sábado, 25 de maio de 2019

#tbs_550 - "Quais são o significado e importância da coroa de espinhos?"

Após os julgamentos simulados e flagelação subsequente de Jesus, e antes de ser crucificado, os soldados romanos "tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça e, na mão direita, um caniço; e, ajoelhando-se diante dele, o escarneciam, dizendo: Salve, rei dos judeus!" (Mateus 27:29, ver também João 19:2-5). Embora uma coroa de espinhos fosse extremamente dolorosa, ela tratou-se mais de uma zombaria do que de dor. Aqui estava o "Rei dos Judeus" sendo espancado, cuspido e insultado por, presumivelmente, soldados romanos de baixo nível. A coroa de espinhos foi a finalização de sua zombaria, tomando um símbolo de realeza e majestade, uma coroa, e transformando-a em algo doloroso e degradante.

Para os cristãos, a coroa de espinhos é um lembrete de duas coisas: (1) Jesus foi, e é, na verdade, um rei. Um dia, todo o universo vai se curvar a Jesus como o "Rei dos reis e Senhor dos senhores" (Apocalipse 19:16). O que os soldados romanos pretendiam como um escárnio era na verdade uma imagem de dois papéis de Cristo: primeiramente, do servo sofredor, (Isaías 53) e em segundo lugar, do conquistador Rei-Messias (Apocalipse 19). (2) Jesus estava disposto a suportar a dor, os insultos e a vergonha para o nosso benefício. A coroa de espinhos e o sofrimento que com ela veio já passaram há muito, e Jesus já recebeu a coroa de que é digno. "vemos, todavia, aquele que, por um pouco, tendo sido feito menor que os anjos, Jesus, por causa do sofrimento da morte, foi coroado de glória e de honra, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todo homem" (Hebreus 2:9, ênfase adicionada).

Há ainda mais simbolismo incorporado na coroa de espinhos. Quando Adão e Eva pecaram, trazendo o mal e uma maldição sobre o mundo, parte da maldição sobre a humanidade era "… maldita é a terra por tua causa; em fadigas obterás dela o sustento durante os dias de tua vida. Ela produzirá também cardos e abrolhos, e tu comerás a erva do campo" (Gênesis 3:17-18, ênfase adicionada). Os soldados romanos, sem saber, tomaram um objeto da maldição e formaram-no em uma coroa para aquele que iria nos livrar dessa maldição. "Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro)" (Gálatas 3:13). Cristo, em Seu sacrifício expiatório perfeito, nos libertou da maldição do pecado, da qual um espinho (ou cardos) é um símbolo. Embora intencionada a ser um escárnio, a coroa de espinhos foi, de fato, um excelente símbolo de quem é Jesus e o que veio realizar. 

Gotq

#tbs_549 - "Por que a verdade da ressurreição corporal de Jesus Cristo é tão importante?"

A ressurreição corporal de Jesus Cristo é o acontecimento mais importante da história, fornecendo provas irrefutáveis de que Jesus é quem afirmava ser - o Filho de Deus. A ressurreição não era apenas a validação suprema da sua divindade; ela também valida as Escrituras, que predisse a sua vinda e ressurreição. Além disso, autenticou as reivindicações de Cristo de que ressuscitaria no terceiro dia (João 2:19-21; Marcos 8:31; 9:31; 10:34). Se o corpo de Cristo não foi ressuscitado, não temos esperança de que o nosso será (1 Coríntios 15:13, 16). Na verdade, longe da ressurreição corporal de Cristo, não temos Salvador, salvação e nem esperança da vida eterna. Como o apóstolo Paulo disse, nossa fé seria "vã" e o poder vivificante do evangelho seria completamente eliminado.

Porque os nossos destinos eternos dependem da verdade deste evento histórico, a ressurreição tem sido alvo de grandes ataques de Satanás contra a igreja. Assim, a historicidade da ressurreição corporal de Cristo tem sido examinada e investigada a partir de todos os ângulos e estudada interminavelmente por inúmeros estudiosos, teólogos, professores e outros ao longo dos séculos. E apesar de uma série de teorias que tentam refutar esse evento importante ter sido postulada, não existe nenhuma evidência histórica credível que validaria qualquer coisa senão a sua ressurreição corporal literal. Por outro lado, a evidência clara e convincente da ressurreição corporal de Jesus Cristo é esmagadora.

Sendo assim, dos cristãos na antiga Corinto a muitos hoje, incompreensões persistem em relação a certos aspectos da ressurreição de nosso Salvador. Por que, alguns perguntam, é importante que o corpo de Cristo foi ressuscitado? Sua ressurreição não poderia ter sido apenas espiritual? Por que e como é que a ressurreição de Jesus Cristo garante a ressurreição corporal dos crentes? Será que os nossos corpos ressuscitados serão os mesmos que os nossos corpos terrestres? Se não, como serão? As respostas a estas perguntas são encontradas no décimo quinto capítulo da primeira carta de Paulo à igreja de Corinto, uma igreja que ele fundara anos antes durante a sua segunda viagem missionária.

Além de facções crescentes na jovem igreja de Corinto, havia um mal-entendido desenfreado de algumas doutrinas cristãs fundamentais, inclusive da ressurreição. Embora muitos dos coríntios tivessem aceito que Cristo foi ressuscitado (1 Coríntios 15: 1,11), eles tinham dificuldade em acreditar que outros poderiam ou iriam ser ressuscitados. A contínua influência da filosofia gnóstica, que acreditava que tudo espiritual era bom, ao passo que tudo físico, como nossos corpos, era intrinsecamente perverso, foi essencialmente responsável pela sua confusão a respeito de sua própria ressurreição. A ideia de um cadáver detestável sendo eternamente ressuscitado foi, portanto, fortemente contestada por alguns e certamente pelos filósofos gregos do dia (Atos 17:32). 

Ainda assim, a maior parte do coríntios entenderam que a ressurreição de Cristo foi corporal e não espiritual. Afinal de contas, a palavra ressurreiçãosignifica "surgir dos mortos"; algo que volta à vida. Eles entenderam que todas as almas eram imortais e, no momento da morte, imediatamente iam para a presença do Senhor (2 Coríntios 5:8). Assim, uma ressurreição "espiritual" não faria sentido, já que o espírito não morre e, portanto, não pode ser ressuscitado. Além disso, eles estavam cientes de que as Escrituras, bem como o próprio Cristo, declararam que o seu corpo iria surgir novamente no terceiro dia. A Escritura também deixou claro que o corpo de Cristo não veria nenhum decaimento (Salmo 16:10; Atos 2:27), uma declaração que não faria sentido se o seu corpo não fosse ressuscitado. Por último, Cristo enfaticamente disse aos Seus discípulos que o Seu corpo foi o que ressuscitou: "um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho" (Lucas 24:39).

Mais uma vez, no entanto, a preocupação dos coríntios foi em relação à sua ressurreição pessoal. Consequentemente, Paulo tentou convencê-los de que porque Cristo ressuscitou dos mortos, eles também iriam ressuscitar dos mortos algum dia, e que as duas ressurreições – a de Cristo e a nossa - devem permanecer ou cair juntas, pois "se não há ressurreição de mortos, então, Cristo não ressuscitou" (1 Coríntios 15:13).

"Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem. Visto que a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos mortos. Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo" (1 Coríntios 15:20-22).

Quando Jesus Cristo ressuscitou, Ele tornou-se as "primícias" de todos os que seriam também ressuscitados (ver também Colossenses 1:18). Os israelitas não podiam colher plenamente as suas colheitas até que trouxessem uma amostra representativa (primícias) aos sacerdotes como oferenda ao Senhor (Levítico 23:10). Isto é o que Paulo está dizendo em 1 Coríntios 15:20-22; a própria ressurreição de Cristo foi as "primícias" da “colheita” da ressurreição dos crentes mortos. A linguagem de "primícias" que Paulo usa indica algo a seguir, e esse algo seria os seus seguidores - o resto da “colheita”. Assim é que a ressurreição de Cristo garante a nossa. Na verdade, a sua ressurreição requer a nossa ressurreição.

E para dissipar as suas preocupações relativas à ligação do espírito ao que era considerado um corpo indesejável, Paulo explicou-lhes a natureza de nossos corpos ressuscitados e como se diferem dos nossos corpos terrestres. Paulo comparou o nosso corpo terreno falecido a uma "semente", e Deus acabaria fornecendo um outro corpo (1 Coríntios 15:37-38) que seria como o glorioso corpo ressuscitado de Cristo (1 Coríntios 15:49; Filipenses 4:21). De fato, assim como com o nosso Senhor, os nossos corpos, que agora são naturais, perecíveis, desonrados e fracos, um dia ressurgirão como corpos imperecíveis, gloriosos, poderosos e espirituais (1 Coríntios 15:42-44). Os nossos corpos espirituais serão perfeitamente equipados à vida sobrenatural e celestial. 

Gotq

#tbs_548 - "Por que Jesus foi transfigurado enquanto falava com Moisés e Elias?"

 Cerca de uma semana depois de Jesus claramente dizer aos Seus discípulos que iria sofrer, ser morto e ressuscitar de volta à vida (Lucas 9:22), Ele levou Pedro, Tiago e João a um monte para orar. Enquanto orava, Sua aparência pessoal foi transformada em uma forma glorificada, e as suas vestes tornaram-se brancas deslumbrantes. Moisés e Elias apareceram e falaram com Jesus sobre a Sua morte que aconteceria em breve. Pedro, sem saber o que estava dizendo e sendo muito medroso, ofereceu-se para organizar três abrigos para eles. Sem dúvida isso é uma referência aos estandes utilizados para celebrar a Festa dos Tabernáculos, quando os israelitas habitavam em cabanas por sete dias (Levítico 23:34-42). Pedro estava expressando um desejo de permanecer naquele lugar. Quando uma nuvem os envolveu, uma voz disse: "Este é o meu Filho, o Escolhido; ouçam a ele!". A nuvem se levantou, Moisés e Elias tinham desaparecido e Jesus estava sozinho com os discípulos que ainda estavam com muito medo. Jesus advertiu-lhes a não contarem a ninguém o que tinham visto, pelo menos até depois de sua ressurreição. As três narrativas deste evento são encontradas em Mateus 17:1-8, Marcos 9:2-8 e Lucas 9:28-36.

Sem dúvida, o propósito da transfiguração de Cristo em pelo menos uma parte de Sua glória celeste foi para que o "círculo íntimo" dos discípulos adquirisse uma maior compreensão de quem era Jesus. Cristo sofreu uma mudança drástica na aparência a fim de que os discípulos pudessem vê-lo em Sua glória. Os discípulos, que só o conheciam em Seu corpo humano, tinham agora uma maior percepção da divindade de Cristo, embora não pudessem entendê-la completamente. Isso lhes deu a garantia de que precisavam após ouvir a notícia chocante de Sua morte próxima.

Simbolicamente, o aparecimento de Moisés e Elias representava a Lei e os Profetas. Entretanto, a voz de Deus do céu - "Ouçam a Ele!" - mostrou claramente que a Lei e os Profetas deviam dar lugar a Jesus. Aquele que é o novo e vivo caminho está substituindo o antigo; Ele é o cumprimento da Lei e das inúmeras profecias no Antigo Testamento. Além disso, em Sua forma glorificada eles tiveram uma breve visualização da Sua glorificação e entronização vindoura como Rei dos reis e Senhor dos senhores.

