terça-feira, 16 de dezembro de 2014

ÊXODO 6:10-13 - Moisés foi chamado por Deus no Egito ou em Midiã?

ÊXODO 6:10-13 - Moisés foi chamado por Deus no Egito ou em Midiã?

PROBLEMA: Em Êxodo 3:10, Deus revelou-se a Moisés e o comissionou a liderar a saída de Israel do Egito (cf. 4:19). Entretanto, Êxodo 6:10-11 declara que Moisés estava no deserto de Midiã quando Deus lhe disse para ir até o Faraó e pedir a libertação de Israel.

SOLUÇÃO: Moisés recebeu a sua comissão em Êxodo 3-4, mas por causa da rejeição de Faraó (no capítulo 5), acrescida ao fato da relutância inicial de Moisés diante de Deus (cf. 4:1,10), foi necessário que Deus o encorajasse e reconfirmasse o seu chamado, em Êxodo 6.

ÊXODO 6:9 - Os filhos de Israel ouviram Moisés ou desprezaram suas palavras?

ÊXODO 6:9 - Os filhos de Israel ouviram Moisés ou desprezaram suas palavras?

PROBLEMA: O texto afirma que "eles não atenderam a Moisés". Contudo, anteriormente (em Êx 4:31) é dito que "o povo creu" [em Moisés], e até mesmo "inclinaram-se" e "adoraram" a Deus.

SOLUÇÃO: No início, eles aparentemente receberam Moisés de boa vontade, mas como não foram libertados de mediato, desanimaram, impacientaram-se e não queriam mais ouvi-lo.

ÊXODO 6:3 - Deus já era conhecido pelo nome "Senhor" (Jeová ou Yahveh), mesmo antes do tempo de Moisés?

ÊXODO 6:3 - Deus já era conhecido pelo nome "Senhor" (Jeová ou Yahveh), mesmo antes do tempo de Moisés?

PROBLEMA: Disse Deus a Moisés: "Apareci a Abraão, a Isaque, e a Jacó, como o Deus TodoPoderoso; mas pelo meu nome, O Senhor, não lhes fui conhecido" (Êx 6:3). Entretanto, a palavra "Senhor" [Jeová, Yahveh] aparece em Gênesis diversas vezes, tanto em combinação com o termo "Deus": como "Senhor Deus" (Gn 2:4, 5, 7, 8, 9,15 etc.) e, isoladamente, como "Senhor" (Gn 4:1, 3,4, 6,9 etc).

SOLUÇÃO: Esta dificuldade pode ser explicada de várias maneiras. Alguns crêem que esta palavra - "Senhor" - foi introduzida em Gênesis na forma de uma antecipação. Outros sustentam que o pleno significado do nome não era conhecido previamente, muito embora já estivesse em uso. Ou, talvez, algum traço da personalidade do Deus que é fiel à sua aliança, indicado pelo nome "Senhor" [Jeová, Yahveh], ainda não tivesse sido revelado, até o tempo de Moisés. Outros ainda pensam que Moisés (ou um editor posterior) colocou este nome no texto de Gênesis retrospectivamente, depois de ele ter sido escrito. Seria como um biógrafo daquele famoso pugilista referindo-se à infância de Muhammad Ali, embora o seu nome na realidade fosse Cassius Clay naquela época. Corroborando com isso, há o fato de que o sufixo "-ah"(que aparece em "Jeovah"), que se apõe a nomes, geralmente não aparece em nomes anteriores ao tempo de Moisés.

ÊXODO 5:2 - Quem foi o Faraó de Êxodo?

ÊXODO 5:2 - Quem foi o Faraó de Êxodo?

PROBLEMA: A posição predominante dos eruditos nos dias de hoje é que o Faraó de Êxodo era Ramsés II. Se assim for, isso significa que o êxodo ocorreu aproximadamente entre 1270 e 1260 a.C. Entretanto, de várias referências da Bíblia (Jz 11:26; 1 Rs 6:1; At 13:19-20), a data do êxodo é inferida como sendo 1447 a.C. Assim, de acordo com o sistema de datas normalmente aceito, o Faraó de Êxodo seria Amenotep II. Quem foi de fato o Faraó mencionado no livro de Êxodo, e quando foi que o êxodo ocorreu?

