quarta-feira, 22 de maio de 2019

#tbs_493 - "É possível amar uma pessoa sem gostar dela?"

 A Bíblia nos diz que a vontade de Deus é que amemos as outras pessoas com um amor piedoso. Somos chamados a amar “o teu próximo como a ti mesmo” (Lucas 10:27) e até mesmo “amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam; bendizei aos que vos maldizem, orai pelos que vos caluniam” (Lucas 6:27-28). Jesus disse a Seus discípulos na noite anterior à Sua crucificação: “Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros” (João 13:34). Em cada um desses exemplos, a palavra grega para o amor é agapao, que tem auto-sacrifício como sua característica primária. Este não é um amor de afeição fraternal ou conexão emocional, como frequentemente se pensa. Pelo contrário, o amor agapaoou agape busca o melhor pelo seu objeto. O amor sacrificial não é baseado em um sentimento, mas em um ato determinado da vontade, uma decisão alegre de colocar o bem-estar dos outros acima do nosso. Claramente, esse tipo de amor é impossível em nossa própria força. É somente pelo poder do Espírito Santo que somos capazes de obedecer aos mandamentos de Deus, inclusive o mandamento de amar.

Jesus disse que devemos amar como Ele nos amou, então como Ele amou? “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Romanos 5:8). Certamente não gostaremos de todos, nem somos chamados a isso. Mesmo assim, quando começamos a amar alguém com o amor de Deus, nossa atitude em relação a essa pessoa muda. Psicologicamente, somos incapazes de ter atitudes e ações inconsistentes. Quando começamos a mostrar amor através de nossas ações, nossas atitudes seguirão. O amor ainda será uma escolha, mas gradualmente se tornará uma que o coração está mais disposto e pronto para fazer. Quando olhamos para as interações de Jesus com os outros, vemos que Ele se relacionou voluntariamente com todos os tipos - pecadores, coletores de impostos, fariseus, saduceus, romanos, samaritanos, pescadores, mulheres, crianças - sem consideração pela visão de respeitabilidade da sociedade. Jesus amava essas pessoas e as tratava com base nesse amor, mas nem sempre isso tinha uma aparência agradável. Ele falou palavras duras para aqueles que se opuseram a Ele, mas fez isso porque era o melhor para eles. Jesus sacrificou Seu tempo, Sua energia emocional e Sua sabedoria por aqueles que O odiavam porque sabia que isso ou os levaria a um conhecimento salvador dEle ou os afastaria para sempre. De qualquer forma, eles se beneficiariam de Seu ensino. Essa é a essência de amar nossos inimigos - falar a verdade em amor por eles (Efésios 4:15), independentemente de quanto isso nos custe.

Mais uma vez, isso não significa que você vai gostar de todas as pessoas ou até mesmo respeitá-las além do ponto de reconhecer que são feitas à imagem de Deus. Deus nos deu a mente para discernir, até certo ponto, o coração dos outros. Também somos feitos à imagem de Deus e não devemos nos colocar desnecessariamente em perigo ao confiar em alguém que não seja digno dessa confiança. Jesus escapou das multidões porque conhecia seus corações e precisava Se proteger (João 5:13; 6:15). Contudo, quando depositamos nossa confiança em Cristo e buscamos sabedoria e santidade através da oração e das Escrituras, naturalmente desenvolveremos amor pelos outros - um amor piedoso que se sacrifica buscando o melhor para eles - acompanhado ou não de afeição.

Gotq

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