Os discípulos nunca esqueceram o que acontecera naquele dia na montanha e sem dúvida essa era a intenção. João escreveu em seu evangelho: "Vimos a sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade.” Pedro também escreveu: “De fato, não seguimos fábulas engenhosamente inventadas, quando lhes falamos a respeito do poder e da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo; pelo contrário, nós fomos testemunhas oculares da sua majestade. Ele recebeu honra e glória da parte de Deus Pai, quando da suprema glória lhe foi dirigida a voz que disse: ‘Este é o meu filho amado, em quem me agrado’. Nós mesmos ouvimos essa voz vinda do céu, quando estávamos com ele no monte santo" (2 Pedro 1:16-18). Aqueles que testemunharam a transfiguração deram o seu testemunho aos outros discípulos e incontáveis milhões através dos séculos.

#tbs_547 - "É ‘o Servo Sofredor’ de Isaías 53 uma profecia sobre Jesus?"

Talvez a maior de todas as profecias messiânicas no Tanakh (as Escrituras Hebraicas/o Antigo Testamento) sobre o advento do Messias judeu seja encontrada no capítulo 53 do profeta Isaías. Esta seção dos Profetas, conhecida como o "Servo Sofredor", tem sido por muito tempo enxergada pelos rabinos históricos do Judaísmo como falando do Redentor que um dia viria a Sião. Aqui está uma amostra do que o Judaísmo tem tradicionalmente acreditado sobre a identidade do "Servo Sofredor" de Isaías 53:

O Talmude babilônico diz: "O Messias, qual é o seu nome? Os rabinos dizem: o Estudioso de Aflições, assim como se diz, 'verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido...'" (Sinédrio 98b).

Midrash Rabbah Ruth diz: "Uma outra explicação (de Rute 2:14): Ele está falando do rei Messias; 'Achega-te para aqui,' aproxima-te para o lugar real; e ‘come do pão', isto é, o pão do reino; e ‘molhe no vinagre o teu bocado’, isto se refere aos seus sofrimentos, como se diz: 'Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades’".

O Targum Jonathan diz: "Eis que o meu servo Messias prosperará; ele será exaltado, elevado e será extremamente forte."

O Zohar diz: “‘Ele foi ferido pelas nossas transgressões’, etc... Há no Jardim do Éden um palácio chamado de Palácio dos Filhos da Doença; o Messias entra então neste palácio, e convoca cada enfermidade, cada dor e cada castigo de Israel; todos esses vêm e repousam sobre ele. E se ele não tivesse aliviado esse peso de Israel e colocado-os sobre si, não haveria nenhum outro homem capaz de suportar os castigos de Israel pela transgressão da lei: e isso é o que está escrito: 'Certamente nossas enfermidades ele carregou’".

O grande (Rambam) Rabi, Moisés Maimônides, diz: "Qual seria a forma do advento do Messias.... erguer-se-á um que ninguém conhecia antes, e sinais e prodígios que testemunharão sendo realizados por ele serão as provas de sua verdadeira origem; porque o Todo-Poderoso, quando nos declara a sua mente sobre este assunto, diz: ‘Aqui está o homem cujo nome é Renovo, e ele sairá do seu lugar e construirá o templo do Senhor’ (Zacarias 6:12). Isaías fala da mesma forma da época em que ele se manifestará, sem conhecer-se pai nem mãe ou a família, Ele surgiu diante dele, como renovo e raiz de uma terra seca, etc... nas palavras de Isaías, ao descrever a maneira em que essas coisas lhe são reveladas, para ele os reis fecharão a sua boca; pois viram aquilo que não lhes tinha sido dito, e o que nunca tinham ouvido entenderam."

Infelizmente, os rabinos modernos do Judaísmo acreditam que o "Servo Sofredor" de Isaías 53 talvez se refira a Israel, ou ao próprio Isaías, ou mesmo a Moisés ou outro dos profetas judeus. Mas Isaías é claro - ele fala do Messias, como muitos antigos rabinos concluíram.

O segundo versículo de Isaías 53 confirma essa clareza. A figura cresce como "um renovo perante ele, e como raiz de uma terra seca." O renovo brotando com certeza é uma referência ao Messias e, na verdade, é uma comum referência messiânica de Isaías e outros lugares. A dinastia davídica era para ser cortada no julgamento como uma árvore derrubada, mas Israel tinha a promessa de que um renovo surgiria do tronco. O Rei Messias era o que brotaria.

Além de qualquer dúvida, o "Servo Sofredor" de Isaías 53 refere-se ao Messias. Ele é altamente exaltado e diante do qual os reis fecharão a boca. O Messias é o renovo que surgiu da caída dinastia davídica. Ele se tornou o Rei dos Reis. Ele forneceu a expiação final.

Isaías 53 deve ser entendido como se referindo à vinda do Rei Davi, o Messias. O Rei Messias foi profetizado para sofrer e morrer para pagar por nossos pecados e depois ressurgir novamente. Ele serviria como um sacerdote para as nações do mundo e aplicaria o sangue da expiação para purificar aqueles que acreditam. Há apenas Um a quem isso pode estar se referindo -Jesus Cristo!

Aqueles que o confessam são os Seus filhos, Sua descendência prometida e os despojos da Sua vitória. Segundo o testemunho dos apóstolos judeus, Jesus morreu por nossos pecados, ressuscitou, ascendeu à mão direita de Deus e agora serve como o nosso grande Sumo Sacerdote que nos limpa do pecado (Hebreus 2:17; 8:1). Jesus, o Messias judeu, foi o previsto por Isaías.

O rabino Moshe Cohen Ibn Crispin disse: "Este rabino descreve aqueles que interpretam Isaías 53 como uma referência a Israel como aqueles que abandonaram o conhecimento de nossos Mestres, e inclinaram-se de acordo com a 'teimosia de seus próprios corações', e da sua própria opinião; tenho o prazer de interpretá-lo, de acordo com o ensinamento de nossos rabinos, sobre o Rei Messias. Esta profecia foi proferida por Isaías por ordem divina com o propósito de dar-nos a conhecer algo sobre a natureza do futuro Messias, o que estava por vir e libertar Israel, e sobre sua vida, do dia em que chegou discretamente até o seu advento como um redentor, a fim de que se alguém surgisse afirmando ser o Messias, pudéssemos então refletir e olhar para ver se podemos de fato observar nele qualquer semelhança com as características descritas aqui; se houver alguma semelhança, então podemos acreditar que ele seja o Messias nossa justiça; mas se não, então não podemos fazê-lo."

#tbs_546 - "Quais são as Estações da Cruz e o que podemos aprender com elas?"

As Estações da Cruz, também conhecidas como a Via Dolorosa, são uma narração das horas finais da vida de Jesus Cristo na terra que continua a oferecer convicção espiritual para cada cristão, assim como aplicação às nossas vidas. As Estações da Cruz servem como um lembrete austero da forma humilde em que Jesus estava disposto a colocar de lado qualquer privilégio da divindade a fim de fornecer um caminho para a salvação através do Seu sacrifício.

Existem várias versões amplamente aceitas que descrevem as últimas horas, uma sendo a bíblica e as outras sendo os relatos mais tradicionais dos eventos nas horas finais de Jesus. A forma tradicional das Estações da Cruz é a seguinte:

1. Jesus é condenado à morte.
2. Jesus recebe a sua cruz.
3. Jesus cai pela primeira vez.
4. Jesus encontra sua mãe Maria.
5. Simão de Cirene é forçado a carregar a cruz.
6. Verônica enxuga o sangue do rosto de Jesus.
7. Jesus cai pela segunda vez.
8. Jesus encontra as mulheres de Jerusalém.
9. Jesus cai pela terceira vez.
10. Jesus é despojado de suas vestes.
11. Jesus é pregado na cruz - a Crucificação.
12. Jesus morre na cruz.
13. O corpo de Jesus é retirado da cruz - a Deposição ou Lamentação.
14. O corpo de Jesus é colocado no sepulcro.
Na forma tradicional das Estações da Cruz, no entanto, as estações 3, 4, 6, 7 e 9 não são explicitamente bíblicas. Como resultado, o bíblico "Caminho da Cruz" foi desenvolvido. Abaixo estão as descrições bíblicas das 14 Estações da Cruz e a aplicação prática de cada uma.

1 Estação da Cruz: Jesus no Monte das Oliveiras (Lucas 22:39-46).
Jesus orou no Monte das Oliveiras para que o Seu Pai tirasse o copo de sua mão que significava a sua morte na cruz; isso demonstrou a humanidade de Jesus (Lucas 22:39-46). Não é difícil imaginar quão grande foi a sua expectativa sobre os acontecimentos que estavam prestes a acontecer. Chega um momento na vida de todos os cristãos quando também devem escolher entre a vontade de Deus e a sua própria, e essa escolha, como a escolha de Jesus, mostra o nível de compromisso e obediência a Deus, bem como a verdadeira condição do coração. Embora Jesus estivesse ciente do destino que estava prestes a enfrentar quando orou no Monte das Oliveiras para que Deus alterasse os acontecimentos, a Sua oração foi que a vontade do Pai fosse feita independentemente do que o futuro estivesse a reservar para Ele. Mesmo pregado na cruz com a respiração de vida já se esgotando, Jesus ainda estava nos ensinando a importância da obediência à Palavra de Deus e a importância de confiar nEle em qualquer situação.

2 Estação da Cruz: Jesus é traído por Judas e preso (Lucas 22:47-48).
Judas não só se tornou um dos personagens históricos mais desprezados quando traiu Jesus, ele também se tornou um lembrete assombrador a todos os cristãos de que houve vezes em que têm caído na tentação do pecado. Para o cristão, tropeçar em pecado é como trair Aquele que deu a Sua vida por nós. Quão maior é a traição quando o pecado é um comportamento escolhido, deliberadamente afastando-se da convicção espiritual (Lucas 22:47-48)? Judas viveu com Jesus e sentou-se a Seus pés aprendendo com Ele durante anos. Entretanto, porque o seu coração não era verdadeiramente transformado pelo poder do Espírito Santo, ele caiu quando tentado por Satanás. Como crentes, somos instruídos a "examinar a nós mesmos" para ver se somos verdadeiramente da fé (2 Coríntios 13:5).

3 Estação da Cruz: Jesus é condenado pelo Sinédrio (Lucas 22:66-71).
O conselho do Sinédrio, composto de setenta sacerdotes e escribas e um sumo sacerdote, exigiu que Pilatos executasse Jesus. Este incidente serve como um aviso para todos os cristãos a tomarem cuidado para não exaltarem a si mesmos quando hipocritamente julgando outras pessoas. O conhecimento bíblico e elevadas posições neste mundo ainda caem lamentavelmente longe da perfeição santa, e o pensamento orgulhoso pode facilmente causar a queda de até mesmo os mais piedosos entre os homens. A Bíblia nos ensina a respeitar posições de autoridade, mas no final das contas é a vontade de Deus e a Palavra de Deus que devem reinar em nossas vidas. Os cristãos são dotados de um batismo do Espírito Santo de Deus para confortar, ensinar e orientá-los em cada situação, permitindo-lhes tomar todas as decisões de acordo com a perfeita vontade de Deus, essencialmente negando a necessidade individual de líderes religiosos como o Sinédrio. A confiança do povo judeu na autoridade religiosa do Sinédrio causou a corrupção entre muitos dos seus sacerdotes e escribas, e quando Jesus começou a ensinar uma doutrina que enfraquecia essa autoridade, eles conspiraram contra Ele, no fim das contas exigindo a Sua crucificação pelo governo romano (Lucas 22:66-71).

