quarta-feira, 30 de outubro de 2019

A Bíblia diz que Deus odeia o pecador?

“Sempre  aprendi  que  Deus  ama  o  pecador.  Mas  de  uns  tempos  para  cá tenho  visto  na  Internet  muita  gente  falando  que  Deus  odeia  o  pecador. Não  consigo  entender  isso  muito  bem.  Deus  ama  ou  odeia  o  pecador segundo  a  Bíblia?” Caro  leitor,  essa  é  uma  excelente  pergunta  e  uma  boa  oportunidade  para esclarecer  esse  fato  segundo  o  que  diz a  palavra  de  Deus.  Muitas pessoas confundem  demais  essa  questão  e  acabam  por  ter  uma  visão  distorcida  a respeito  do  amor  de  Deus  e  se  Deus  odeia  o  pecador.  Então,  vamos tentar  compreender  melhor  tudo  isso: Deus  odeia  o  pecador? Antes  de  responder  a  essa  questão  precisamos  definir  quem  é  o  pecador segundo  a  Bíblia.  Essa  resposta  é  simples.  Pecador  é  todo  aquele  que pecou.  E  a  Bíblia  diz  que  todos  são  pecadores  porque  todos  pecaram: “pois  todos  pecaram  e  carecem  da  glória  de  Deus”  (Romanos 3:23).  Assim,  todo  ser  humano  é  um  pecador. Esclarecida  essa  questão,  vamos  a  próxima:  Deus  odeia  o  pecador?  A resposta  é  sim.  A  Bíblia  afirma  em  diversos  textos  que  Deus  não  somente odeia  o  pecado  (coisa  que  já  sabemos  claramente),  mas  também  aquele que  pratica  o  pecado,  ou  seja,  o  pecador.  Vejamos:  “O  SENHOR  põe  à prova  ao  justo  e  ao  ímpio;  mas,  ao  que  ama  a  violência,  a  sua alma  o  abomina.”  (Salmos  11:5).  A  palavra  “abomina”  citada  no texto  também  pode  ser  traduzida  como  “odeia”.  Em  Provérbios  3:32 vemos  também  claramente  essa  questão  do  ódio  de  Deus  pelos perversos:  “porque  o  SENHOR  abomina  o  perverso,  mas  aos  retos trata  com  intimidade.” Outro  exemplo  bem  interessante  está  em Provérbios  6.16-19,  onde  diz  que  a  alma  de  Deus  abomina  “o  que semeia  contenda  entre irmãos”. Creio  que  está  claro  até  aqui  que  Deus  odeia  não  só  o  pecado  (atos), mas  também  aquele  que  o  pratica  (pessoa),  pois  este  está  se  rebelando contra  Deus  por  praticar  atos  que  ofendem  ao  Senhor.  Mas  ainda  fica uma  importante  pergunta  a  ser  respondida: Deus  ama  o pecador? A  Bíblia  diz  que  sim.  Jesus  ensina  que  Deus  derrama  de  Sua  graça  sobre justos  e  injustos:  “…porque  ele  faz  nascer  o  seu  sol  sobre  maus  e bons e vir chuvas sobre justos e injustos.” (Mateus 5:45). Injustos são aqueles que estão rebelados contra Deus. De onde vem esse cuidado de Deus até pelos injustos? Não podemos negar que essa graça derramada vem de algum amor que Deus nutre por eles. Se Deus apenas odiasse os pecadores (injustos), como poderia derramar sobre eles essas bênçãos citadas por Jesus? Além disso, o contexto nos mostra que Jesus estava ensinando Seus discípulos a amar os seus inimigos, e Jesus termina o ensino mostrando que esse padrão de amor pelos inimigos, que eles deveriam praticar, é o padrão que é visto no próprio Pai: “Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste.” (Mateus 5:48). Outro texto que demostra que Deus tem amor pelos pecadores está em Romanos 5:8: “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores”. O ódio (ira) de Deus estava sobre nós, pois éramos pecadores. Mas mesmo na condição de pecadores fomos amados por Deus, que deu Seu filho para nos salvar e nos tirar daquela condição. Os que hoje são justificados por Cristo já foram outrora pecadores. Aqui surge uma nova questão que deve dar um nó na cabeça de muita gente: Como é possível Deus odiar o pecador e amá-lo ao mesmo tempo? Nem sempre os atos de Deus são tão fáceis de compreender. Que tipo de amor é esse em que Deus odeia o pecador e ao mesmo tempo o ama de alguma forma? Nem sempre a grandeza de Deus, de Seus atributos, de Sua forma de lidar com as situações, conseguem ser compreensíveis tão facilmente pela nossa mente limitada. A forma mais clara pela qual eu (pessoalmente) consegui compreender melhor essa questão de amar e odiar ao mesmo tempo foi comparando a atitude de um pai humano por seus filhos. Não há dúvida de que um pai ame seus filhos. Mas existem ocasiões em que o pai pode odiar um filho mesmo amando-o. Quando o filho é obstinado em desobedecer, quando o filho vira as costas para as instruções do pai, isso gera no pai grande descontentamento que pode chegar ao ódio. Mas isso não extingue o amor do pai, que está presente em suas atitudes pelo filho, ainda que tenha de corrigi-lo severamente. É claro que Deus é muito maior do que um pai humano e um ímpio não está na condição de filho de Deus, mas talvez com essa comparação possamos entender melhor que existe a possibilidade de amar e odiar ao mesmo tempo. Mas ainda surge outra questão ainda mais complexa que parece tirar o sono de muita gente: Se Deus realmente ama os pecadores, como pode enviá-los ao inferno? A Bíblia é clara quando diz que o inferno existe. Quem vai para lá? Os pecadores não regenerados. Mas como Deus pode amar e permitir existir o inferno e ainda enviar pessoas para lá? Muitas pessoas confundem amar com ser permissivo com todas as coisas e aceitar a injustiça. A justiça de Deus em punir aqueles que são inveterados pecadores e rejeitaram a Sua obra não invalida o Seu amor. Amar alguém não significa fechar os olhos para todo o mal realizado e passar a mão na cabeça da pessoa. A justiça de Deus é totalmente compatível com Seu amor. Aliás, quem ama não se alegra com a injustiça, ou seja, faz justiça (1 Coríntios 13:6). Não podemos dizer que quando Deus aplica a Sua justiça retira de si o amor, pois Deus é amor (1 João 4.8). Podemos dizer que não entendemos com nossa mente “pequena” como Deus faz tudo isso, mas não podemos negar o que a Bíblia diz sobre o amor, o ódio e a justiça de Deus. 

P250

Por 

Carlos Ribeiro da tbs... 

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