SOLUÇÃO: Conquanto muitos eruditos da atualidade tenham proposto uma data posterior para o evento do êxodo, de 1270 a 1260 a.C, há evidências suficientes para se dizer que não é necessário aceitar essa data, Uma explicação alternativa nos fornece um melhor relato de todos os dados históricos, e coloca o êxodo por volta de 1447 a.C. Primeiro, as datas bíblicas para o êxodo o colocam nos anos em torno de 1400 a.C, já que 1 Reis 6:1 declara que ele ocorreu 480 anos antes do quarto ano do reinado de Salomão (o que foi por volta de 967 a.C). Isso colocaria o êxodo por volta de 1447 a.C, de acordo com Juízes 11:26, que afirma que Israel passou 300 anos na terra, até o tempo de Jefté (o que foi cerca de 1000 a.C). De igual modo, Atos 13:20 diz ter havido 450 anos de juízes, de Moisés a Samuel, sendo que este último viveu por volta de 1000 a.C. O mesmo ocorre com respeito aos 430 anos mencionados em Gálatas 3:17 (veja os comentários deste versículo), abrangendo o período de 1800 a 1450 a.C. (de Jacó a Moisés). O mesmo número é usado em Êxodo 12:40. Todas essas passagens indicam uma  data em torno de 1400 a.C, não em torno de 1200 a.C, como os críticos afirmam. Segundo, John Bimson e David Livingston propuseram uma revisão da data tradicionalmente atribuída ao fim da Idade do Bronze Média e início da Idade do Bronze Avançada, de 1550 para um pouco antes de 1400 a.C. A Idade do Bronze Média caracterizava-se por cidades grandemente fortificadas, cuja descrição se enquadra muito bem com o relato que os espias trouxeram a Moisés (Dt 1:28). Isso significa que a conquista de Canaã se deu por volta de 1400 a.C. Como as Escrituras afirmam que Israel vagueou pelo deserto por cerca de 40 anos, isso dataria o êxodo por volta de 1440 a.C, totalmente de acordo com a cronologia bíblica. Se aceitarmos os registros tradicionais dos reinos dos Faraós, isso significaria que o Faraó do livro de Êxodo foi Amenotep II, que reinou de cerca de 1450 a 1425 a.C. Terceiro, outra possível solução, conhecida como a revisão de Velikovsky-Courville, propõe uma revisão na cronologia tradicional dos reinados dos Faraós. Velikovsky e Courville afirmam que há 600 anos a mais na cronologia dos reis do Egito. Evidências arqueológicas podem ser juntadas para substanciar esta proposta que de novo data o êxodo em 1440 a.C. De acordo com este ponto de vista, o Faraó nesse tempo era o rei Tom. Isto se harmoniza com a afirmação de Êxodo 1:11, de que os israelitas foram escravizados para construírem a cidade chamada Pitom (residência de Tom). Quando a cronologia bíblica é tomada como padrão, todas as evidências arqueológicas e históricas se encaixam direitinho. (Veja Geisler e Brooks, When Skeptics Ask [Quando os Cépticos Questionam], Victor Books, 1990, cap. 9.)

ÊXODO 4:24 - Com quem Deus se encontrou na estalagem, e por que quis matar essa pessoa?

ÊXODO 4:24 - Com quem Deus se encontrou na estalagem, e por que quis matar essa pessoa?

PROBLEMA: Êxodo 4:24 afirma: "Estando Moisés no caminho, numa estalagem, encontrou-o o Senhor, e o quis matar". Este versículo deixa claro que Moisés é quem estava ali, naquela estalagem. Mas por que Deus quis matá-lo, já que ele o havia chamado para liderar a saída do povo do Egito?