4 Estação da Cruz: Pedro nega Jesus (Lucas 22:54-62).
Quando Jesus foi preso, algumas das pessoas presentes naquele momento acusaram Pedro de ser um dos seguidores de Jesus (Lucas 22:54-62). Como anteriormente previsto por Jesus, Pedro negou conhecer Jesus três vezes. Pedro foi um discípulo amado e da confiança de Jesus, chegando a testemunhar de primeira mão muitos milagres e até mesmo a andar sobre a água com Jesus (Mateus 14:29-31). Mesmo assim, Pedro demonstrou a fraqueza da humanidade ao negar Jesus por medo de também ser preso. Cristãos de todo o mundo continuam a enfrentar perseguição e humilhação por parte dos descrentes na sociedade, de abuso verbal a espancamentos e morte. As pessoas talvez hipocritamente julguem Pedro pela sua negação de Jesus e seu medo do que os romanos fariam com ele se descobrissem a sua relação com Jesus, mas quantos cristãos podem dizer que nunca permaneceram em silêncio sobre a sua fé na face de discriminação, pública ou privada? Tal silêncio demonstra a fragilidade da humanidade. A fé de Pedro era uma fé imperfeita, principalmente por não ser habitado pelo Espírito Santo naquele momento. Após a vinda do Espírito em Pentecostes para viver no coração dos crentes (Atos 2), Pedro passou a ser um leão valente da fé, nunca mais temendo a proclamação do Seu Senhor.

5 Estação da Cruz: Jesus é julgado por Pôncio Pilatos (Lucas 23:13-25).
De acordo com as normas legais de hoje, é improvável que Jesus teria sido condenado em qualquer tribunal, especialmente já que nenhuma verdadeira evidência contra Ele podia ser produzida. Pôncio Pilatos não pôde encontrar qualquer falha em nada que Jesus tinha feito e queria libertá-lo (Lucas 23:13-24), mas o Sinédrio exigiu que Pilatos ordenasse a Sua execução. O Sinédrio, que governava de acordo com a rigorosa Lei e tradição Mosaica, considerava Jesus uma grande ameaça à sua autoridade dominante sobre os judeus. Jesus ensinou às pessoas que a salvação era pela graça de Deus e não pela adesão aos muitos preceitos estabelecidos pelo Sinédrio, e tal ensinamento não só enfraquecia a autoridade dos líderes religiosos, mas também representava uma ameaça grave à sua subsistência. Ainda hoje, a mensagem da salvação pelo poder e escolha de Deus, não por nossos próprios esforços, é impopular. Os seres humanos em sua natureza decaída sempre querem alcançar a sua própria salvação, ou pelo menos contribuir de alguma forma, para que possamos reivindicar pelo menos uma parte da glória. Entretanto, a salvação é do Senhor, o qual não compartilha a Sua glória com ninguém (Isaías 42:8).

6 Estação da Cruz: Jesus é açoitado e coroado com espinhos (Lucas 23:63-65).
A cura à qual essa passagem se refere é a cura espiritual, ou cura do pecado. O perdão do pecado, e a restauração ao favor de Deus, são frequentemente representados como um ato de cura. Mais de 500 anos antes de Maria dar à luz a Jesus, Isaías profetizou que Jesus seria ferido pelas nossas transgressões (Isaías 53:3-6) e moído pelas nossas iniquidades e que pelas Suas pisaduras seríamos curados.

7 Estação da Cruz: Jesus toma a Sua cruz (Marcos 15:20).
Quando Jesus tomou a Sua cruz, Ele estava transportando mais do que madeira. Desconhecido aos muitos espectadores daquele dia, Jesus estava carregando os pecados da humanidade, enfrentando o castigo que aqueles pecados mereciam e sofrendo a favor da humanidade. Jesus nos exorta em Mateus 16:24: "Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me." Ele também revela que isso não é uma opção: "...e quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim" (Mateus 10:38). Tomar a nossa cruz, um instrumento de morte, significa morrer para nós mesmos a fim de vivermos como criaturas completamente novas (2 Coríntios 5:17) em serviço e obediência a Cristo. Isto significa render a Deus a nossa vontade, nossas afeições, nossas ambições e nossos desejos. Não devemos buscar a nossa própria felicidade como o objetivo supremo, mas estar dispostos a renunciar a tudo e dar a nossa vida também, se necessário.

8 Estação da Cruz: Simão de Cirene ajuda Jesus a carregar a Sua cruz (Lucas 23:26).
Simão de Cirene talvez seja considerado uma vítima das circunstâncias. Ele provavelmente tinha vindo a Jerusalém para as festividades da Páscoa e provavelmente sabia muito pouco sobre o que estava a acontecer. Sabemos muito pouco sobre Simão de Cirene já que ele não é mencionado na Bíblia depois de ter ajudado a carregar a cruz em que Jesus seria pregado (Lucas 23:26). Ordenado a ajudar pelos soldados romanos, Simão não resistiu, provavelmente temendo por sua própria vida à luz da situação em mão. Ao contrário de Jesus, que carregou a cruz de bom grado, Simão de Cirene foi "obrigado" ou forçado a carregá-la. Como cristãos, devemos voluntariamente nos unir a Jesus em Seu sofrimento, como Paulo nos exorta: "Portanto, não se envergonhe de testemunhar do Senhor, nem de mim, que sou prisioneiro dele, mas suporte comigo os sofrimentos pelo evangelho, segundo o poder de Deus" (2 Timóteo 1:8).

9 Estação da Cruz: Jesus encontra as mulheres de Jerusalém (Lucas 23:27-31).
Quando Jesus encontrou as mulheres chorando e alguns de Seus discípulos quando estava a caminho da Sua crucificação, Ele os advertiu a não chorarem por Ele, mas que a sua preocupação fosse por eles mesmos e pela vida dos seus filhos, considerando o mal crescente por toda Jerusalém (Lucas 23:27-31). Mesmo enquanto sofria uma grande dor e humilhação pessoal, a preocupação de Jesus não era consigo mesmo, mas pelas vidas e almas daqueles que enfrentavam o perigo da condenação eterna por causa do pecado em suas vidas. A mesma cautela é relevante aos cristãos de hoje, pois devemos ter cuidado em não permitir que as nossas preocupações deste mundo se tornem mais importantes do que a nossa devoção e obediência a Deus. Jesus disse: "O meu reino não é deste mundo" (João 18:36), e como cidadãos do céu, o nosso foco e atenção devem estar lá.

10 Estação da Cruz: Jesus é crucificado (Lucas 23:33-47).
É difícil, mais de dois mil anos após o fato, imaginar o horror do momento enquanto aqueles mais próximos a Jesus foram obrigados a, sem poderem fazer nada, assistir as suas mãos e pés sendo pregados à madeira na qual respiraria pela última vez na forma humana (Lucas 23:44-46). Seus entes e discípulos queridos ainda não entendiam completamente o significado do que estava acontecendo naquele momento. Eles ainda não eram capazes de entender que esta obra perversa dos homens foi o resultado do propósito divino e planejamento para a salvação de todos os que creem em Cristo. Para nós hoje, "como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação?" (Hebreus 2:3). "Não há salvação em nenhum outro, pois, debaixo do céu não há nenhum outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos" (Atos 4:12).

11 Estação da Cruz: Jesus promete o Seu reino ao ladrão que crê (Lucas 23:43).
É possível que o ladrão sendo crucificado ao lado de Jesus tivesse sido capaz de compreender o conceito de que a vida não estava terminando para Jesus, mas que Ele estava transcendendo o mundo físico à eterna promessa da qual viera para prover para a humanidade. O ladrão se tornaria um dos primeiros a entrar no paraíso pela graça mediante a fé em Jesus Cristo (Efésios 2:8-9). Jesus disse ao ladrão que ele estaria no paraíso naquele mesmo dia com Ele, por ter aceitado e acreditado no Filho de Deus. Claramente, este é um exemplo de que uma pessoa é salva pela graça mediante a fé e não por obras, assim como aqueles que perseguiram e condenaram Jesus queriam que o povo acreditasse.

12 Estação da Cruz: Jesus na cruz fala com sua mãe e seus discípulos (Lucas 23:48-49).
Jesus, em Seu momento de morrer, ainda estava colocando as necessidades dos outros antes de Sua própria ao amorosamente confiar o cuidado de Sua mãe ao Seu discípulo amado, João (João 19:27). Toda a sua vida, incluindo a Sua morte, ensinou por exemplo que devemos colocar as necessidades de outras pessoas acima das nossas, sujeitando tudo à perfeita vontade de Deus. A disposição de permanecer na Sua Palavra e demonstrar com ações a sua disposição de fielmente sacrificar-se por outras pessoas mesmo à face da adversidade são características que definem a verdadeira vida cristã.

13 Estação da Cruz: Jesus morre na cruz (Lucas 23:44-46).
No momento da morte de Jesus, o véu no templo que separava os homens do Santo dos Santos rasgou-se de alto a baixo. Isto foi terrível a todos os judeus que testemunharam o evento e que não sabiam que isso significava o fim da Antiga Aliança e o início da Nova Aliança. O homem não mais teria que sofrer a separação de Deus por causa do pecado, mas agora seria capaz de se aproximar do trono da graça com ousadia através da oração pelo perdão dos pecados. A vida e a morte sacrificial de Jesus haviam removido a barreira do pecado, tornando possível que o homem obtivesse a salvação pela graça.

14 Estação da Cruz: Jesus é colocado no sepulcro (Lucas 23:50-54).
Depois de Jesus ter morrido e ser removido da cruz, Ele foi enterrado em um túmulo fornecido por um homem chamado José, da cidade judaica de Arimateia (Lucas 23:50-54). José também era um membro do Sinédrio, mas opôs-se ao julgamento e crucificação de Jesus. José secretamente acreditava que Jesus era o Messias segundo as Escrituras, mas temia as consequências de reconhecer publicamente a sua crença (João 19:38). Depois que Jesus morreu, José foi a Pilatos secretamente e pediu o corpo de Jesus a fim de fornecer um enterro apropriado.

O grande sacrifício de Jesus não só se tornou a expiação dos pecados do homem, mas também tornou-se a vitória que derrotaria a morte, a qual de qualquer outra forma teria sido o destino inevitável de todos os homens que nascem sob a maldição do pecado. O pecado carrega a sua própria penalidade inevitável, e essa penalidade é a morte. O nosso Criador é justo e correto e por isso exigiu que a penalidade pelo pecado fosse paga. Porque Deus é amoroso e misericordioso, assim como justo, Ele enviou o Seu Filho unigênito para pagar a pena pelos nossos pecados, sabendo que senão estaríamos condenados por toda a eternidade (João 3:16). O amor e a misericórdia de Deus são grandemente demonstrados pelas palavras de Jesus ainda pendurado na cruz, perto de morrer, quando pediu que Deus perdoasse aqueles que estavam matando-o em sua ignorância (Lucas 23:34). É fácil supor que a falta de vontade do homem de se render totalmente em obediência à Palavra de Deus e a lei seja resultado de sua falta de conhecimento e sabedoria. A ironia dessa conclusão é que a fatalidade produzida para Jesus na cruz se torna a fatalidade espiritual para aqueles incapazes de superar a mesma ignorância que ainda assola grande parte da humanidade hoje. O homem pecador que se recusa a aceitar o dom da salvação fornecido por Jesus pelo Seu sacrifício é certamente o produto da ignorância rebelde e pecado que separam um homem da sabedoria de Deus.

