão pecou. Entende-se que isto envolveu a transferência da natureza do pecado de geração em geração de modo que todos têm pecado (Romanos 3:23). Paulo explica a esperança da eternidade através da conquista do pecado de Adão. Se todos os que estão em Adão (a partir de sua semente) morrem, e Cristo morreu por aqueles em tal condição, pode a vida criada fora dessa "semente" ser redimida? (1 Coríntios 15:22, 23).

4. Há uma preocupação de que uma busca ousada de avanços na engenharia genética seja motivada por um desafio a Deus. Gênesis 11:1-9 mostra o que acontece quando a criação tenta exaltar-se acima do Criador. As pessoas em Gênesis 11 eram unificadas, mas não eram submissas a Deus. Como resultado, Deus parou o seu progresso. Deus certamente reconheceu que houve alguns perigos envolvidos com a direção em que as pessoas estavam indo. Temos um aviso semelhante em Romanos 1:18-32. Nessa passagem, Deus descreve indivíduos que se tornaram tão encantados com a criação (na verdade adorando-a ao invés do Criador) que acabaram sofrendo destruição. O temor é que a engenharia genética possa promover motivações semelhantes e, no fim das contas, tenha resultados semelhantes.

Estas são as perguntas e questões para as quais não temos respostas no momento, mas são preocupações que devem ser cuidadosamente consideradas pelos cristãos que tentam adotar uma visão da engenharia genética.

#tbs_780 - "Como a Queda afetou a humanidade?"

 "Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porquanto todos pecaram" (Romanos 5:12). Os efeitos da Queda são numerosos e de grande alcance. O pecado tem afetado todos os aspectos do nosso ser. Isso afetou a nossa vida na terra e o nosso destino eterno.

Um dos efeitos imediatos da Queda foi a separação da humanidade e Deus. No Jardim do Éden, Adão e Eva tinham perfeita comunhão com Deus. Quando se rebelaram contra Ele, essa comunhão foi quebrada. Adão e Eva se tornaram conscientes do seu pecado e ficaram envergonhados. Tentaram se esconder (Gênesis 3:8-10) e o homem tem se escondido de Deus desde então. Somente através de Cristo pode essa comunhão ser restaurada porque nEle nos tornamos justos e sem pecado aos olhos de Deus, assim como Adão e Eva eram antes de pecar. "Àquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus" (2 Coríntios 5:21).

Por causa da Queda, a morte tornou-se uma realidade e toda a criação está sujeita a ela. Todos os homens morrem, todos os animais morrem, toda a vida vegetal morre. "Toda a criação geme" (Romanos 8:22), esperando o momento em que Cristo voltará para libertá-la dos efeitos da morte. Por causa do pecado, a morte é uma realidade inescapável, e ninguém está imune. "Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor" (Romanos 6:23). Pior ainda, não só morremos, mas, se morrermos sem Cristo, experimentamos a morte eterna.

Um outro efeito da Queda é que os humanos perderam de vista a finalidade para a qual foram criados. O propósito principal do homem e o maior objetivo na vida é glorificar a Deus e desfrutar dEle para sempre (Romanos 11:36, 1 Coríntios 6:20, 1 Coríntios 10:31, Salmo 86:9). Portanto, o amor a Deus é a essência de toda moralidade e bondade. O oposto é a escolha de si mesmo como o ser supremo. O egoísmo é a essência da Queda e o que segue são todos os outros crimes contra Deus. De todas as formas, o pecado é voltar-se a si mesmo, o que é confirmado na forma como vivemos nossas vidas. Chamamos a atenção para nós mesmos e nossas boas qualidades e realizações. Minimizamos os nossos defeitos. Buscamos favores especiais e oportunidades na vida, querendo uma vantagem extra que ninguém mais tem. Exibimos vigilância por nossos desejos e necessidades enquanto ignoramos os dos outros. Em suma, nós nos colocamos no trono de nossas vidas, usurpando o papel de Deus.

Quando Adão escolheu rebelar-se contra o seu Criador, ele perdeu a sua inocência, incorreu a pena da morte física e espiritual, e sua mente foi obscurecida pelo pecado, assim como as mentes de seus sucessores. O apóstolo Paulo disse dos pagãos: "E assim como eles rejeitaram o conhecimento de Deus, Deus, por sua vez, os entregou a um sentimento depravado" (Romanos 1:28). Ele disse aos Coríntios que "o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus" (2 Coríntios 4:4). Jesus disse: "Eu, que sou a luz, vim ao mundo, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas" (João 12:46). Paulo lembrou aos Efésios: "pois outrora éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz" (Efésios 5:8). O propósito da salvação é "para lhes abrir os olhos a fim de que se convertam das trevas à luz, e do poder de Satanás a Deus, para que recebam remissão de pecados e herança entre aqueles que são santificados pela fé em mim" (Atos 26:18).

A Queda produziu no homem um estado de depravação. Paulo falou daqueles "cujas consciências estão cauterizadas" (1 Timóteo 4:2) e aqueles cujas mentes estão espiritualmente escurecidas como resultado de rejeitar a verdade (Romanos 1:21). Neste estado e longe da graça divina, o homem é absolutamente incapaz de fazer ou escolher aquilo que é aceitável a Deus. "Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem em verdade o pode ser" (Romanos 8:7).

