sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

O cristão deve ir à guerra?

O cristão deve ir à guerra?

Nosso Senhor Jesus Cristo
deixou-nos um exemplo para que seguíssemos as suas pegadas. Poderíamos
nós seguir as suas pegadas em um campo de batalha? Somos chamados a andar como
ele andou. Será que ir à guerra é andar como ele andou? Oh! Falhamos em muitas
coisas; mas se nos perguntam se é correto um cristão ir à guerra, podemos
responder apenas fazendo referência a Cristo. Como ele procedeu? Acaso ele veio
para destruir vidas humanas? Não foi ele quem disse que “os que lançarem mão da espada, à espada morrerão.”? (Mt 26:52).
Ele também disse, “não resistais ao mal”
(Mt 5:39). Como podemos conciliar tais palavras com a ida à guerra?

Mas alguém poderá dizer: — O
que seria de nós se todos adotassem tais princípios? A isto respondemos que se
todos adotassem tais princípios celestiais não haveria mais guerra e, portanto,
não precisaríamos mais lutar. Mas não é nossa responsabilidade ficar debatendo
a respeito dos resultados da obediência. Temos apenas que obedecer à Palavra de
nosso bendito Senhor e andar nas suas pegadas; e se o fizermos, com toda
certeza jamais deveremos ser vistos indo à guerra.

Há aqueles que citam o
versículo da Palavra de Deus, “o que não
tem espada, venda o seu vestido e compre-a”, como sendo uma permissão
para ir à guerra (Lc 22:36). Mas qualquer mente simples pode ver que este
versículo nada tem a ver com a questão. Ele se refere a uma alterada ordem de coisas
e na qual os discípulos teriam que entrar quando o Senhor fosse levado.
Enquanto ele estava com eles, nada lhes faltara; mas agora eles teriam que
enfrentar a sua ausência, o pleno embate com a oposição do mundo. Em resumo,
estas palavras tinham uma aplicação totalmente espiritual.

Muito se procura usar o fato
de o centurião de Atos 10 não ter sido aconselhado a renunciar a seu cargo. Não
é do feitio do Espírito de Deus colocar as pessoas sob um jugo. Ele não diz ao
recém-convertido: — Deixe isto e aquilo. A graça de Deus vai ao encontro de um
homem onde ele está, com uma salvação completa, e então o ensina como andar de
modo a apresentar as palavras e os modos de Cristo em todo o seu poder
formativo e santificador.

Porém, ainda há alguns que
costumam dizer: — Acaso o apóstolo, em 1 Coríntios 7, não nos diz para
permanecermos no estado em que formos chamados? Sim; porém com esta poderosa
cláusula classificatória: “diante de Deus”.
Isto faz uma diferença substancial. Suponha que um carrasco se converta;
poderia ele continuar no seu estado? Talvez alguém diga que este é um caso
extremo. Certamente, mas é o caso em questão e prova quão falho é argumentar
utilizando 1 Coríntios 7. Isto prova que há estados em que uma pessoa não
poderia permanecer “diante de Deus”.

Finalmente, no que se refere
à sua pergunta, querido amigo, temos que simplesmente perguntar: — Acaso ir à
guerra é permanecer diante de Deus ou andar nas pegadas de Cristo? Se for,
então deixemos que os cristãos façam isso; mas se não for, então o que fazer? (Extraído de C. H. Mackintosh — “Things New and Old” Vol.19, pg.55,
Fev.1876)📚✍🤔 TBS 🤗

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