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#tbs_545 - "Quais foram as sete últimas palavras de Jesus Cristo na cruz e o que significam?"

Encontre a seguir as sete declarações que Jesus Cristo fez na cruz (não em uma ordem particular):

(1) Mateus 27:46 nos diz que perto da hora nona exclamou Jesus em alta voz, dizendo: “Eli, Eli, lamá sabactâni; isto é, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” Aqui Jesus estava expressando seus sentimentos de abandono por Deus ter colocado os pecados do mundo sobre Ele - e por causa disso, Deus teve que se "virar" contra Jesus. Quando Jesus estava sentindo o peso do pecado, Ele estava passando por uma separação de Deus pela primeira e única vez em toda a eternidade. Este foi também um cumprimento da declaração profética no Salmo 22:1.

(2) "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem" (Lucas 23:34). Aqueles que crucificaram Jesus não estavam cientes da extensão do que estavam fazendo porque não o reconheceram como o Messias. Sua ignorância da verdade divina não significava que mereciam perdão, e a oração de Cristo mesmo ao meio do seu escárnio é uma expressão da compaixão ilimitada da graça divina.

(3) "Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso" (Lucas 23:43). Nesta declaração, Jesus está assegurando um dos criminosos na cruz de que quando morresse, ele estaria com Jesus no céu. Isso foi concedido porque, mesmo na hora da sua morte, o criminoso tinha expressado sua fé em Jesus, reconhecendo-o pelo que Ele era (Lucas 23:42).

(4) "Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito" (Lucas 23:46). Aqui, Jesus está voluntariamente entregando a sua alma nas mãos do Pai, o que indica que Ele estava prestes a morrer e que Deus tinha aceitado o Seu sacrifício. Ele "se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus" (Hebreus 9:14).

(5) "Mulher, eis aí o teu filho!" e "Eis aí tua mãe!" Quando Jesus viu a sua mãe em pé perto da cruz com o apóstolo João, o discípulo a quem amava, Ele confiou os cuidados de sua mãe nas mãos de João. E desde aquela hora, João levou-a à sua própria casa (João 19:26-27). Neste versículo, Jesus, o Filho sempre compassivo, está se assegurando de que sua mãe terrena seria bem cuidada depois de Sua morte.

(6) "Tenho sede" (João 19:28). Jesus está aqui cumprindo a profecia messiânica do Salmo 69:21: "Puseram fel na minha comida e para matar-me a sede deram-me vinagre." Ao dizer que estava com sede, Ele incitou os guardas romanos a darem-Lhe vinagre, o que era habitual em um crucificação, cumprindo assim a profecia.

(7): "Está consumado!" (João 19:30). As últimas palavras de Jesus significavam que o Seu sofrimento tinha acabado e que todo o trabalho que o Seu Pai havia dado-lhe a fazer, ou seja, pregar o evangelho, executar milagres e obter a salvação eterna para o Seu povo, havia sido realizado, cumprido, concretizado. A dívida do pecado havia sido paga.

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#tbs_544 - "Quem foi o verdadeiro Jesus histórico?"

Sem dúvida, uma das perguntas mais frequentes é "Quem foi Jesus?". Não há dúvida de que Jesus tem, de longe, o nome mais bem conhecido em todo o mundo. Cerca de um terço da nossa população mundial - aproximadamente 2,5 bilhões de pessoas – afirma ser cristã. O Islamismo, o qual abrange cerca de 1,5 bilhões de pessoas, na verdade reconhece Jesus como o segundo maior profeta depois de Maomé. Das restantes 3,2 bilhões de pessoas (cerca de metade da população mundial), a maioria tem ou ouvido falar do nome de Jesus ou sabe que Ele é.

Se alguém fosse fazer um resumo da vida de Jesus desde o seu nascimento à sua morte, seria um tanto escasso. Ele nasceu de pais judeus em Belém, uma pequena cidade ao sul de Jerusalém, enquanto o território estava sob ocupação romana. Seus pais se mudaram ao norte, para Nazaré, onde cresceu, por isso Ele era conhecido como “Jesus de Nazaré”. Seu pai era um carpinteiro, por isso Jesus provavelmente adquiriu bem cedo essa habilidade. Quando tinha cerca de 30 anos de idade, Ele começou um ministério público. Ele escolheu uma dúzia de homens de reputação duvidosa como Seus discípulos e tinha como sua “sede” Cafarnaum, uma aldeia de pescadores e grande centro comercial na costa do Mar da Galileia. De lá, Ele viajou e pregou em toda a região da Galileia, muitas vezes se deslocando entre os gentios e samaritanos vizinhos com viagens intermitentes para Jerusalém.

Os ensinamentos e metodologias incomuns de Jesus assustaram e incomodaram muitas pessoas. Sua mensagens revolucionárias, juntamente com milagres e curas surpreendentes, conquistaram um enorme grupo de seguidores. Sua popularidade entre a população cresceu rapidamente e, como resultado, isso foi notado pelos líderes bem entrincheirados da fé judaica. Logo, esses líderes judeus tornaram-se ciumentos e ressentidos do Seu sucesso. Muitos desses líderes achavam seus ensinamentos ofensivos e sentiram que suas estabelecidas tradições e cerimônias religiosas estavam sendo comprometidas. Logo conspiraram com os governantes romanos para que fosse morto. Foi nessa época que um dos discípulos de Jesus o traiu aos líderes judeus por uma quantia irrisória de dinheiro. Pouco tempo depois, eles prenderam-no, engendraram às pressas uma série organizada de julgamentos simulados e sumariamente o executaram por crucificação.

Entretanto, ao contrário de qualquer outro na história, a morte de Jesus não foi o fim da sua história; era, de fato, o começo. O Cristianismo só existe por causa do que aconteceu depois de Jesus ter morrido. Três dias depois de Sua morte, os Seus discípulos e muitos outros começaram a afirmar que Ele havia ressuscitado dos mortos. Seu túmulo foi encontrado vazio, o corpo não estava lá, e inúmeras aparições foram testemunhadas por muitos grupos diferentes de pessoas, em locais diferentes e entre circunstâncias dessemelhantes.

Como resultado de tudo isso, as pessoas começaram a proclamar que Jesus era o Cristo, ou o Messias. Elas alegaram que a Sua ressurreição validava a mensagem de perdão dos pecados através do Seu sacrifício. No início, eles declararam esta boa notícia, conhecida como o evangelho, em Jerusalém, a mesma cidade onde Jesus havia sido condenado à morte. As notícias logo ficaram conhecidas como o Caminho (veja Atos 9:2, 19:9, 23, 24:22) e expandiram-se rapidamente. Em um curto período de tempo, esta mensagem do evangelho de fé se espalhou até mesmo para além da região, expandindo-se até à Roma e outras áreas mais distantes do seu vasto império.

Jesus sem dúvida teve um impacto tremendo na história mundial. A questão do "verdadeiro Jesus histórico" pode ser melhor respondida ao se estudar o impacto de Jesus na história. A única explicação para o impacto incomparável que Jesus teve é que Ele foi muito mais do que apenas um homem. Jesus foi, e é, precisamente quem a Bíblia afirma que Ele é – Deus que se tornou homem. Somente o Deus que criou o mundo e controla o curso da história poderia ter tão grande impacto no mundo.

#tbs_543 - "O que significa que Jesus é o unigênito Filho de Deus?"

A frase "filho unigênito" ocorre em João 3:16: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Nova Versão Internacional)." A expressão "unigênito" é a tradução da palavra grega monogenes. 

É este último termo ("unigênito") que causa problemas. Falsos mestres têm se agarrado a essa expressão para tentar provar a sua falsa doutrina de que Jesus Cristo não é Deus, isto é, que Jesus em sua essência não é igual a Deus como a Segunda Pessoa da Trindade. Eles veem a palavra "unigênito" e dizem que Jesus é um ser criado porque só alguém que teve um início em um certo momento pode ser "unigênito". O que essa teoria deixa de destacar é que "unigênito" é uma tradução de uma palavra grega. Como tal, temos de avaliar o significado original da palavra grega, e não transferir o significado da nossa língua ao texto.

Então, o que monogenes significa? De acordo com o Greek-English Lexicon of the New Testament and Other Early Christian Literature (Léxico Grego-Inglês do Novo Testamento e outra Literatura Cristã Primitiva, 3ª Edição), monogenes tem duas definições primárias. A primeira definição diz respeito a "ser o único de seu tipo dentro de um relacionamento específico." Este é o significado ligado ao seu uso em Hebreus 11:17, quando o escritor se refere a Isaque como o "filho unigênito" de Abraão. Abraão tinha mais de um filho, mas Isaque era o único filho que tinha com Sara e o único filho da aliança.

A segunda definição diz respeito a "ser o único de sua espécie ou classe, único no gênero." Este é o significado implícito em João 3:16. Na verdade, João é o único escritor do Novo Testamento que usa esta palavra em referência a Jesus (veja João 1:14, 18; 3:16, 18; 1 João 4:9). João estava mais preocupado em demonstrar que Jesus era o Filho de Deus (João 20:31), e usa esta palavra para destacar Jesus unicamente como o filho de Deus – compartilhando da mesma natureza divina que Deus – ao contrário de crentes que são filhos e filhas de Deus através da fé.

No fim das contas, termos como "Pai" e "Filho", descritivos de Deus e Jesus, são termos humanos utilizados para nos ajudar a compreender a relação entre as diferentes pessoas da Trindade. Se você puder entender a relação entre um pai humano e um filho humano, então você pode entender, em parte, a relação entre a Primeira e a Segunda Pessoa da Trindade. A analogia se desmorona se você tentar ir longe demais e ensinar, como algumas seitas cristãs (tais como as Testemunhas de Jeová), que Jesus era literalmente "unigênito", no mesmo sentido que "gerado" ou "criado" por Deus Pai.

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#tbs_542 - "Quais são os diferentes nomes e títulos de Jesus Cristo?"

Existem cerca de 200 nomes e títulos de Cristo encontrados na Bíblia. A lista a seguir inclui apenas alguns dos mais proeminentes, organizados em três seções de acordo com nomes que refletem a natureza de Cristo, a Sua posição na tri-unidade de Deus e a Sua obra na terra em nosso favor.

A Natureza de Cristo
Pedra Angular: (Efésios 2:20) - Jesus é a pedra angular do edifício da Sua Igreja. Ele cementa juntos os judeus e gentios, homens e mulheres – todos os santos de todas as épocas e lugares em uma estrutura construída sobre a fé nEle, a qual é compartilhada por todos.

Primogênito de toda a criação:(Colossenses 1:15) - Não a primeira coisa que Deus criou, como alguns afirmam de forma incorreta, porque o versículo 16 diz que todas as coisas foram criadas por e para Cristo. Em vez disso, o significado é que Cristo ocupa o posto e preeminência do primogênito sobre todas as coisas, que Ele sustenta a posição mais exaltada no universo, que Ele é preeminente sobre todos os outros e é o cabeça de todas as coisas.