Sem a regeneração sobrenatural do Espírito Santo, todos os homens permaneceriam em seu estado caído. Entretanto, na sua graça, misericórdia e bondade, Deus enviou o Seu Filho para morrer na cruz e tomar sobre Si a penalidade do nosso pecado, reconciliando-nos com Deus e possibilitando a vida eterna com Ele. O que foi perdido na Queda é recuperado na Cruz.

#tbs_779 - "O que é a consciência?"

A consciência é definida como a parte da psique humana que induz a angústia mental e sentimentos de culpa ao ser violada e sentimentos de prazer e bem-estar quando nossas ações, pensamentos e palavras estão em conformidade com os nossos sistemas de valores. A palavra grega traduzida como "consciência" em todas as referências do Novo Testamento é suneidēsis, que significa "consciência moral". A consciência reage quando as ações, pensamentos e palavras se conformam ou são contrárias a um padrão de certo e errado.

Não há um termo hebraico no Antigo Testamento que seja equivalente a suneidēsis no Novo Testamento. A falta de uma palavra hebraica para "consciência" pode ser devido à cosmovisão judaica, que era comunal em vez de individual. O hebreu se considerava um membro de uma comunidade/aliança que se relacionava a Deus e Suas leis corporativamente, e não como um indivíduo. Em outras palavras, o hebreu estava confiante em sua própria posição diante de Deus se a nação hebraica como um todo estivesse em boa comunhão com Ele.

No Novo Testamento, o conceito de consciência é mais de natureza individual e envolve três grandes verdades. Primeiro, a consciência é uma capacidade dada por Deus aos seres humanos para o exercício da auto-avaliação. Paulo refere-se várias vezes à sua própria consciência como sendo "boa" ou "sem ofensa" (Atos 23:1; 24:16, 1 Coríntios 4:4). Paulo examinou as suas próprias palavras e ações e achou que estavam de acordo com seus costumes e sistema de valores, que eram, é claro, com base nos padrões de Deus. Sua consciência confirmou a integridade do seu coração.

Em segundo lugar, o Novo Testamento retrata a consciência como uma testemunha de algo. Paulo diz que os gentios têm consciência que atestam a presença da lei de Deus escrita em seus corações, embora não tivessem a Lei de Moisés (Romanos 2:14-15). Ele também apela para a sua própria consciência como testemunha de que fala a verdade (Romanos 9:1) e de que se comportou em santidade e sinceridade quando se relacionando com outras pessoas (2 Coríntios 1:12). Paulo diz que sua consciência confirma que ele tem que prestar contas por suas ações tanto a Deus quanto a outras pessoas (2 Coríntios 5:11).

Em terceiro lugar, a consciência é uma serva do sistema de valores do indivíduo em questão. Um sistema de valores imaturo ou fraco produz uma fraca consciência, enquanto um sistema de valores totalmente informado produz um forte senso de certo e errado. Na vida cristã, a consciência pode ser conduzida por uma inadequada compreensão das verdades bíblicas e pode produzir sentimentos de culpa e vergonha desproporcionais para as questões em mão. O amadurecimento na fé fortalece a consciência.

Esta última função da consciência é o que Paulo aborda em suas instruções sobre a ingestão de alimentos sacrificados a ídolos. Ele argumenta que, uma vez que os ídolos não são deuses reais, não faz diferença se o alimento foi sacrificado a eles ou não. No entanto, alguns na igreja de Corinto eram fracos em sua compreensão e acreditavam que tais deuses realmente existiam. Esses crentes imaturos ficaram horrorizados com a ideia de comerem alimentos sacrificados aos deuses porque suas consciências eram influenciadas por preconceitos errôneos e visões supersticiosas. Portanto, Paulo incentiva os mais maduros em seu entendimento a não exercerem a sua liberdade de comer se isso fizesse com que as consciências dos seus irmãos mais fracos condenassem as suas ações. A lição aqui é que, se as nossas consciências são claras por causa da fé madura e compreensão, não devemos fazer com que aqueles com a consciência mais fracas tropecem ao exercermos a liberdade que segue uma forte consciência.

Uma outra referência à consciência no Novo Testamento é uma consciência que é "cauterizada" ou tornada insensível, como se tivesse sido cauterizada com ferro quente (1 Timóteo 4:1-2). Tal consciência é endurecida e calejada, não mais sentindo nada. Uma pessoa com a consciência cauterizada não mais escuta os seus sussurros e pode pecar com abandono, iludir-se e pensar que está tudo bem com sua alma, e tratar os outros de forma insensível e sem compaixão.

Como cristãos, devemos manter a nossa consciência limpa ao obedecer a Deus e manter o nosso relacionamento com Ele em boa posição. Fazemos isso através da aplicação de Sua Palavra, renovando e suavizando os nossos corações continuamente. Consideramos aqueles cujas consciências são fracas, tratando-os com amor cristão e compaixão.