PEDRO DIZ QUE “foi o Evangelho pregado também a mortos”. Isso parece querer dizer que as pessoas têm uma oportunidade para serem salvas depois de sua morte. Mas isso entra em conflito com Hebreus 9.27, que afirma categoricamente que “aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo”. Primeiro, deve-se notar que não há versículo algum na Bíblia que estenda a esperança da salvação para após a morte. A morte é o ponto final, e há apenas dois destinos – o céu e o inferno, entre os quais há um grande abismo, que não pode ser atravessado. Assim, seja o que for que a expressão “pregado a mortos” possa significar, isso não implica que haja salvação após a morte. Segundo, essa é uma passagem não clara, sujeita a muitas interpretações, e portanto nenhuma doutrina deve basear-se numa passagem duvidosa como essa. Os textos difíceis devem ser sempre interpretados á luz dos que são claros, e não ao contrário. Terceiro, há outras possíveis interpretações dessa passagem que não entram em conflito com o ensino do restante das Escrituras. (1) Por exemplo, é possível que ela se refira àqueles que agora estão mortos, e que ouviram o Evangelho no tempo em que estavam vivos. Em apoio a isso é citado o fato de que o Evangelho “foi pregado” (no passado) àqueles que estão “mortos” (situação presente). (2) Ou, alguns crêem que esta não seja uma referência a seres humanos, mas aos “espíritos em prisão” (anjos) mencionados em 1 Pedro 3.19 (cf. 2 Pe 2.4 e Gn 6.2). (3) Ainda outros afirmam que, embora os mortos sofram a destruição de sua carne (1 Pe 4.6), ainda vivem com Deus em virtude do que Cristo fez por meio do Evangelho (ou seja, sua morte e ressurreição). Essa mensagem de vitória foi anunciada por Cristo em pessoa ao mundo espiritual depois de sua ressurreição (cf. 1 Pe 3.18). Fonte: Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e “Contradições” da Bíblia – Norman Geisler e Thomas Howe.
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