Cabeça da Igreja: (Efésios 1:22, 4:15; 5:23) - Jesus Cristo, não um rei ou um papa, é o único governante supremo e soberano da Igreja, ou seja, daqueles por quem Ele morreu e que têm colocado sua fé nEle para obter a salvação.

Santo: (Atos 3:14, Salmo 16:10) - Cristo é santo, tanto em sua natureza divina quanto humana, e a fonte de santidade ao Seu povo. Pela Sua morte, somos feitos santos e puros diante de Deus.

Juiz: (Atos 10:42; 2 Timóteo 4:8) - O Senhor Jesus foi designado por Deus para julgar o mundo e dispensar as recompensas da eternidade.

Rei dos reis e Senhor dos senhores: (1 Timóteo 6:15, Apocalipse 19:16) - Jesus tem domínio sobre todas as autoridades da terra, sobre todos os reis e governantes, e ninguém pode impedi-lo de realizar os seus propósitos. Ele os dirige como lhe agrada.

Luz do Mundo: (João 8:12) - Jesus entrou em um mundo escurecido pelo pecado e derramou a luz da vida e a verdade por meio de Sua obra e Suas palavras. Jesus abre os olhos daqueles que confiam nEle e andam na luz.

Príncipe da paz: (Isaías 9:6) - Jesus não veio trazer paz ao mundo como na ausência de guerra, mas a paz entre Deus e o homem que estavam separados pelo pecado. Ele morreu para reconciliar os pecadores a um Deus santo.

Filho de Deus: (Lucas 1:35; João 1:49) - Jesus é o "unigênito do Pai" (João 1:14). Usado 42 vezes no Novo Testamento, o termo "Filho de Deus" afirma a divindade de Cristo.

Filho do homem: (João 5:27) - Usado como um contraste com "Filho de Deus", esta frase afirma a humanidade de Cristo que existe ao lado de Sua divindade.

Palavra: (João 1:1, 1 João 5:7-8) - A Palavra é a segunda pessoa da trindade, o que falou e assim foi feito, o que falou todas as coisas à existência do nada na primeira criação, o que estava no princípio com Deus Pai, e era Deus, e por quem todas as coisas foram criadas.

Palavra de Deus: (Apocalipse 19:12-13) - Este é o nome dado ao Cristo que é desconhecido por todos, menos por Si mesmo. Esse termo denota o mistério da Sua pessoa divina.

Palavra de Vida: (1 João 1:1) - Jesus não só falou palavras que conduzem à vida eterna, mas de acordo com este versículo, Ele é as próprias palavras de vida, referindo-se à vida eterna de alegria e satisfação que Ele proporciona.

Sua posição na trindade
Alfa e Ômega: (Apocalipse 1:8; 22:13) - Jesus declarou ser o início e o fim de todas as coisas, uma referência ao verdadeiro Deus e ninguém mais. Esta declaração de eternidade só pode ser aplicada a Deus.

Emanuel: (Isaías 7:14, Mateus 1:23) - Literalmente "Deus conosco". Tanto Isaías quanto Mateus afirmam que o Cristo que nasceria em Belém seria o próprio Deus que veio à Terra na forma de um homem para viver entre o Seu povo.

Eu Sou: (João 8:58, com Êxodo 3:14) - Quando Jesus atribuiu a Si mesmo este título, os judeus tentaram apedrejá-lo por blasfêmia. Eles compreenderam que Jesus estava declarando ser o Deus eterno,o imutável Jeová do Antigo Testamento.

Senhor de todos: (Atos 10:36) - Jesus é o Senhor soberano sobre o mundo inteiro e todas as coisas nele contidas, de todas as nações do mundo, e particularmente do povo escolhido de Deus, tanto gentios quanto judeus.

Verdadeiro Deus: (1 João 5:20) - Esta é uma afirmação direta de que Jesus, sendo o verdadeiro Deus, não é apenas divino, mas é o Divino. Já que a Bíblia ensina que há somente um Deus, isso só pode estar descrevendo a Sua natureza como parte do Deus triúno.

Sua obra na Terra
Autor e Consumador da nossa fé:(Hebreus 12:2) - A salvação é alcançada através da fé que é dom de Deus (Efésios 2:8-9) e Jesus é o fundador da nossa fé e o seu consumador também. Do primeiro ao último, Ele é a fonte e o sustentador da fé que nos salva.

Pão da Vida: (João 6:35; 6:48) - Assim como o pão sustenta a vida no sentido físico, Jesus é o Pão que dá e sustenta a vida eterna. Deus providenciou o maná no deserto para alimentar o seu povo, e Ele providenciou Jesus para nos dar a vida eterna através do Seu corpo partido por nós.

Noivo: (Mateus 9:15) – O retrato de Cristo como o Noivo e a Igreja como a Sua Noiva revela a relação especial que temos com Ele. Estamos ligados uns aos outros em uma aliança de graça que não pode ser quebrada.

Redentor: (Romanos 11:26) - Assim como os israelitas precisavam que Deus os libertasse da escravidão do Egito, assim Cristo é o nosso Redentor da escravidão do pecado.

Bom Pastor: (João 10:11,14) - Nos tempos bíblicos, um bom pastor estava disposto a arriscar a sua própria vida para proteger as suas ovelhas dos predadores. Jesus deu a Sua vida por Suas ovelhas e Ele cuida, nutre e nos alimenta.

Sumo Sacerdote: (Hebreus 2:17) - O sumo sacerdote judeu entrava no templo uma vez por ano para fazer expiação pelos pecados do povo. O Senhor Jesus executou essa função por Seu povo de uma vez por todas na cruz.

Cordeiro de Deus: (João 1:29) - A Lei de Deus exigia o sacrifício de um cordeiro perfeito e imaculado como expiação pelo pecado. Jesus se tornou o Cordeiro levado mansamente para o abate, mostrando a Sua paciência em Seus sofrimentos e a Sua prontidão para morrer pelos que lhe pertence.

Mediador: (1 Timóteo 2:5) - Um mediador é um que fica entre duas partes para reconciliá-las. Cristo é o único Mediador que reconcilia os homens a Deus. Orar a Maria ou aos santos é idolatria porque ignora esse papel mais importante de Cristo (o de Mediador), atribuindo-lhe a outro.

Rocha: (1 Coríntios 10:4) – Assim como a água que dá vida fluiu da rocha que Moisés bateu no deserto, Jesus é a Rocha da qual fluem as águas vivas da vida eterna. Ele é a Rocha sobre a qual construímos nossas casas espirituais, de modo que nenhuma tempestade possa sacudi-las.

Ressurreição e a Vida: (João 11:25) - Em Jesus encontramos o meio para ressuscitar os pecadores à vida eterna, assim como Ele ressuscitou dentre os mortos. Nosso pecado é sepultado com Ele, e somos ressuscitados para andar em uma nova vida.

Salvador: (Mateus 1:21, Lucas 2:11) - Ele salva o Seu povo ao morrer para redimi-los, ao dar-lhe o Espírito Santo para renová-los pelo Seu poder, ao capacitá-los a enfrentar os seus inimigos espirituais, ao sustentá-los durante as provações e morte e ao ressuscitá-los no último dia.

Videira Verdadeira: (João 15:1) – A Videira Verdadeira fornece tudo de que os ramos (crentes) necessitam para produzirem o fruto do Espírito -- a água vida da salvação e o alimento da Palavra.

Caminho, Verdade, Vida: (João 14:6) - Jesus é o único caminho para Deus, a única verdade em um mundo de mentiras e a única fonte verdadeira da vida eterna. Ele incorpora todos os três tanto em um sentido temporal quanto eterno.

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#tbs_541 - "O que é o amor de Cristo?"

A frase "amor de Cristo", em oposição ao "amor por Cristo", refere-se ao amor que Ele tem pela humanidade. O Seu amor pode ser brevemente resumido como a Sua disposição para agir em nosso melhor interesse, especialmente em atender à nossa maior necessidade apesar de custar-lhe tudo e apesar de sermos completamente indignos desse amor.

Apesar de Cristo Jesus, sendo Deus em sua natureza, ter existido desde o início dos tempos com Deus Pai (João 1:1) e o Espírito Santo, Ele voluntariamente deixou o Seu trono (João 1:1-14) para se tornar um homem, a fim de que pudesse pagar a pena pelos nossos pecados para que não tivéssemos que pagá-la por toda a eternidade no lago de fogo (Apocalipse 20:11-15). Porque o preço do pecado da humanidade foi pago pelo nosso perfeito Salvador, Jesus Cristo, o Deus justo e santo agora pode perdoar os nossos pecados quando aceitarmos o pagamento de Cristo Jesus como o nosso (Romanos 3:21-26). Assim, o amor de Cristo é demonstrado pelo fato de que Ele deixou a sua casa no céu, onde era adorado e honrado como merecia, para vir à Terra como um homem que seria ridicularizado, traído, espancado e crucificado em uma cruz para pagar a pena por nossos pecados, ressuscitando dentre os mortos no terceiro dia. Ele considerou a nossa necessidade de um Salvador do nosso pecado e de sua penalidade como mais importante do que o Seu próprio conforto e vida (Filipenses 2:3-8).

Às vezes algumas pessoas voluntariamente entregam as suas vidas por aqueles que consideram dignos - um amigo, um parente, outras pessoas "boas", por exemplo - mas o amor de Cristo vai além disso. O amor de Cristo se estende aos que menos o merecem. Ele voluntariamente tomou sobre si a punição daqueles que o torturaram, odiaram, rebelaram-se contra ele e não se importavam com ele, ou seja, os mais indignos do Seu amor (Romanos 5:6-8). Ele deu o máximo que podia dar por aqueles que menos mereciam! Sacrificar-se, então, é a essência do amor divino, chamado de amor ágape. Esse é um amor como o de Deus, não um amor como o dos homens (Mateus 5:43-48).

Esse amor que Ele demonstrou por nós na cruz é apenas o começo. Quando colocamos nossa confiança nEle como o nosso Salvador, somos feitos filhos de Deus e co-herdeiros com Ele! Ele vem habitar dentro de nós através do Espírito Santo, prometendo que nunca nos deixará ou nos abandonará (Hebreus 13:5-6). Assim, temos um companheiro afetuoso por toda a vida. Independente do que tivermos que enfrentar, Ele está presente e o Seu amor está sempre disponível a nós (Romanos 8:35). No entanto, assim como Ele devidamente reina como um rei benevolente no céu, precisamos dar-lhe a posição que merece em nossas vidas, a de Mestre e não meramente a de um companheiro. Só então experimentaremos a vida como Ele pretendia e viveremos na plenitude do Seu amor (João 10:10 b).

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#tbs_540 - "O que é a kenosis?"

O termo "kenosis" vem da palavra grega para a doutrina do auto-esvaziamento de Cristo em sua encarnação. A kenosis foi uma auto-renúncia, não um esvaziamento de sua divindade e nem uma troca de divindade pela humanidade. Filipenses 2:7 nos diz que Jesus "esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens." Jesus não cessou de ser Deus durante o Seu ministério terreno. Entretanto, Ele deixou de lado a Sua glória celestial de uma relação face a face com Deus. Ele também deixou de lado a Sua autoridade independente. Durante o Seu ministério terreno, Cristo se submeteu completamente à vontade do Pai.