SOLUÇÃO: Primeiro, é claro que Moisés tinha sido escolhido pelo Senhor a fim de ser o instrumento para libertar o povo de Israel da escravidão egípcia e do poder de Faraó. Mas, por fazer parte do povo da aliança de Deus, Moisés era obrigado a circuncidar seus filhos no oitavo dia. Por uma razão ou outra, Moisés não tinha realizado o rito da circuncisão no seu filho, que também fazia parte do povo da aliança do Senhor. Não era possível Deus permitir que o libertador por ele escolhido a fim de representá-lo para o povo de Israel não cumprisse os termos da aliança. Aparentemente, Deus tomou essa drástica medida para fazer com que Moisés lhe obedecesse, sabendo que Moisés por si não se dispunha a ir contra os desejos de sua mulher Zípora. Ela fez então a circuncisão, talvez porque Moisés estivesse impossibilitado, devido a uma enfermidade que o Senhor tinha trazido sobre ele. Assim que a circuncisão foi feita, o Senhor não mais procurou matar Moisés. Segundo, é óbvio que o Senhor poderia ter matado Moisés de repente, se esse fosse o seu intento nesse caso. Deus certamente possuía o poder para fazer isso de imediato. O que aconteceu indica claramente que o propósito de Deus era fazer com que Moisés cumprisse os seus deveres. Deus obviamente não queria matá-lo. O que pretendia era que Moisés obedecesse a sua lei e tivesse total compromisso com ela, já que ele era aquele que estava para se tornar o grande instrumento de Deus, por meio de quem o Senhor iria dar a sua lei.

ÊXODO 4:21 - Se foi Deus que endureceu o coração de Faraó, por que este foi então considerado responsável?

ÊXODO 4:21 - Se foi Deus que endureceu o coração de Faraó, por que este foi então considerado responsável?

PROBLEMA: A Bíblia cita Deus dizendo: "eu lhe endurecerei o coração [o coração de Faraó], para que não deixe ir o povo". Se Deus endureceu o coração de Faraó, então este não pode ser responsabilizado por seus atos, já que não os praticou segundo a sua própria vontade, mas por ter sido forçado a isso (cf. 2 Co 9:7; 1 Pe 5:2).

SOLUÇÃO: Deus não endureceu o coração de Faraó contrariamente ao que o próprio Faraó por sua livre vontade determinou. A Escritura deixa claro que Faraó endureceu o seu coração. Ela declara que "o coração de Faraó se endureceu" (Êx 7:13), que Faraó "continuou de coração endurecido" (Êx 8:15) e que "o coração de Faraó se endureceu"(Êx 8:19). Novamente, quando Deus enviou a praga das moscas, "ainda esta vez endureceu Faraó o coração" (Êx 8:32). Esta frase, ou uma equivalente, é repetida vez após vez (cf. Êx 9:7, 34-35). De fato, exceto quando Deus  o que aconteceria (Êx 4:21), Faraó foi quem endureceu o seu próprio coração em primeiro lugar (Êx 7:13; 8:15 ; 8:32 etc), e só mais tarde Deus o endureceu (cf. Êx 9:12; 10:1, 20, 27). Além disso, o sentido em que Deus endureceu o coração de Faraó é semelhante ao modo pelo qual o sol endurece o barro ou derrete a cera. Se Faraó tivesse sido receptivo às advertências de Deus, o seu coração não teria sido endurecido por Deus. Mas quando Deus dava alívio de cada praga, Faraó tomava vantagem da situação. "Vendo, porém, Faraó que havia alívio, continuou de coração endurecido, e não os [a Moisés e Arão] ouviu, como o Senhor tinha dito" (Êx 8:15). A questão pode ser resumida como se segue: Deus endurece o coração?

DEUS NÃO ENDURECE O CORAÇÃO...
Inicialmente                                                
Diretamente
Contra o livre arbítrio da pessoa
Como sua causa

DEUS ENDURECE O CORAÇÃO...
Subseqüentemente
Indiretamente
Por meio do próprio livre arbítrio Como seu efeito

ÊXODO 3:22 - Como um Deus todo-amoroso pôde ordenar que os hebreus despojassem os egípcios de suas riquezas?

ÊXODO 3:22 - Como um Deus todo-amoroso pôde ordenar que os hebreus despojassem os egípcios de suas riquezas?

PROBLEMA: Êxodo 3:22 afirma: "e despojareis os egípcios". A Bíblia nos apresenta Deus como sendo todo-amoroso. Entretanto, não parece ser um ato de amor esse o de mandar os hebreus despojarem os egípcios.

