quinta-feira, 31 de outubro de 2019

É verdade que as palavras têm poder?

É  verdade  que  as  palavras  têm  poder? “Uma  vez  fui  orientado  por  um  amigo  meu  que  frequentava  uma  igreja evangélica  que  eu  só  deveria  dizer  palavras  profetizando  coisas  boas, dizer  palavras  que  atraíssem  aquilo  que  eu  queria  para  minha  vida,  pois as  palavras  têm  poder.  Ele  me  repreendeu  porque  eu  comentei  que  meu filho  é  muito  arteiro.  Ele  me  disse  que  eu  não  deveria  dizer  aquilo  porque estava  profetizando  sobre  meu  filho  que  ele  teria  mal  comportamento. Afinal,  as palavras têm  poder  mesmo?” Caro  leitor,  precisamos  de  certo  equilíbrio  nessa  questão  para  avaliar  se realmente  as  palavras  têm  poder  e  que  tipo  de  poder  é  esse  que  elas têm.  Sabemos  que  as  palavras  que  saem  da  nossa  boca  não  têm  um poder  sobrenatural  de  realizar  nada,  pois,  caso  tivessem,  poderíamos,  por exemplo,  começar  a  dizer  agora  mesmo  para  a  violência  acabar,  para  as guerras  deixarem  de  existir,  para  as  doenças  serem  curadas,  etc. Resolveríamos  todos  os  problemas  do  mundo,  não  é  verdade?  Sabemos que  não  temos  esse  poder  através de  simplesmente  mencionar  palavras. Ao  mesmo  tempo,  podemos  notar  que  as  palavras  têm  poder  de  trazer consequências  boas  ou  ruins  dependendo  da  forma  com  que  são mencionadas.  Por  exemplo,  um  pai  que  somente  critica  o  filho  poderá prejudicar  a  confiança  do  filho  e  trazer  tristeza  ao  coração  dele.  Um marido  que  nunca  elogia  sua  esposa,  antes,  só  a  menospreza  com palavras,  poderá  trazer  problemas  ao  seu  casamento.  Alguém  que  usa  as palavras  de  forma  ríspida  arrumará  muitas  brigas.  Uma  pessoa  que  é acostumada  a  usar  palavrões  pode  magoar  alguém.  Uma  pessoa  que  fala demais  poderá  ser  taxada  de  fofoqueira.  Esse  é  o  tipo  de  “poder”  que  as palavras têm. O  fato  de  fazer  um  comentário  com  seu  amigo  sobre  o  comportamento ruim  de  seu  filho  não  trará  nenhum  mal  “sobrenatural”  ao  seu  filho.  As palavras  não  tem  poder  de  fazer  isso.  Isso  é  besteira.  É  dar  um  poder que  a  palavra  não  tem.  Será  que  se  fosse  o  contrário,  você  ficar  somente falando  para  seu  amigo  (mentindo)  que  seu  filho  é  muito  bom,  que sempre  faz  a  lição,  que  não  dá  nenhum  trabalho,  fará  com  que  seu  filho tenha  todas  estas  qualidades?  Evidente  que  não!  Para  ele  ser  assim  seu trabalho  será  muito  maior  do  que  dizer  apenas  algumas  palavras positivas. É  importante  observar  que  a  Bíblia  traz  orientações  sobre  as  palavras  que dizemos  para  que  a  usemos  com  sabedoria  e  aproveitemos  esse  poder que  as  palavras  têm.  Ela  nos  diz  que  não  devemos  usar  palavrões,  que nossas palavras devem edificar e transmitir graça aos que ouvem: “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem.” (Ef 4:29). Também diz que nossas palavras devem ser equilibradas e sensatas: “Tenham uma conversa agradável e sensata, pois assim vocês terão a resposta certa para todo o mundo.” (Cl 4:6 – Bíblia Viva). E traz outras diversas orientações sábias para o bom uso das palavras. Por exemplo em Pv 12:6; Pv 14:23; Pv 15:23; Pv 24:26. Assim, podemos concluir que as palavras têm poder, mas não um poder sobrenatural como alguns insistem em pregar, mas um poder de gerar consequências boas ou ruins dependendo de como são usadas. 

Por
Carlos Ribeiro 

TBS 

P250

Nenhum comentário:

Postar um comentário