Como parte da kenosis, Jesus às vezes operou com as limitações de humanidade (João 4:6, 19:28). Deus não se cansa ou fica com sede. Mateus 24:36 nos diz: "Quanto ao dia e à hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão somente o Pai." Podemos nos perguntar, se Jesus era Deus, como é que Ele não sabia de tudo como Deus (Salmo 139:1-6)? Parece que enquanto Jesus estava na terra, Ele abriu mão do uso de alguns dos seus atributos divinos. Jesus ainda era perfeitamente santo, justo, misericordioso, bondoso, justo e amoroso, mas a sua onisciência e onipotência não foram usadas por completo enquanto estava na terra.

No entanto, quando se trata da kenosis, muitas vezes nos concentramos demais naquilo de que Jesus abriu mão. A kenosis também lida com o que Cristo assumiu. Jesus tomou sobre si mesmo uma natureza humana e se humilhou. Jesus deixou de ser a glória das glórias do céu para ser um ser humano que foi condenado à morte na cruz. Filipenses 2:7-8 declara: "...mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte, e morte de cruz!" No supremo ato de humildade, o Deus do universo tornou-se um ser humano e morreu por Sua criação. A kenosis, portanto, é Cristo assumindo a natureza humana com todas as suas limitações, exceto o pecado.

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#tbs_539 - "O que João 1:1, 14 querem dizer quando declaram que Jesus é a Palavra de Deus?"

A resposta a essa pergunta só é encontrada quando primeiramente se compreende o motivo pelo qual João escreveu o seu Evangelho. Encontramos o seu propósito descrito claramente em João 20:30-31: "Jesus realizou na presença dos seus discípulos muitos outros sinais miraculosos, que não estão registrados neste livro. Mas estes foram escritos para que vocês creiam que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus e, crendo, tenham vida em seu nome." João tinha o propósito de introduzir os leitores do seu Evangelho a Jesus Cristo, estabelecendo quem Jesus é (Deus em carne) e o que fez. O único objetivo de João era guiar as pessoas a abraçarem a obra salvadora de Cristo através da fé. Quando entendemos isso, somos mais capazes de entender por que João apresenta Jesus como "A Palavra" (ou Verbo, em algumas traduções) em João 1:1.

Ao iniciar o seu Evangelho dizendo: "No princípio era aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus, e era Deus", João está apresentando Jesus com um termo facilmente entendido tanto pelos seus leitores judeus quanto gentios. A palavra grega traduzida como "Palavra" nesta passagem é logos, a qual era comum tanto na filosofia grega quanto no pensamento judaico daquele dia. Por exemplo, no Antigo Testamento, a "palavra" de Deus é muitas vezes personificada como um instrumento para a execução da vontade de Deus (Salmo 33:6, 107:20, 119:89, 147:15-18). Assim, para os seus leitores judeus, ao introduzir Jesus como a "Palavra", João está em um sentido apontando-los de volta ao Antigo Testamento onde o logos ou "Palavra" de Deus é associada com a personificação da revelação de Deus. Já na filosofia grega, o termo logos era usado para descrever o agente intermediário pelo qual Deus criava as coisas materiais e se comunicava com eles. Na cosmovisão grega, pensava-se que o logos era uma ponte entre o Deus transcendente e o universo material. Portanto, para os seus leitores gregos, o uso do termo logos provavelmente teria trazido a ideia de um princípio mediador entre Deus e o mundo.

Então, essencialmente, o que João está fazendo através da introdução de Jesus como o logos é utilizar uma palavra e conceito com os quais tanto os judeus quanto os gentios de sua época estariam familiarizados e usar isso como o ponto de partida para apresentá-los a Jesus Cristo. Entretanto, João vai além do conceito familiar de logos que os seus leitores judeus e gentios teriam e apresenta Jesus Cristo não como um mero princípio de mediação, assim como enxergado pelos gregos, mas como um ser pessoal, inteiramente divino e ainda plenamente humano. Além disso, Cristo não foi simplesmente uma personificação da revelação de Deus como os judeus achavam, mas de fato a perfeita revelação do próprio Deus na carne, tanto que João chegou até a registrar as próprias palavras de Jesus a Filipe: "Você não me conhece, Filipe, mesmo depois de eu ter estado com vocês durante tanto tempo? Quem me vê, vê o Pai. Como você pode dizer: ‘Mostra-nos o Pai’" (João 14:9)? Ao utilizar o termo logos ou "Palavra" em João 1:1, João estava ampliando e aplicando um conceito conhecido pela sua audiência e utilizando-se disso para introduzir os seus leitores ao verdadeiro logos de Deus em Jesus Cristo, a Palavra Viva de Deus, plenamente Deus e ainda plenamente homem, que veio para revelar Deus ao homem e resgatar todos os que creem nEle dos seus pecados.

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#tbs_538 - "Em que sentido Jesus Cristo é considerado único?"

1. Ele é o único e singular Filho de Deus (Salmo 2:7, 11-12; João 1:14, Lucas 1:35).

2. Ele é eterno. Ele existiu desde a eternidade passada, existe no presente, e existirá por toda a eternidade no futuro (João 1:1-3, 14, 8:58).

3. Jesus é o único que carregou os nossos pecados para que pudéssemos ter o perdão e sermos salvos deles (Isaías 53, Mateus 1:21, João 1:29; 1 Pedro 2:24, 1 Coríntios 15:1-3).

4. Jesus é o único Caminho ao Pai (João 14:6, Atos 4:12, 1 Timóteo 2:5), não há uma outra forma de salvação. Ele é o único Justo que trocou a justiça perfeita pelo nosso pecado (2 Coríntios 5:21).

5. Apenas Jesus tinha poder sobre a Sua própria morte e a capacidade de novamente tomar de volta a Sua vida (João 2:19, 10:17-18). A Sua ressurreição não foi "espiritual", mas física (Lucas 24:39). A Sua ressurreição dentre os mortos, para jamais morrer de novo, destacou-o como o único Filho de Deus (Romanos 1:4).

6. Só Jesus aceitou adoração como um igual ao Pai (João 20:28-29, Filipenses 2:6), e Deus Pai de fato afirma que o Filho deve ser honrado assim como Deus é honrado (João 5:23). Todos os outros, sejam esses os discípulos de Jesus ou seres angelicais, justamente rejeitam essa adoração (Atos 10:25-26, Atos 14:14-15, Mateus 4:10, Apocalipse 19:10, 22:9).

7. Jesus tem o poder de dar vida a quem quiser (João 5:21).

8. O Pai confiou todo o julgamento a Jesus (João 5:22).

9. Jesus estava diretamente envolvido com o Pai na criação e é por Sua mão que todas as coisas subsistem (João 1:1-3, Efésios 3:9, Hebreus 1:8-10, Colossenses 1:17).

10. Jesus é quem reinará o mundo no final da presente época (Hebreus 1:8; Isaías 9:6-7; Daniel 2:35, 44; Apocalipse 19:11-16).

11. Só Jesus nasceu de uma virgem, concebido pelo Espírito Santo (Isaías 7:14, Mateus 1:20-23, Lucas 1:30-35).

12. Jesus foi quem demonstrou ter os atributos de Deus. Entre outros, podemos tomar como exemplo: o poder de perdoar pecados e curar os doentes (Mateus 9:1-7); o poder para acalmar o vento e as ondas (Marcos 4:37-41, Salmo 89 :8-9); o poder de conhecer-nos e ser perfeitamente familiarizado conosco (Salmo 139, João 1:46-50, 2:23-25) e de ressuscitar os mortos (João 11, Lucas 7:12-15, 8: 41-55).

13. Há um grande número de profecias sobre o nascimento, a vida, a ressurreição, a pessoa e o propósito do Messias. Todas foram cumpridas por Ele e nenhum outro (Isaías 7:14; Miqueias 5:2, Salmo 22; Zacarias 11:12-13, 13:7, Isaías 9:6-7; Isaías 53, Salmo 16:10).

Gotq

#tbs_537 - "Que julgamentos Jesus teve que enfrentar antes da Sua crucificação?"

Houve seis partes dos julgamentos de Jesus: três estágios em um tribunal religioso e três estágios perante um tribunal romano. Jesus foi julgado diante de Anás, o antigo sumo sacerdote; Caifás, o atual sumo sacerdote, e o Sinédrio. Nestes julgamentos "eclesiásticos", Ele foi acusado de blasfêmia por ter alegado ser o Filho de Deus, o Messias.

Os julgamentos diante das autoridades judaicas, ou seja, os julgamentos religiosos, mostraram em que grau os líderes judeus o odiavam porque descuidadamente desconsideraram muitas de suas próprias leis. De acordo com a própria lei judaica, houve várias ilegalidades envolvidas nestes julgamentos: (1) Nenhum julgamento era para ser realizado durante o tempo de festa, e Jesus foi julgado durante a Páscoa. (2) Cada membro do tribunal era para votar individualmente para condenar ou absolver, mas Jesus foi condenado por aclamação. (3) Se a pena de morte fosse dada, era necessário que pelo menos uma noite se passasse antes da sentença ser executada, porém, apenas algumas horas se passaram antes de Jesus ser crucificado. (4) Os judeus não tinham autoridade para executar ninguém, mas mesmo assim projetaram a execução de Jesus. (5) Nenhum julgamento era para ser realizado à noite, mas este julgamento foi realizado antes do amanhecer. (6) O acusado era para receber conselho ou representação, mas Jesus não teve nada. (7) Não deviam ter feito perguntas auto-incriminatórias a Jesus, mas Ele foi perguntado se era o Cristo.

Os julgamentos perante as autoridades romanas começaram com Pilatos (João 18:23) depois de Jesus ser espancado. As acusações apresentadas contra Ele eram muito diferentes das acusações nos julgamentos religiosos. Ele foi acusado de incitar as pessoas à revolta, proibindo o povo a pagar os seus impostos, e afirmando ser rei. Pilatos não encontrou nenhuma razão para matar Jesus, por isso o enviou a Herodes (Lucas 23:7). Herodes permitiu a ridicularização de Jesus, mas, querendo evitar a responsabilidade política, enviou-o de volta a Pilatos (Lucas 23:11-12). Este foi o último julgamento, enquanto Pilatos tentava apaziguar a animosidade dos judeus ao ter Jesus flagelado. O flagelo romano é uma terrível surra, possivelmente de 39 chicotadas. Em um esforço final para liberar Jesus, Pilatos ofereceu que o prisioneiro Barrabás fosse crucificado e Jesus liberado, mas sem sucesso. As multidões pediram que Barrabás fosse solto e Jesus fosse crucificado. Pilatos atendeu ao seu pedido e entregou Jesus à vontade do povo (Lucas 23:25). Os julgamentos de Jesus representam o escárnio supremo da justiça. Jesus, o homem mais inocente na história do mundo, foi considerado culpado de crimes e condenado à morte por crucificação.

Gotq

#tbs_536 - "Quais foram o significado e o propósito das tentações de Jesus?"

Após Seu batismo, Jesus foi "levado pelo Espírito ao deserto, onde, durante quarenta dias, foi tentado pelo diabo" (Lucas 4:1-2). As três tentações de Jesus no deserto foram um esforço de seduzir e transferir a Sua fidelidade de Deus a Satanás. Vemos uma tentação semelhante em Mateus 16:21-23 onde Satanás, através de Pedro, tenta Jesus a renunciar a cruz à qual estava destinado. Lucas 4:13 nos diz que após as tentações no deserto, Satanás "o deixou até ocasião oportuna", o que aparenta indicar que Jesus foi tentado outras vezes por Satanás, embora novos incidentes não sejam registrados. O ponto importante é que, apesar de várias tentações, Ele nunca pecou.