SOLUÇÃO: Primeiro, afirmar que Deus ordenou que eles despojassem os egípcios é não perceber bem o que o texto diz. Na verdade, Deus ordenou que os hebreus "pedissem" aos egípcios diversos bens de valor, e ele lhes daria favor aos olhos dos egípcios. Assim, pedindo aos egípcios, eles não os estavam despojando. Despojar ou saquear, nessa situação, significaria tomar as possessões deles por meio da força. Mas por terem os hebreus pedido, e os egípcios dado voluntariamente, sem serem forçados, o efeito seria o mesmo que se estes tivessem sido despojados. Segundo, o termo usado nesta passagem não é a palavra usual para "despojar", mas indica a entrega de alguma coisa ou de alguém. Esse termo foi usado aqui em sentido figurado. Foi Deus que venceu os egípcios, e agora o seu povo é que despojaria o inimigo derrotado. Entretanto, esse inimigo derrotado se dispôs a entregar o despojo da vitória ao povo hebreu, que se libertava. Terceiro, mesmo que fosse tomado de forma literal, os presentes dados aos israelitas não poderiam ser considerados como algo injusto, se for levado em conta que o povo de Israel permanecera como escravo por vários séculos. Foi uma pequena compensação pelo tempo de trabalho escravo no Egito.

ÊXODO 1:15-21 - Como Deus poderia abençoar as parteiras hebréias, se elas desobedeciam a autoridade governamental (Faraó), estabelecida por Deus, e a ela mentiam?

ÊXODO 1:15-21 - Como Deus poderia abençoar as parteiras hebréias, se elas desobedeciam a autoridade governamental (Faraó), estabelecida por Deus, e a ela mentiam?

PROBLEMA: A Bíblia declara que "não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas" (Rm 1.3:1). A Escritura diz também: "Os lábios mentirosos são abomináveis ao Senhor" (Pv 12:22). Mas o Faraó (rei) do Egito tinha dado uma ordem direta às parteiras hebréias para matarem os meninos hebreus recém-nascidos. "As parteiros, porém, temeram a Deus, e não fizeram como lhes ordenara o rei do Egito, antes deixaram viver os meninos" (Êx 1:17). As parteiras não apenas desobedeceram a Faraó como também, quando ele as questionou a respeito de suas ações, mentiram, dizendo: "É que as mulheres hebréias não são como as egípcias; são vigorosas, e antes que lhes chegue a parteira já deram à luz os seus filhos" (Êx 1:19). Apesar disso, Êxodo 1:20 afirma que Deus "fez bem às parteiras... ele lhes constituiu família"(Êx 1:20-21). Como então Deus pôde abençoar as parteiras por desobediência e mentira?

SOLUÇÃO: Não há dúvida de que as parteiras desobedeceram a Faraó, por não matarem os meninos hebreus recém-nascidos e por mentirem a Faraó com a história de que sempre chegavam tarde demais para cumprirem as suas ordens. Não obstante, há uma justificativa moral para o que elas fizeram. Primeiro, o dilema moral em que as parteiras se achavam era inevitável. Ou elas obedeceriam à lei maior de Deus, ou obedeceriam à obrigação secundária de se sujeitarem a Faraó. Em lugar de cometerem um deliberado infanticídio das crianças de seu próprio povo, as parteiras decidiram desobedecer às ordens de Faraó. Deus nos ordena que obedeçamos à autoridade governamental, mas ele nos ordena também que não assassinemos ninguém (Êx 20:13). A salvação de vidas inocentes é uma obrigação maior do que a obediência ao governo. Quando o governo nos ordena matar vítimas inocentes, não devemos obedecer. Deus não considerou as parteiras responsáveis, nem assim ele nos tratará sempre que a questão for não obedecer a uma obrigação menor para atender a uma lei maior (cf. At 4; Ap 13). No caso das parteiras, a lei maior referia-se à preservação da vida dos recém-nascidos. Segundo, o texto claramente afirma que Deus as abençoou "porque as parteiras temeram a Deus" (Êx 1:21). E foi o temor que elas tiveram por Deus que as levou a fazer o que quer que fosse necessário para salvar vidas inocentes. Assim, a falsa desculpa delas a Faraó foi uma parte essencial do esforço que despenderam para salvar vidas.
Terceiro, a mentira delas é comparável com sua desobediência a Faraó, para salvar a vida de recém-nascidos inocentes. Este era um caso em que as parteiras tiveram de optar entre mentir ou serem compelidas a matar bebês inocentes. Aqui também elas decidiram obedecer à lei moral maior. A obediência aos pais faz parte da lei moral (cf. Ef 6:1). Mas se um pai ou uma mãe dá ordens ao filho para assassinar uma pessoa ou para adorar um ídolo, ele tem de recusar-se a obedecer. Jesus enfatizou a necessidade de obedecer à lei moral superior quando disse: "Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim" (Mt 10:37).