Que Deus tinha um propósito ao permitir que Jesus fosse tentado no deserto é evidente pela declaração "foi levado pelo Espírito ao deserto". Uma finalidade é assegurar-nos de que temos um sumo sacerdote capaz de Se relacionar conosco em todas as nossas debilidades e fraquezas (Hebreus 4:15) porque Ele mesmo foi tentado em todos os pontos nos quais também somos. A natureza humana do Nosso Senhor permite que Ele compreenda as nossas próprias fraquezas por ter sido submetido à fraqueza também. "Porque, tendo em vista o que ele mesmo sofreu quando tentado, ele é capaz de socorrer aqueles que também estão sendo tentados" (Hebreus 2:18). A palavra grega traduzida "tentado" aqui significa "pôr à prova". Então, quando somos colocados à prova e testados pelas circunstâncias da vida, podemos ter certeza de que Jesus entende e se solidariza como alguém que sofreu as mesmas provações.

As tentações de Jesus seguem três padrões que são comuns a todos os homens. A primeira tentação diz respeito à concupiscência da carne (Mateus 4:3-4), a qual inclui todos os tipos de desejos físicos. O Nosso Senhor teve fome, e o diabo o tentou a transformar pedras em pão, mas Ele respondeu citando Deuteronômio 8:3. A segunda tentação foi acerca da soberba da vida (Mateus 4:5-7), e aqui o diabo tentou usar uma passagem da Escritura contra Ele (Salmo 91:11-12), mas novamente o Senhor respondeu com a Escritura em sentido contrário (Deuteronômio 6:16), afirmando que seria errado abusar de Seus próprios poderes.

A terceira tentação foi acerca da concupiscência dos olhos (Mateus 4:8-10), e se algum atalho ao Messias fosse possível, evitar a paixão e crucifixão para as quais Ele originalmente veio seria a forma. O diabo já tinha o controle sobre os reinos do mundo (Efésios 2:2), mas estava pronto a dar tudo a Cristo em troca de Sua lealdade. O mero pensamento quase causa a natureza divina do Senhor a tremer, e Ele responde agressivamente: "Retire-se, Satanás! Pois está escrito: ‘Adore o Senhor, o seu Deus e só a ele preste culto’" (Mateus 4:10, Deuteronômio 6:13).

Caímos em muitas tentações porque a nossa carne é naturalmente fraca, mas temos um Deus que não nos deixará ser tentados além do que possamos suportar; Ele proverá uma saída (1 Coríntios 10:13). Podemos, portanto, ser vitoriosos e agradecer ao Senhor pelo livramento da tentação. A experiência de Jesus no deserto nos ajuda a enxergar essas tentações comuns que nos impedem de servir a Deus de forma eficaz.

Além disso, Jesus nos deixa o exemplo de como devemos responder às tentações em nossas próprias vidas -- com as Escrituras. As forças do mal vêm sobre nós com uma miríade de tentações, mas todas têm as mesmas três coisas em sua essência: a concupiscência dos olhos, a concupiscência da carne e a soberba da vida (1 João 2:16). Só podemos reconhecer e combater essas tentações ao saturar os nossos corações e mentes com a verdade. A armadura de um soldado cristão na batalha espiritual inclui apenas uma arma ofensiva, a espada do Espírito, ou seja, a Palavra de Deus (Efésios 6:17). Conhecer a Bíblia intimamente vai colocar a espada em nossas mãos e nos capacitar a ter vitória sobre as tentações.

Gotq

#tbs_535 - "O que significa que Jesus é o Filho de Davi?"

Dezessete versículos do Novo Testamento descrevem Jesus como o "filho de Davi". Entretanto, uma pergunta surge: como é que Jesus poderia ser o filho de Davi se Davi viveu cerca de 1000 anos antes de Jesus? A resposta é que Cristo (o Messias) foi o cumprimento da profecia da descendência de Davi (2 Samuel 7:14-16). Jesus era o Messias prometido, o que significa que Ele era da descendência de Davi. Mateus 1 dá uma prova genealógica de que Jesus, na Sua humanidade, foi um descendente direto de Davi por intermédio de José, o pai legal de Jesus. A genealogia em Lucas, capítulo 3, dá a linhagem de Jesus através de Sua mãe, Maria. Jesus é um descendente de Davi, por adoção através de José e pelo sangue por meio de Maria. Primeiramente, porém, quando referia-se a Cristo como o filho de Davi, a intenção era se referir ao Seu título messiânico encontrado nas profecias do Antigo Testamento a Seu respeito.

Jesus foi intitulado de "Senhor, Filho de Davi" várias vezes por pessoas que, pela fé, buscavam perdão ou cura. A mulher cuja filha estava sendo atormentada por um demônio (Mateus 15:22), os dois homens cegos à beira do caminho (Mateus 20:30) e o cego Bartimeu (Marcos 10:47) todos clamaram ao filho de Davi por ajuda. Os títulos de honra que deram-lhe declaravam a sua fé nEle. Chamá-lo de "Senhor" expressava um sentimento da divindade, domínio e poder de Jesus, e ao chamá-lo"Filho de Davi", eles estavam professando que Ele era o Messias.

Os fariseus também compreenderam o significado das pessoas chamando Jesus de "filho de Davi". Entretanto, ao contrário daqueles que clamaram em fé, eles estavam tão cegos pelo seu próprio orgulho e falta de compreensão das Escrituras que não podiam ver o que os mendigos cegos podiam ver - que aqui estava o Messias pelo qual haviam esperado por toda a vida. Os fariseus odiavam Jesus porque Ele não lhes dava a honra que achavam que mereciam. Então, quando ouviram o povo saudando Jesus como o Salvador, ficaram enfurecidos (Mateus 21:15) e planejaram matá-lo (Lucas 19:47).

Jesus ainda confundiu os escribas e fariseus ao pedir-lhes que explicasse o significado deste título. Como é que o Messias podia ser o filho de Davi quando o próprio Davi se referiu a Ele como "meu Senhor" (Marcos 12:35-37)? Naturalmente, os professores da lei não podiam responder à pergunta. Jesus assim expôs a ineptidão dos líderes judeus como professores e sua ignorância quanto ao que o Antigo Testamento ensinava sobre a verdadeira natureza do Messias, alienando-os ainda mais Dele.

Jesus Cristo, o Filho Unigênito de Deus e o único meio de salvação para o mundo (Atos 4:12), é também o filho de Davi, tanto no sentido físico quanto no sentido espiritual.

Gotq

#tbs_534 - "Por que Jesus ensinou em parábolas?"

Tem-se dito que uma parábola é uma história terrena com um significado celestial. O Senhor Jesus frequentemente usava parábolas como um meio de ilustrar profundas verdades divinas. Histórias assim são facilmente lembradas, os personagens são fortes e o simbolismo rico em significado. As parábolas eram uma forma de ensino muito comum no Judaísmo. Antes de um determinado ponto no Seu ministério, Jesus tinha utilizado muitas analogias gráficas usando coisas comuns que seriam conhecidas por todos (sal, pão, ovelhas, etc.), e seu significado era bastante claro no contexto de Seu ensino. As parábolas requeriam mais explicações, e em um ponto do Seu ministério, Jesus começou a ensinar utilizando parábolas exclusivamente.

A questão é a seguinte: por que Jesus deixaria a maioria das pessoas se perguntando sobre o significado de Suas parábolas? O primeiro exemplo disso é a narrativa da parábola da semente e dos solos. Antes de interpretar essa parábola, Ele chamou Seus discípulos para longe da multidão. “Os discípulos aproximaram-se dele e perguntaram: ‘Por que falas ao povo por parábolas?’ Ele respondeu: ‘A vocês foi dado o conhecimento dos mistérios do Reino dos céus, mas a eles não. A quem tem será dado, e este terá em grande quantidade. De quem não tem, até o que tem lhe será tirado. Por essa razão eu lhes falo por parábolas: ‘Porque vendo, eles não vêem e, ouvindo, não ouvem nem entendem’. Neles se cumpre a profecia de Isaías: ‘Ainda que estejam sempre ouvindo, vocês nunca entenderão; ainda que estejam sempre vendo, jamais perceberão. Pois o coração deste povo se tornou insensível; de má vontade ouviram com os seus ouvidos, e fecharam os seus olhos. Se assim não fosse, poderiam ver com os olhos, ouvir com os ouvidos, entender com o coração e converter-se, e eu os curaria’. Mas, felizes são os olhos de vocês, porque vêem; e os ouvidos de vocês, porque ouvem” (Mateus 13:10-17).

Jesus, deste ponto em diante no Seu ministério, sempre ensinava o sentido das parábolas apenas aos Seus discípulos. Entretanto, aqueles que continuamente rejeitavam a Sua mensagem foram deixados em sua cegueira espiritual se perguntando a respeito do que Jesus queria dizer. Ele fez uma distinção clara entre aqueles que tinham sido dados "ouvidos para ouvir" e aqueles que persistiam em descrença – sempre ouvindo mas nunca realmente entendendo e "sempre aprendendo, mas não conseguem nunca de chegar ao conhecimento da verdade" (2 Timóteo 3:7). Os discípulos tinham recebido o dom do discernimento espiritual pelo qual as coisas do Espírito ficavam-lhes claras. Porque aceitavam a verdade de Jesus, eles receberam mais verdade. Pode-se dizer o mesmo hoje de crentes que receberam o dom do Espírito Santo, o qual nos guia em toda verdade (João 16:13). Ele abriu os nossos olhos à luz da verdade e os nossos ouvidos às doces palavras da vida eterna.

Nosso Senhor Jesus compreendia que a verdade não é uma doce música para todos os ouvidos. Na verdade, há aqueles que não têm nenhum interesse ou estima pelas coisas profundas de Deus. Por que, então, Ele falava em parábolas? Para aqueles com uma verdadeira fome de Deus, a parábola é um veículo tanto eficaz quanto memorável para a transmissão das verdades divinas. As parábolas de Nosso Senhor contêm grandes volumes de verdade em poucas palavras-- e Suas parábolas, ricas em imagens, não são facilmente esquecidas. Assim, então, uma parábola é uma bênção para aqueles com ouvidos dispostos. Entretanto, para aqueles com corações endurecidos e ouvidos lentos para ouvir, uma parábola é também uma declaração de julgamento.

Gotq

#tbs_533 - "É Jesus um mito? É Jesus apenas uma cópia dos deuses pagãos de outras religiões antigas?"

Há um número de pessoas que alegam que os relatos de Jesus como registrados no Novo Testamento são apenas mitos emprestados da mitologia pagã, tais como os contos de Osíris, Dionísio, Adônis, Átis e Mitra. A alegação é que essas figuras mitológicas apresentam essencialmente a mesma história que a narrativa do Novo Testamento sobre Jesus Cristo de Nazaré. Como Dan Brown afirma em O Código Da Vinci,"Nada no Cristianismo é original."

Para descobrir a verdade sobre a alegação de que os escritores do Evangelho se espelharam na mitologia, é importante (1) desenterrar a história por trás das afirmações, (2) analisar as representações históricas reais dos falsos deuses sendo comparados a Cristo, (3) expor as falácias lógicas que os autores estão fazendo, e (4) olhar por que os Evangelhos do Novo Testamento são um retrato confiável do verdadeiro e histórico Jesus Cristo.

Em primeiro lugar, as alegações de que Jesus era um mito ou um exagero originaram-se nos escritos dos teólogos liberais alemães do século 19. Eles essencialmente alegaram que o Cristianismo era apenas uma cópia generalizada dos deuses da fertilidade morrendo e ressuscitando em vários lugares - Tamuz na Mesopotâmia, Adônis na Síria, Átis na Ásia Menor e Osíris no Egito. De notar é o fato de que nenhum dos livros contendo essas teorias foram levados a sério pelos acadêmicos do dia. A afirmação de que Jesus era um Tamuz reciclado, por exemplo, foi investigada por estudiosos contemporâneos e determinada como não tendo qualquer fundamento. Foi apenas recentemente que essas afirmações foram ressuscitadas, principalmente devido à ascensão da Internet e à distribuição em massa de informações de fontes inexplicáveis.
v Isso nos leva à próxima área de investigação - os deuses mitológicos da antiguidade realmente se espelham na pessoa de Jesus Cristo? Como exemplo, o filme Zeitgeist faz estas afirmações sobre o deus egípcio Hórus:

• Ele nasceu em 25 de dezembro de uma virgem - Ísis Maria
• Uma estrela no Oriente proclamou a sua chegada
• Três reis foram adorar o "salvador" recém-nascido 
• Aos 12 anos de idade, quando ainda um menino, ele tornou-se um mestre prodígio
• Aos 30 anos, ele foi "batizado" e começou um "ministério"
• Hórus tinha doze "discípulos"
• Hórus foi traído
• Ele foi crucificado
• Ele foi sepultado por três dias
• Ele foi ressuscitado depois de três dias

No entanto, quando os escritos atuais sobre Hórus são completamente analisados, isto é o que encontramos:

• Hórus nasceu a Ísis; não há qualquer menção na história de sua mãe sendo chamada de "Maria". Além disso, Maria é a nossa forma latinizada de seu nome verdadeiro "Miryam" ou Miriam. "Maria" não foi nem usado nos textos originais das Escrituras. 

• Ísis não era virgem; ela era a viúva de Osíris, com quem concebeu Hórus.

• Hórus nasceu durante o mês de Khoiak (outubro/novembro) e não no dia 25 de dezembro. Além disso, a Bíblia não menciona a data exata do nascimento de Cristo.

• Não há qualquer registro de três reis visitando Hórus em seu nascimento. A Bíblia nunca afirma o real número de magos que foram ver Cristo.

• Hórus não é um "salvador" de qualquer forma e nunca morreu por ninguém.

• Não há relatos de Hórus sendo um mestre aos 12 anos de idade.

• Hórus não foi "batizado". O único relato de Hórus que envolve a água é uma história onde ele é despedaçado e Ísis pede ao deus crocodilo que o pesque da água onde havia sido colocado.

• Hórus não tinha um "ministério".

• Hórus não tinha 12 discípulos. De acordo com as narrativas, Hórus tinha quatro semideuses que eram seguidores e algumas indicações de 16 seguidores humanos e um número desconhecido de ferreiros que entraram em batalha com ele.

• Não existe nenhuma narrativa de Hórus sendo traído por um amigo.

• Hórus não morreu por crucificação. Há vários relatos da morte de Hórus, mas nenhum deles envolve a crucificação.

• Não existe nenhum relato de Hórus sendo sepultado por três dias.

• Hórus não foi ressuscitado. Não existe nenhuma narrativa de Hórus saindo do túmulo com o mesmo corpo de quando entrou. Alguns relatos narram Hórus/Osíris sendo trazidos de volta à vida por Ísis e sendo o senhor do submundo.

Então, quando comparados lado a lado, Jesus e Hórus têm pouca, ou nenhuma, semelhança um com o outro.

Jesus Cristo também é comparado a Mitra por pessoas que clamam que Jesus Cristo é um mito. Todas as declarações acima acerca sobre Hórus são aplicadas a Mitra (isto é, nascido de uma virgem, sendo crucificado, ressuscitando em três dias, etc.). Entretanto, o que os textos antigos realmente dizem sobre Mitra?

• Ele nasceu de uma rocha sólida e não de qualquer mulher.

• Ele lutou primeiro com o sol e em seguida com um touro primitivo, o que é considerado o primeiro ato da criação. Mitra matou o touro, o qual se tornou a base da vida para a raça humana.

• O nascimento de Mitra foi celebrado no dia 25 de dezembro, juntamente com o solstício de inverno.

• Não há menção dele sendo um grande professor.

• Não há menção de Mitra tendo 12 discípulos. A ideia de que Mitra teve 12 discípulos pode ter vindo de um mural em que Mitra é cercado por doze signos do Zodíaco.

• Mitra não teve uma ressurreição corporal. Diz o mito que Mitra concluiu sua missão terrena e em seguida foi levado para o paraíso em uma carruagem, vivo e bem. O escritor cristão primitivo Tertuliano escreveu sobre os seguidores de Mitra reencenando as cenas de ressurreição, mas isso ocorreu bem depois dos tempos do Novo Testamento. Sendo assim, se qualquer plágio foi feito, o Mitraísmo foi que copiou do Cristianismo.

Mais exemplos podem ser dados de Krishna, Átis, Dionísio e outros deuses mitológicos, mas o resultado é o mesmo. No final, o Jesus histórico, como retratado na Bíblia, é completamente original. As semelhanças reivindicadas são muito exageradas. Além disso, embora a crença em Hórus, Mitra e outros preceda o Cristianismo, há muito pouco registro histórico das crenças pré-cristãs dessas religiões. A grande maioria dos primeiros escritos sobre essas religiões datam dos séculos III e IV AD. Supor que as crenças pré-cristãsdessas religiões (das quais não há registro) foram idênticas às crenças pós-cristãs nestes grupos (das quais há registo) é tolo e ingênuo. Faz mais sentido atribuir eventuais semelhanças entre essas religiões e o Cristianismo a tais religiões copiando as crenças cristãs sobre Jesus. 

Isso nos leva a analisar a próxima área: as falácias lógicas cometidas por aqueles que afirmam que o Cristianismo pegou emprestado das misteriosas religiões pagãs. Vamos considerar duas falácias em particular -- a falácia da falsa causa e a falácia terminológica. 

Se uma coisa precede a outra, alguns concluem que a primeira coisa deve ter causado a segunda. Esta é a falácia da falsa causa. Um galo pode cantar antes do nascer do sol todas as manhãs, mas isso não significa que o galo cause o sol a nascer. Mesmo se as narrativas pré-cristãs de deuses mitológicos muito se assemelhassem a Cristo (e não se assemelham), isso não significa que causaram os escritores do evangelho a inventar um falso Jesus. Afirmar tal coisa seria como dizer que a série de TV Jornada nas Estrelas causou o programa de naves espaciais da NASA.

A falácia terminológica ocorre quando os termos são redefinidos para provar um argumento. Por exemplo, o filme Zeitgeist diz que Hórus "iniciou o seu ministério", mas a palavra ministérioestá sendo redefinida. Hórus não tinha um “ministério” - nada como o de Cristo. Os que afirmam uma ligação entre Jesus e Mitra falam sobre o "batismo" que iniciava os possíveis aderentes ao culto de Mitra, mas o que realmente acontecia? Os sacerdotes de Mitra (usando um ritual também realizado pelos seguidores de Átis) suspendiam um touro sobre um buraco, colocavam os novos aderentes naquele buraco e então cortavam o estômago do boi, causando o sangue a ser derramado sobre eles. Tal prática não tem semelhança alguma com o batismo cristão, no qual uma pessoa vai debaixo d’água (simbolizando a morte de Cristo) e depois sai da água (simbolizando a ressurreição de Cristo). Entretanto, os defensores da posição do Jesus mitológico enganosamente usam o mesmo termo, “batismo”, para descrever os dois rituais na esperança de uni-los.

A última questão a ser examinada acerca deste assunto é a veracidade do próprio Novo Testamento. Embora muito tenha sido escrito sobre este tema, nenhum trabalho da antiguidade tem mais evidências no que diz respeito a sua veracidade histórica do que o Novo Testamento. O Novo Testamento tem mais escritores (nove), melhores escritores e escritores que viveram mais perto do que estava sendo registrado do que qualquer outro documento da época. Além disso, a história comprova o fato de que esses escritores enfrentaram a morte afirmando que Jesus tinha ressuscitado dos mortos. Embora alguns escolham morrer por uma mentira que acham ser verdade, ninguém morre por uma mentira que sabe ser falsa. Pense nisso -- se você fosse ameaçado com a crucificação, como a tradição afirma ter sido o caso de Pedro, e tudo o que você tivesse que fazer para salvar a sua vida fosse renunciar uma mentira que você tinha conscientemente dito, o que você faria?

Além disso, a história tem mostrado que são necessárias pelo menos duas gerações antes que um mito possa entrar em um relato histórico. Isso se deve ao fato de que enquanto houver testemunhas oculares de um evento, erros podem ser refutados e embelezamentos históricos podem ser expostos. Todos os evangelhos do Novo Testamento foram escritos durante a vida das testemunhas oculares, com algumas das epístolas de Paulo sendo escritas tão cedo quanto 50 AD. Paulo recorre diretamente às testemunhas oculares contemporâneas para que verifiquem o seu testemunho (1 Coríntios 15:6).

O Novo Testamento atesta o fato de, no primeiro século, Jesus não foi confundido com qualquer outro deus. Quando Paulo pregou em Atenas, os pensadores da elite dessa cidade disseram isto: "’O que está tentando dizer esse tagarela?’ Outros diziam: ‘Parece que ele está anunciando deuses estrangeiros’, pois Paulo estava pregando as boas novas a respeito de Jesus e da ressurreição. Então o levaram a uma reunião do Areópago, onde lhe perguntaram: ‘Podemos saber que novo ensino é esse que você está anunciando? Você está nos apresentando algumas ideias estranhas, e queremos saber o que elas significam’” (Atos 17:18-20). Claramente, se Paulo estivesse simplesmente relembrando contos de outros deuses, os atenienses não teriam se referido a sua doutrina como “nova” e “estranha”. Se deuses morrendo e ressuscitando fossem abundantes no primeiro século, por que, quando o apóstolo Paulo pregou Jesus ressuscitando dos mortos, os epicuristas e estoicos não comentaram: "Ah, como Hórus e Mitra"?

Em conclusão, a alegação de que Jesus é uma cópia dos deuses mitológicos se originou com autores cujas obras têm sido descartadas pelo mundo acadêmico. Essas obras contêm falácias lógicas e não podem ser comparadas com os evangelhos do Novo Testamento - os quais têm resistido quase 2.000 anos de intenso escrutínio. Os supostos paralelos entre Jesus e outros deuses desaparecem quando os mitos originais são examinados. A teoria de que Jesus é um mito depende de descrições seletivas, palavras redefinidas e suposições falsas. 

Jesus Cristo permanece único na história, com Sua voz elevando-se acima de todos os deuses falsos e continuando a fazer a pergunta que, em última análise, determina o destino eterno de cada pessoa: "Quem dizeis que eu sou?" (Mateus 16:15).

Gotq